Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
O governo cedeu e adiou a votação do projeto do pré-sal na Câmara para o início de julho. O motivo é o baixo quorum por causa da Copa do Mundo. Até o presidente da Casa, deputado Michel Temer (PMDB), estará fora, em viagem para a Europa. O risco de mais uma derrota também foi decisivo para o adiamento. Resta agora tentar votar algumas medidas provisórias que estão obstruindo a pauta.
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A falta de quorum na Casa ontem deixou os poucos deputados que estavam em Brasília decepcionados. José Maranhão (PT-CE), por exemplo, depois de passar o fim de semana em Brasília por causa da convenção nacional do PT, viajou no fim da tarde de domingo para um compromisso inadiável no Ceará. Ontem, voltou a Brasília, onde faria um discurso no plenário da Câmara. Pretendia falar sobre o impacto de programas como o Pronaf e o Bolsa Família na economia da Região Nordeste. Mas a ausência dos colegas frustrou o parlamentar.
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A desmobilização governista é geral. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), corre o risco de ter apenas o colega Domingos Dutra (PT-MA) como companhia durante o jogo de hoje do Brasil. Tanto a Câmara quanto o Senado estarão com expediente encerrado a partir das 14h. As duas Casas estarão funcionando em regime especial de plantão durante o resto do dia. Dutra só está na Câmara porque faz uma greve de fome contra a decisão do diretório nacional do PT de se aliar com a família Sarney no Maranhão em troca de apoio à candidatura de Dilma Rousseff ao Palácio do Planalto.
Veto
O presidente Lula tem um compromisso com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, do PMDB, de não permitir que as finanças fluminenses sejam desestruturadas em razão do novo marco regulatório do petróleo. Esvaziado como centro administrativo e financeiro ao longo dos últimos 50 anos, o Rio conseguiu recuperar sua economia graças à exploração de petróleo. Caso a emenda Simon-Pinheiro-Souto seja aprovada na Câmara, será vetada por Lula.
Firme
O presidente Lula aproveitou a convenção do PT para conversar com o candidato petista ao governo do GDF, Agnelo Queiroz (foto), e o presidente do diretório regional do PMDB, deputado federal Tadeu Filippelli, provável vice do petista. Disse-lhes que aposta na aliança do PT com o PMDB em Brasília e vai se empenhar na eleição da dupla, mas revelou preocupação com a movimentação do governador Rogério Rosso (PMDB), que questiona a aliança.
Brasil!
Em sessão esvaziada no Senado, o assunto era Copa do Mundo. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) subiu na tribuna da Casa para desejar boa sorte a cada um dos 23 jogadores que representam o Brasil no Mundial. O parlamentar só lamentou o fato de a Coreia do Norte não transmitir jogos de países adversários.
Telinha
O candidato tucano José Serra aposta todas as suas fichas no programa de tevê que irá ao ar na próxima quinta-feira. Mas quem acredita que a linha será a mesma do discurso duro da convenção do PSDB de sábado passado, quando Serra desceu o sarrafo no PT sem citar a legenda, pode tirar o cavalinho da chuva. O que vem aí é o Serra paz e amor e sua ladainha de que o Brasil pode mais.
Aposentados
O presidente Lula deve vetar hoje o reajuste de 7,7% aprovado pelo Congresso para os aposentados que ganham mais de um salário mínimo. Os líderes governistas defendem um reajuste de 7%, proposto pelo governo em forma de medida provisória. O impacto orçamentário deve ser superior a R$ 1 bilhão
Giro
A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, viaja hoje para a Europa. Ficará por lá até domingo. Durante a semana, se encontrará com o presidente da França, Nicolas Sarkozy; o primeiro-ministro da Espanha, José Luis Rodrígues Zapatero; e o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates. A viagem veio em boa hora: se livra de falar sobre o caso do suposto dossiê contra o candidato tucano ao Palácio do Planalto, José Serra.
Fechou
Depois de marchas e contramarchas, PSDB, PMDB, DEM e PPS fecharam um acordo em Santa Catarina, com Raimundo Colombo (DEM) candidato a governador e Eduardo Moreira (PMDB) como vice, com o apoio do governador tucano Leonel Pavan (PSDB). O ex-governador Luiz Henrique (PMDB), um dos artífices do acordo, é candidato ao Senado.
Balanço
O PT cedeu seis palanques aos aliados governistas, reduzindo o número de candidatos petistas a governador de 17 chapas próprias em 2006 para 11 nesta eleição. O PMDB terá 15 candidatos a governador, sendo dois ligados à oposição, enquanto o PSDB terá 17. Em 2006, PMDB e PSDB apresentaram 16 candidaturas próprias aos estados cada um.
Traição/ O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ainda tenta apagar o incêndio entre seu irmão, o governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição, e o senador Tasso Jereissati (PSDB), excluído de sua chapa a pedido do presidente Lula para a entrada do petista José Pimentel como candidato ao Senado. Tasso tenta organizar uma aliança envolvendo PSDB, DEM, PPS e PTB. Considera-se traído por Cid Gomes.
Martelo/ O senador Osmar Dias (PDT) continua sem saber o que vai fazer da vida. Ainda espera o apoio do PT para ser candidato a governador do Paraná, embora anuncie que pode apoiar a candidatura do tucano Beto Richa ao governo e entrar na base de José Serra. Ao decidir disputar a reeleição, o governador Orlando Pessuti (PMDB) dividiu a base governista.
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