quarta-feira, 20 de março de 2013

Uma cesta de votos

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 20/03/2013
 
Nova pesquisa CNI/Ibope de avaliação do governo Dilma Rousseff confirma seu favoritismo nas eleições de 2014. Realizada de 8 a 11 de março, a pesquisa mostrou que os percentuais “ótimo/bom” de avaliação da gestão passaram de 62% para 63%, o “regular” manteve-se em 29% e o “ruim/péssimo” totalizou 7%. A pesquisa foi a campo no dia em a presidente da República fez seu pronunciamento em comemoração ao Dia In ternacional das Mulheres, em cadeia de rádio e televisão.

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Na ocasião, Dilma destacou medidas de impacto com foco nas donas de casa mais pobres e da nova classe média : a desoneração da cesta básica e a a redução das tarifas de energia elétrica. “Desde o mês passado você está pagando uma conta de luz mais barata. Agora, com mais esta redução de despesas, você vai poder equilibrar um pouquinho melhor o seu orçamento doméstico”, disse Dilma. Fazem parte da cesta carnes bovinas, suína, aves e peixes, arroz, feijão, ovo, leite integral, café, açúcar, farinhas, pão, óleo, manteiga, frutas, legumes, sabonete, papel higiênico e pasta de dentes.

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Dilma aproveitou a ocasião para puxar as orelhas dos empresários: “Conto com os empresários para que isso signifique uma redução de pelo menos 9,25% no preço das carnes, do café, da manteiga, do óleo de cozinha, e de 12,5% na pasta de dentes, nos sabonetes, só para citar alguns exemplos” Do ponto de vista do marketing eleitoral, foi um golaço. Segundo o Ibope, o otimismo em relação a atual gestão cresceu de 62% para 65%; somente 24% acreditam que o futuro do governo será “regular” e apenas 8% estão pessimistas.


Sun Tzu
A estratégia do marqueteiro João Santana, responsável pelos pronunciamentos da presidente Dilma Rousseff, é construir uma vantagem estratégica tamanha até junho de 2014 que isole os adversários. O alvo prioritário é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. O objetivo ainda é fazê-lo desistir da candidatura, como recomendaria o mitológico general chinês Sun Tzu (A Arte da Guerra).

Manda bem

A maneira da presidente Dilma Rousseff governar também é aprovada pelos brasileiros. O percentual que aprova Dilma subiu de 78% para 79%

No gueto
A oposição à presidente Dilma Rousseff está sendo empurada para o gueto eleitoral. A avaliação positiva do governo só cresce desde setembro de 2011. De lá para cá, a aprovação da gestão Dilma aumentou 12 pontos percentuais (de 51% para 63%). No mesmo período, a avaliação regular baixou de 34% para 29%. O terreno favorável à oposição encolhe cada vez mais: a avaliação “ruim/péssima” caiu de 11% para 7%.

Trio de ouro
Três ministros ficam na berlinda quando são avaliados na pesquisa CNI/Ibope; Aloizio Mercadante, da Educação, com 50% de desaprovação; José Eduardo Cardozo, da Justiça, com 66% de desaprovação; e Alexandre Padilha, da Saúde, com 67% . Os três petistas, porém, moram no coração da presidente Dilma Rousseff e já passaram por avaliações piores.


Museu Afro
Marta Suplicy voltou dos Estados Unidos em busca de nomes para o conselho curador do novo Museu Afro. Vão ter de construir um conceito e organizar o “como contar” a história da chegada no Brasil, da escravidão e da influência da cultura negra na construção da identidade brasileira. O modelo a ser adotado será inspirado no Museu do Holocausto.

Tortura/ A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça inicia uma nova ação de reparações do Estado brasileiro às vítimas da ditadura. O projeto Clínicas do Testemunho tem o objetivo de construir uma política pública de apoio em Saúde Mental para vítimas de violência de Estado. Esse trabalho já vem sendo desenvolvido na Argentina e no Uruguai.

Mercosul/ A ameaça da presidente Cristina Kirchner de cassar a concessão da Companhia Vale do Rio Doce para exploração de potássio na Argentina provocou reação do deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), em pronunciamento da tribuna. O parlamentar defendeu que o governo brasileiro reveja sua postura no Mercosul e busque outras alternativas, a exemplo do que fez o Chile.

Agenda/ O cientista político Murillo de Aragão da Arko Advice embarca para Nova York para uma série de palestras sobre 2014. Os investidores querem saber sobre o favoritismo de Dilma Rousseff, o papel de Lula no governo e nas eleições e, ainda, sobre as chances de Eduardo Campos, Marina Silva e Aécio Neves.

 Papável
Uma repórter do Senado, reservadamente, perguntou ao ex-presidente José Sarney por que ele não fora à posse do papa Francisco. Ele disse que deveria estar lá, mas fez uma pequena cirurgia e não pôde ir. Muito bem-humorado, continuou: “A vaga era do PMDB. Não deram...”

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