Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A oposição está encalacrada na campanha sucessória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Não pode admitir o fato porque seria derrotismo, mas essa é a dura realidade. Se entrou num beco sem saída ou não, a resposta dependerá do resultado eleitoral, é claro. Mas que o tucano Sérgio Guerra, presidente do PSDB, está encurralado, não há dúvida. De um lado, os indicadores econômicos favoráveis ao governo. De outro, as alianças robustas da petista Dilma Rousseff. Bloqueando a saída, a popularidade de Lula e seu poder de transferência de votos.
» » »
Ontem, no seu ex-blog, o ex-prefeito do Rio de Janeiro Cesar Maia (DEM) fez um diagnóstico certeiro do desbalanceamento da oposição. Serra até avançou no Nordeste, mas perdeu terreno em São Paulo, está em grande desvantagem no Rio de Janeiro e foi ultrapassado por Dilma em Minas Gerais. Esse é o chamado Triângulo das Bermudas das eleições presidenciais.
» » »
Serra montou um palanque esquizofrênico no Rio de Janeiro, onde Fernando Gabeira (PV), o candidato a governador do bloco PSDB-DEM-PPS, faz campanha para Marina Silva (PV). Perdeu-se nos cafundós de Minas, onde viver é muito perigoso, já dizia o jagunço Riobaldo. Mas o maior problema é ter descolado do tucano Geraldo Alckmin na disputa de São Paulo. Precisa melhorar o desempenho no Sudeste ou estará derrotado por antecipação.
Retirada//
O PMDB de Santa Catarina deve rever os termos de sua aliança com o PSDB e o DEM na convenção de hoje. Para evitar uma intervenção, a saída será retirar o apoio formal ao candidato do DEM ao governo estadual, Raimundo Colombo. Uma ala da legenda, porém, quer lançar um candidato próprio.
Fígado
Um dos problemas da oposição é a falta de um discurso robusto. A campanha de Serra deixou de lado o “pode mais” da estratégia açucarada previamente traçada pelo marqueteiro Luiz Gonzales para entrar no bate-boca dos supostos dossiês do PT contra Serra, sua filha Verônica e o ex-ministro Eduardo Jorge. Ou seja, dispersou o foco e não colheu os resultados que esperava. Na mudança de eixo, Serra usou mais o fígado do que a cabeça. Precisa engrossar a voz é para debater os problemas do país.
Brioches
Muitos analistas costumam valorizar demais os aspectos subjetivos da disputa eleitoral, deixando de lado a realidade objetiva. O confronto de imagens entre Dilma e Serra, estratégia adotada pela oposição, está no plano subjetivo da eleição. Já o embate entre governo e oposição, que são forças materiais em confronto, se dá no terreno objetivo da vida nacional: alianças, situação da economia, estruturas de poder, movimentos e segmentos sociais... No fundo, pesa mais o que interfere no cotidiano da população. Nesse particular, o estômago do povão vai muito bem, obrigado.
Estresse
O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), ainda não engoliu a escolha do senador paranaense Álvaro Dias (PSDB) para vice de José Serra (PSDB). O “nós com nós” atabalhoado levou o principal aliado do candidato tucano à Presidência da República a ser informado da decisão pelo Twiter do presidente do PTB, Roberto Jefferson. A trapalhada também irritou o presidente do PPS, Roberto Freire, que apoiou a indicação, mas não gostou da forma como tudo ocorreu. Já o deputado José Carlos Aleluia (foto), do DEM-BA, cotado para vice, não derramou uma lágrima. Prefere continuar na Câmara.
Partida
O Tribunal de Contas da União vota na próxima semana o projeto do trem-bala Rio-São Paulo-Campinas. Se for aprovado, o governo tem condições de realizar o leilão até setembro. O TAV (trem de alta velocidade) prevê investimentos de R$ 34,6 bilhões
Collorido
Não se surpreendam se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a petista Dilma Rousseff subirem no palanque de Fernando Collor de Mello (foto), do PTB, em Alagoas, para desespero dos petistas do estado. Candidato a governador, o ex-presidente da República acompanhou Lula na visita às áreas afetadas pelas enchentes e pode virar opção governista se a candidatura do ex-governador Ronaldo Lessa (PSB) for barrada pela nova Lei da Ficha Limpa.
Heterodoxo
O PPS fechou com o candidato a governador do PMDB na Bahia, Geddel Vieira Lima, e pode indicar o vice na chapa do candidato do PCdoB no Maranhão, Flávio Dino. No Rio Grande do Norte, apoiará o candidato do PSB, o atual governador, Iberê de Souza Ferreira. Todos estão no palanque de Dilma. Em Brasília, o deputado Augusto Carvalho (PPS) quer embarcar de mala e cuia na candidatura de Agnelo Queiroz (PT), candidato ao GDF, contra a opinião do presidente de seu partido, Roberto Freire. A convenção do PPS é hoje, no Rio de Janeiro. Fala-se em intervenção em Brasília.
Futebol/ Parece jogo combinado. O poderoso presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o ministro do Esporte, Orlando Silva, não moveram uma palha para impedir o veto ao Estádio do Morumbi como uma das sedes da Copa de 2014. Agora, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, ideólogo petista, responsabiliza José Serra pela exclusão da arena paulista.
Azebudsman/ O leitor Flatônio José da Silva pôs o pingo no i: “Na sua coluna de ontem, saiu Bocaiúva (com acento), em vez de Bocaiuva (sem acento). A recente reforma ortográfica acabou com o acento agudo no nome dessa simpática cidade mineira porque perderam o sinal as vogais tônicas i e u quando precedidas de ditongo em palavras paroxítonas”. Valeu!
Nenhum comentário:
Postar um comentário