sexta-feira, 4 de junho de 2010

Aliado mal-agradecido

Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br

A cúpula do PT vai enquadrar a legenda em Minas e no Maranhão na aliança com o PMDB. É a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que cobrou uma atitude mais firme quanto a isso da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, e da cúpula do seu partido. A petista já fez a sua parte, numa conversa dura com o ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, que abriu mão da candidatura ao governo do estado em favor do senador Hélio Costa (PMDB). Agora, no Maranhão, falta retirar o apoio do PT ao candidato do PCdoB, Flávio Dino, e anunciar suporte à reeleição da governadora Roseana Sarney (PMDB).

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Foi mais fácil cortar as asas de Pimentel — com dois desafetos petistas de peso no estado, o ex-ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias e o secretário-geral da Presidência da República, Luiz Dulci — do que enquadrar o PT do Maranhão. Os dirigentes paulistas atropelaram Pimentel, que caiu em desgraça na campanha, mas vacilam no caso do Maranhão porque temem a reação da base partidária e do PCdoB.

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Os comunistas são aliados leais do PT, apoiando os candidatos petistas em todas as eleições de São Paulo desde 1989. Ao retirar o apoio a Dino em favor de Roseana, apesar da histórica oposição ao clã Sarney no Maranhão, o PT se comportará como traidor da oposição maranhense e aliado muito mal-agradecido do PCdoB.

Versões//

Guerra de versões na internet sobre o suposto dossiê da campanha da petista Dilma Rousseff contra o tucano José Serra. Daqui a pouco, os dois candidatos mandarão os aliados mais excitados baixarem a bola. O jogo é de perde-perde.

Liberado

A cúpula petista não está predisposta a impedir a candidatura do ex-ministro da Previdência José Pimentel, como exigem o deputado federal Eunício Oliveira (PMDB-CE), candidato ao Senado, e o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB). Avalia que o acordo com Hélio Costa em Minas consolida a aliança nacional com o PMDB. Além disso, manteve o apoio a Orlando Pessuti (PMDB) no Paraná, em detrimento do pedetista Osmar Dias. No fundo, atende a um desejo do presidente Lula, que pretende derrotar o senador cearense Tasso Jereissati (PSDB), candidato à reeleição com o apoio do clã dos Gomes.

Ciranda

A vice de José Serra (PSDB) virou um problema maior do que se imaginava. O ex-governador de Minas Aécio Neves (PSDB) não aceitou o posto. O ex-presidente da República Itamar Franco (PPS), também mineiro, sentindo-se rejeitado por Serra, já disse que não foi convidado, nem aceita a tarefa. O cearense Tasso Jereissati (PSDB) foi pelo mesmo caminho, com argumento de que tem cabeça quente e Serra prefere um vice mais calminho. O senador pernambucano Sérgio Guerra (foto), presidente do PSDB, também descartou a ideia. O vice será um nome escolhido pelo DEM, mesmo que Serra não goste.

Nem aí

O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), candidato à reeleição, não quer conversa com o PT. Vai apoiar o tucano José Serra. José Orcírio do Santos, o Zeca do PT, está se lixando para a aliança com o PMDB. Quer voltar a governar o estado.

Boa de voto

A jornalista e ex-vereadora Soninha Francine (PPS), escanteada da disputa por uma vaga ao Senado na chapa do tucano Geraldo Alckmin ao governo de São Paulo, está refratária à disputa eleitoral. Presidente do PPS, Roberto Freire defende a candidatura de Soninha na chapa de candidatos proporcionais, seja para a Assembleia paulista, seja para a Câmara Federal. Em ambas, seria a puxadora de votos.

Vetado

Candidata ao Senado, a deputada Rita Camata (foto), do PSDB-ES, vetou a entrada do ex-prefeito de Colatina Guerino Balestrasi na chapa majoritária do deputado tucano Luiz Paulo Vellozo Lucas, candidato ao governo do Espírito Santo. Como disputa o segundo voto do campo governista, avalia que a candidatura de Guerino pode favorecer a reeleição do senador Magno Malta (PR) e a vitória do candidato do PMDB ao Senado, Ricardo Ferraço.

Baba

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Sindical/ O presidente da CUT, Artur Henrique, e o presidente da UGT, Ricardo Patah, estão às turras. Para minimizar a ausência da concorrente no encontro das centrais com a petista Dilma Rousseff, o cutista disse que a UGT representaria “só 5%” dos trabalhadores brasileiros. Patah não gostou. Afirma que foi decisão interna da central e acusa Artur de fazer corpo mole na luta pelos 7,7% de aumento para os aposentados por razões eleitorais.

Candidato/ O senador Gim Argello (PTB-DF) articula a candidatura do governador Rogério Rosso (PMDB) à reeleição no Distrito Federal. Se não colar, pretende ser candidato ao GDF com apoio do peemedebista.

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