sexta-feira, 25 de junho de 2010

Nas trincheiras

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br

A mudança de estratégia dos aliados do DEM e do PPS é a principal consequência da pesquisa do Ibope divulgada na quarta-feira pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), na qual o candidato à Presidência da República do PSDB, José Serra, foi ultrapassado pela petista Dilma Rousseff em cinco pontos percentuais (40% a 35% de intenções de votos).

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Até a ascensão de Dilma, a candidatura de Serra era vista por aliados como uma forma de “assalto ao poder”. O favoritismo de Serra parecia uma via de fácil tráfego para chegar ao governo federal. O DEM alimentava a perspectiva de reagrupar as forças conservadoras, sob um discurso liberal; e o PPS sonhava com a reaglutinação da esquerda antipetista, inclusive aquela que está sendo descartada pelo PT em favor do PMDB.

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A realidade eleitoral, porém, é dureza. A economia em expansão — gerando emprego, renda e mais arrecadação —, a capilaridade das políticas sociais do governo e o amplo sistema de alianças da coalizão política em torno de Lula resultaram numa rápida mudança do cenário eleitoral: agora, Dilma é a favorita. Diante disso, a oposição já cava trincheiras. É uma não declarada estratégia de resistência: primeiro, manter o que já tem; depois, a eleição de Serra. A mesma lógica atinge os caciques regionais do PSDB. Tucanos de São Paulo e de Minas que provem o contrário.

Dissimulado

A situação no Paraná está mais confusa. O senador Osmar Dias (PDT-PR) teria fechado acordo com o PT e o PMDB para lançamento de sua candidatura ao governo, com Gleisi Hoffmann (PT) candidata ao Senado e o PMDB na vice de sua chapa, além de Roberto Requião (PMDB) para o Senado. Ao mesmo tempo, cresce a expectativa no Paraná de que Serra anuncie hoje a indicação do senador Álvaro Dias (PSDB), para vice, fechando o acordo de Osmar com Beto Richa, o candidato tucano a governador.

O rombo

A dívida pública federal, um somatório de todo o endividamento brasileiro, voltou a crescer em maio. Subiu de R$ 1,585 trilhão para R$ 1,614 trilhão

Improviso

A visita de Serra a Manaus, cuja agenda previa um encontro com empresários da Zona Franca, foi cancelada, mas o candidato tucano participa hoje do Festival Folclórico de Parintins (AM) e de um jantar com prefeitos da região. Até agora, o tucano não conseguiu armar seu palanque no Amazonas, onde o senador Arthur Virgílio (foto), do PSDB, tenta improvisar uma candidatura a governador. Torpedeada pelo presidente Lula, naufragou a aliança com Amazonino Mendes, que perdeu o apoio do prefeito de Manaus, Serafim Correia (PSB), e desistiu da candidatura. Pesquisa Ibope no estado divulgada ontem mostra Dilma com 66% de intenções de voto e Serra com 18%. Marina Silva (PV) tem 10%.

Zebra

O governador do Amazonas, Omar Aziz (PMN), segundo a pesquisa, lidera a corrida para o governo do estado, com 51% das intenções de voto. Candidato de Lula, o senador Alfredo Nascimento (PR) aparece em segundo lugar, com 36%. Os dois palanques, porém, são de Dilma Rousseff (PT). Na disputa pelas vagas do Senado, o ex-governador Eduardo Braga (PMDB) tem 84% e Arthur Virgílio (PSDB), 47%. Vanessa Grazziotin (PCdoB), com 28%, disputa a segunda vaga com o tucano.

Rompidos

A não ser que o anfitrião seja o próprio José Serra, não convidem os senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) e Sérgio Guerra (PSDB-PE) para jantar. Estão praticamente rompidos. Candidato a governador de Pernambuco por insistência de Serra, Vasconcelos desconfia das velhas relações de amizade de Guerra com o governador Eduardo Campos (PSB), que disputa a reeleição. Os prefeitos tucanos estariam cristianizando a candidatura do peemedebista em favor da reeleição do atual governador pernambucano.

Futebolismo

Mão Santa (PSC-PI) usou o jargão futebolístico na tribuna do Senado para explicar a boa fase de Dilma. Segundo o senador, o “Dunga” do PT (Lula) já escalou toda a seleção que vai disputar as eleições, inclusive os reservas. Enquanto isso, o técnico do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), ainda não escalou o time e quer participar das partidas. Mão Santa defendeu a realização de uma pesquisa para definir quem deve ser o vice de Serra.

Intervenção

O Supremo Tribunal Federal (STF) vota, na próxima quarta-feira, o pedido de intervenção no Distrito Federal. Apesar do parecer favorável do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, há uma forte tendência de que o pedido seja negado. A proximidade das eleições pesa na decisão dos ministros do STF.
Vice/ O PT indicará o vice na chapa do governador do Rio Grande do Norte, Iberê Ferreira de Souza (PSB), candidato à reeleição. O nome mais cotado é o do deputado estadual Fernando Mineiro (PT).


 Vice/ O PT indicará o vice na chapa do governador do Rio Grande do Norte, Iberê Ferreira de Souza (PSB), candidato à reeleição. O nome mais cotado é o do deputado estadual Fernando Mineiro (PT).

Direitos autorais/ A Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara deve votar na próxima semana a destituição do Escritório Central de Arrecadação de Direitos (Ecad). A nova lei prevê a criação do Centro de Arrecadação e Distribuição dos Direitos Autorais (Cadda). A norma limitará os gastos do Cadda em até 20% do recolhido e prevê uma auditoria independente a cada dois anos nas contas do novo órgão.

Independência/ Hoje, o governador Jaques Wagner (PT) transfere a capital de Salvador para Cachoeira, no Recôncavo Baiano, dando início às comemorações da Guerra da Independência da Bahia de Portugal, cuja data magna é 2 de julho.

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