Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Contra as recomendações médicas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou a maratona de viagens pelo país. Depois de visitar Fortaleza (CE) e Natal (RN), ainda nesta semana vai a Maceió (AL), Aracaju (SE) e Salvador (BA). Tem um olho no andamento das obras e programas do governo e o outro nas alianças dos partidos da base governista, como o PMDB de Michel Temer, vice de Dilma Rousseff.
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Sua obsessão é não terminar o segundo mandato como Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Na avaliação de Lula, seu antecessor deixou que seus últimos meses de governo fossem tomados por uma inércia olímpica. Por isso, desde a campanha da reeleição, os auxiliares mais próximos do presidente da República foram advertidos de que ele pretendia fazer um segundo mandato mais dinâmico do que o primeiro. “Ele fala isso desde o começo do novo mandato”, lembra a ex-deputada paulista Clara Ant (PT), uma espécie de arquivo vivo das reuniões e despachos oficiais de Lula, hoje engajada na campanha de Dilma Rousseff.
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Porém, não é apenas o voluntarismo presidencial que marca o segundo mandato. Houve uma mudança política significativa no governo: Lula trocou a base de “mensaleiros” por uma coalizão de partidos liderada pela aliança PT-PMDB e se livrou da disputa intestina entre os caciques do PT, protagonizada por três ministros: José Dirceu, Luiz Gushiken e Antônio Palocci.
Vice//
O PP cedeu à governadora Yeda Crusius (PSDB) a definição do candidato que será indicado pelo partido como seu parceiro de chapa na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul. Os mais cotados são os ex-secretários Otomar Vivian (Casa Civil) e João Carlos Machado (Agricultura). Critério: confiança pessoal.
Perdeu
Há muita expectativa de poder em torno do estado-maior da candidata Dilma Rousseff (PT), onde brilha cada vez mais a estrela do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci. O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (foto), responsabilizado pela crise provocada pelo suposto dossiê contra o tucano José Serra, era pule de 10 para o Ministério da Fazenda na bolsa de apostas governista. Foi ejetado antes de a campanha começar oficialmente.
Estratégia
Blindado nos meios de comunicação contra o suposto dossiê do PT em relação à sua filha Verônica, o tucano José Serra não pretende deixar barato o episódio. Além de uma apuração rigorosa dos fatos pelo Ministério Público — o que na verdade não depende do PSDB —, pretende tirar todos os dividendos eleitorais que o assunto pode oferecer alimentando a polêmica. Um deles é pôr Dilma Rousseff na defensiva.
Tempo
O ex-governador Anthony Garotinho (PR), inelegível por três anos por decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), corre sério risco de ficar de fora das eleições do Rio de Janeiro, para alegria do governador Sérgio Cabral (PMDB). A direção regional do PR marcou sua convenção para 27 de junho, uma semana antes do prazo para o registro das candidaturas, na esperança de reverter a decisão. A sorte de Garotinho está nas mãos dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Isonomia
Já dura 60 dias a greve dos servidores do Ministério do Trabalho. Com piso inicial de R$ 1,9 mil, querem equiparação com o pessoal do INSS, que ganha R$ 3.180
Amigos
O primeiro teste de convivência no mesmo palanque do tucano José Serra e da verde Marina Silva será em Niterói (RJ), no lançamento da candidatura ao governo de Fernando Gabeira (foto), do PV, no dia 19, no Clube Canto do Rio, em Niterói, velho bastião da esquerda fluminense. É uma amostra grátis do que pode ocorrer no segundo turno da sucessão de Lula.
Fechou
O prefeito Cícero Almeida (PP) desistiu de indicar o vice da chapa de Ronaldo Lessa (PDT) ao governo de Alagoas e o PT abriu mão da candidatura do delegado José Pinto de Luna (PT) ao Senado. Tudo para agradar ao senador Renan Calheiros (PMDB), candidato à reeleição.
Validade/ O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve decidir até amanhã se a Lei da Ficha Limpa vigora a partir destas eleições. O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, avalia que deve prevalecer a tese adotada para a Lei da Inelegibilidade, que entrou em vigor em 1990.
Diplomatas/ A Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional aprovou por unanimidade ontem as indicações de Rubem Antonio Corrêa Barbosa para embaixador do Brasil na Austrália e, cumulativamente, em Vanuatu e em Papua Nova Guiné; e de José Carlos da Fonseca Júnior para embaixador em Mianmar.
Aniversário/ O maior escândalo do governo Lula, batizado de mensalão, completa cinco anos nesta semana. E a comemoração teve tom de provocação na Câmara, onde o líder do Democratas, Paulo Bornhausen (SC), denunciou que o mensalão foi apenas um dos escândalos protagonizados pela cozinha do Palácio do Planalto.
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