sexta-feira, 22 de março de 2013

Operação Seca

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 21/03/2013
 
Enquanto a presidente Dilma Rousseff se encontrava com o Papa Francisco, no Vaticano, as ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, cobravam ontem do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, mais dinamismo da pasta no combate à seca no Nordeste. Um plano de alto impacto deve ser anunciado pela presidente Dilma Rousseff na próxima segunda-feira, durante sua visita a Serra Talhada, quando dividirá o palanque com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB).

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A reunião de trabalho das duas ministras com Bezerra, que é o principal representante do PSB no governo, contou com a participação de 13 deputados do PT, dois do PSB, um do PSD e um do PP, todos do Nordeste. Foi um muro de lamentações por causa do atraso nas obras de combate à seca, o que constrangeu o ministro.

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Dilma Rousseff quer um plano de contingência focado em três ações: ampliação do acesso à água com a perfuração de poços artesianos para atender as áreas atingidas pela seca; descentralização das ações, através de convênios com as prefeituras; e ampla distribuição de forragens, com a mobilização do Exército, para evitar as tradicionais cenas dramáticas do gado morto na caatinga.

Cerco
 
Muito cobrada por Eduardo Campos por ter antecipado a campanha eleitoral, a resposta da presidente da República está sendo invadir a praia do governador de Pernambuco, um provável concorrente em 2014. Com as visitas anteriores ao Ceará e à Paraíba, além de outras medidas do governo, o índice de provação da presidente Dilma subiu para 85% na região Nordeste, cinco pontos acima da taxa nacional. A aprovação do governo também é maior no Nordeste: 72%. 
 

Rolagem
Dono da maior dívida municipal do país, herança deixada pelos ex-prefeitos Paulo Maluf e Celso Pitta com suas operações ARO (antecipação de receita orçamentária), o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT, pleteia mudança do indexador da dívida municipal. Haddad defende a troca da Selic e IPCA pelo IGP. “É justo São Paulo pagar 17% ao ano para a União, e a União rolar sua dívida a 7%? Dez por cento da nossa dívida são R$ 5 bilhões ao ano, algo impagável”, disse.

Precatórios
A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou ilegal o pagamento parcelado dos precatórios agravou a situação das prefeituras por causa dos passivos previdenciários. “Precisamos de ajuda para cumprir os compromissos das cidades sem comprometer os investimentos”, explicou o presidente da Frente Nacional dos Municípios, João Coser (PT), ex-prefeito de Vitória.

Baldeação
O ministro da Pesca, Marcelo Crivella (PRB), e o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), negociam a transferencia do secretário dos Portos, Leônidas Cristino, do PSB para o PRB. Deve ser candidato ao governo do estado e não quer obrigação de apoiar a candidatura de Eduardo campos (PSB). Guloso, o presidente nacional do PRB, Marcos Pereira, porém, quer que Cid e seu irmão Ciro Gomes também façam a baldeação.


Moderado
O prefeito de Salvador, ACM Neto, do DEM, pegou leve no encontro de prefeitos: defendeu maior diálogo dos municípios com o Congresso e a União. “Há um processo histórico de concentração de receitas no governo federal. Não há de se culpar este ou aquele governo”, ponderou.
Pede pra sair //

A situação de Marco Feliciano à frente da Comissão de Direitos Humanos está insustentável. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), procurou o líder do PSC, André Moura, e pediu para substituir o parlamentar acusado de homofobia na presidência da comissão.

No sufoco

Prefeitos das capitais foram pedir socorro aos presidentes das Câmara e do Senado, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) e Renan Calheiros (PMDB-AL), respectivamente. “Os municípios continuam sendo tratados como os patinhos feios da federação. Nós não somos o patinho feio, somos o cisne da fábula. É lá que o cidadão mora, vive e precisa do atendimento”, disse João Fortunati (PDT), prefeito de Porto Alegre.

Meu pirão
Ao mesmo tempo em que resolveu pôr um fim à farra das horas extras, a Mesa da Câmara reajustou a ajuda de custo dos deputados. No Distrito Federal, o custo mensal passaria dos atuais R$ 23 mil para R$ 25.900, caso seja aplicado o IPCA. Para o Acre, estado do primeiro secretário Márcio Bittar (PSDB-AC), autor dos cortes, a cota é maior, passaria dos atuais R$ 33.500 para R$ 37.700

Primeiro de Maio/
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) aceitou participar da festa do Dia do Trabalho, organizada pela Força Sindical, em São Paulo, no próximo 1º de Maio. Foi convidado pelo deputado Paulinho da Força (PDT-SP).

Protesto/
O Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional faz protesto hoje na Câmara, a partir das 10h. “Quanto custa o Brasil pra você?” é o slogan da campanha Justiça para Todos, explica o presidente da entidade, Allan Titonelli.

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