Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
Como na reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a disputa entre governo e oposição está dividindo o país. De um lado, o Brasil meridional (Sul), que tende a votar em José Serra (PSDB); de outro, o setentrional (Norte e Nordeste), que marcha com Dilma Rousseff (PT). O desfecho deverá mesmo ocorrer na região Sudeste, principalmente em São Paulo e em Minas Gerais, uma vez que o Rio de Janeiro, graças ao apoio do governador Sérgio Cabral (PMDB), já pode ser considerado um estado governista. O Centro-Oeste tende a acompanhar o voto da região Sudeste.
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São Paulo e Minas Gerais, os dois maiores colégios eleitorais do país, são governados pelo PSDB. Essa vantagem estratégica é o que ainda garante um empate técnico entre a oposição e o governo na sucessão do presidente Lula. Porém, Serra corre perigo. Em Minas, Dilma conseguiu unir o PMDB e o PT em torno da candidatura do senador Hélio Costa (PMDB) e se aproxima de Serra; em São Paulo, a vantagem do tucano em relação à petista já não é tão avassaladora quanto a necessária para a oposição vencer a eleição.
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Na verdade, Serra ainda não é um candidato café com leite, para usar a expressão que marcou a política da 1ª República, porque não empolgou o eleitor mineiro. Tenta recuperar a vantagem em relação a Dilma com os programas do PSDB que foram exibidos na tevê. Seu discurso na mídia foi morno, mas deve funcionar muito bem em São Paulo. Nos demais estados, sobretudo Minas, as próximas pesquisas dirão se a estratégia açucarada deu resultado. Se não se recuperar nas pesquisas, é porque a situação é de vaca estranhar o bezerro.
Pesquisa
Pesquisa do Instituto Sensus realizada em 11 e 12 de julho, antes do programa de TV do PSDB, revelou que Dilma Rousseff (37,3%) abriu uma vantagem de 5,2% pontos percentuais em relação a José Serra (32,1%) em Minas Gerais. Marina tem 7,3%. Em maio, estavam em empate técnico. Na pesquisa espontânea, Dilma tem 24,3% de intenção de votos, José Serra 18,0% e Marina Silva 4,2%.
Senador
O pagodeiro Netinho de Paula (foto), do PCdoB, visitou ontem o Congresso Nacional. Candidato ao Senado por São Paulo, esbanjou simpatia. Foi tão elogiado pelo petista Eduardo Suplicy que o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) questionou se o voto do colega paulista era para Netinho ou para a ex-mulher Marta Suplicy (PT), que também disputará uma vaga no Senado na mesma chapa do pagodeiro. Suplicy garantiu que votará nos dois.
Baderna
Centenas de policiais e bombeiros protagonizaram ontem uma baderna na Câmara. Por pouco não agrediram o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP), cujo gabinete tentaram invadir. Eles pressionam o Congresso pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 300, que aumenta o piso salarial para todos os policiais no país para R$ 5,1 mil.
Borrasca
O tempo fechou ontem na Comissão de Relações Exteriores do Senado durante a votação de duas indicações para cargos no exterior. Os senadores debatiam se aprovavam a indicação de Mário Villalba para a embaixada de Portugal e de Maria Laura da Rocha para a Unesco quando o senador Flexa Ribeiro (foto), do PSDB-PA, questionou a quantidade de vetos presidenciais em matérias aprovadas pelo Congresso. A sessão foi suspensa com um pedido de vista e só será retomada na próxima terça-feira.
Vetos
Segundo o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), que também fez coro à queixa, são mais de 39 mil vetos presidenciais
Ventilador
O ex-governador José Roberto Arruda vai escrever suas memórias. Pretende contar tudo o que sabe, do voto da ex-senadora Heloísa Helena (PSol-AL) na cassação de Luiz Estevão ao escândalo que o defenestrou do GDF. Muita gente já está de cabelo em pé.
Gazeteiros
Um em cada 10 deputados federais teria sido reprovado por faltas se estivesse frequentando uma escola em vez da Câmara. Segundo o Projeto Excelências, da ONG Transparência Brasil, 55 deputados faltaram a mais de 25% das sessões plenárias entre fevereiro de 2007 e maio de 2010. Três parlamentares deixaram de comparecer a mais de metade das plenárias: Zé Vieira (PR-MA), Nice Lobão (DEM-MA) e Jader Barbalho (PMDB-PA).
Cavalo de Troia
Está confirmado para hoje o depoimento do delegado aposentado da Polícia Federal Onésimo de Souza na Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Senado. A oposição quer a confirmação das declarações do delegado sobre a participação dele em uma suposta reunião para a produção de dossiês contra a campanha de José Serra.
Conferência/ A 4ª Conferência Nacional das Cidades, que o Ministério das Cidades realiza a partir do próximo dia 19, na capital federal, terá como uma das atrações a Vila do Aço. O projeto do Instituto Aço Brasil mostra o que é possível fazer com o metal em projetos de moradia. A minicidade itinerante ocupará
um espaço de 1,6 mil m2 no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade.
Bolão/ Os deputados Paulo Maluf (PP-SP) e Hugo Leal (PSC-RJ) se deram bem com o resultado do primeiro jogo do Brasil na Copa do Mundo. Eles venceram um bolão feito por parlamentares que assistiram à partida no cafezinho da Câmara. Maluf embolsou R$ 400 e Leal, R$ 500. Jovair Arantes (PTB-GO) recebeu 10% de comissão por ter organizado as apostas.
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