Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Discípulo de Nicolau Maquiavel, Napoleão Bonaparte (1769-1821) emergiu da Revolução Francesa para ser o maior conquistador dos séculos 18 e 19. Nossa melhor edição de O príncipe é comentada por ele. Gênio militar, conquistou o Egito e dominou a Europa ocidental e central, de Portugal à Aústria. Mas foi derrotado duas vezes pela Inglaterra, uma no mar (Trafalgar) e outra em terra (Waterloo), que já havia realizado sua Revolução Industrial.
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Sua ruína, porém, foi a invasão da Rússia, cujo exército havia debandado em Austerlitz, depois de traído por alemães e austríacos. Em Borodino, como nos relata Leon Tolstoi em Guerra e paz, os russos reagiram e venceram a batalha. Mas se retiraram para os cafundós da pátria e entregaram Moscou, que foi saqueada e incendiada. Napoleão achava que havia ganhado a guerra contra Alexandre. Na verdade, havia perdido. E sua retirada pelas estepes geladas foi um dos maiores desastres militares da história.
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O que tem a ver a derrota de Napoleão com a sucessão do presidente Lula? Talvez apenas a consideração de que um indivíduo, por mais poderoso e popular, não pode tudo. Lula quer mais do que a eleição da petista Dilma Rousseff. Arma um cerco para aniquilar politicamente o ex-governador tucano Aécio Neves, cujo candidato Antônio Anastasia (PSDDB) empacou nas pesquisas. Ao forçar a coligação PMDB-PT em Minas, com Hélio Costa na cabeça e Fernando Pimentel candidato ao Senado, Lula encurrala Aécio e o empurra para a vice do tucano José Serra.
Moita//
O governador do DF, Rogério Rosso (PMDB), eleito pelo voto indireto da Câmara Legislativa, come o mingau pelas beiradas. Para não chamar Exú, nega que seja candidato à reeleição, mas se movimenta administrativa e politicamente como quem tem esse objetivo. Aliado do candidato petista Agnelo Queiroz, o deputado Tadeu Fillipelli (PMDB) já deu o alarme de que o PT não deve fazer muita marola.
Trombone
Um levantamento feito pela taquigrafia da Câmara revelou os deputados fanáticos pelo microfone. O campeão em 2010 é o petista José Genoino, de São Paulo, com 191 discursos, seguido do veterano peemedebista Mauro Benevides, do Ceará, que falou aos pares 175 vezes. Entre os 30 maiores oradores, estão os líderes dos partidos, o que pode ser explicado pela exigência do próprio cargo. Mas há casos como o do novato capitão Assumção (PSB-ES), que tomou posse no ano passado. De fevereiro a 15 de maio deste ano, proferiu 66 discursos, alcançando a 20ª posição no ranking, à frente até do líder do PT, Cândido Vaccarezza (SP).
Oratória
O PT é o partido que mais discursa na Casa. Com uma bancada de 79 deputados — menor do que a do PMDB, que conta com 90 parlamentares, que fizeram 1.190 discursos —, o partido do presidente Lula fez, no total, 1.421 discursos
Estilo
No corte por estados, a bancada paulista é a mais faladora. Representando 13,6% dos 513 deputados: fez 1.449 discursos, ou 19,8% do total. Rio de Janeiro, com 9% da bancada da Câmara, fez 738 discursos, ou 10,1% do total. Já Minas Gerais não nega a lenda. Mesmo com 10,3% de todos os deputados federais, ocupou o microfone 397 vezes, o que corresponde a 5,4% do total de discursos realizados na Casa.
Náufrago
A subida nas pesquisas da ex-ministra Dilma Rousseff (PT) na corrida presidencial fez soar o alarme no ninho tucano. Para evitar o naufrágio da candidatura de José Serra (PSDB), o tucanato concentrou esforços na campanha do ex-governador e deixou à deriva o candidato ao governo de São Paulo Geraldo Alckmin (foto). Bom para o azarão Aloizio Mercadante (PT-SP), que quer ver fazer água a canoa do adversário.
Ardil
A votação dos projetos do pré-sal no Senado foi marcada para 8 de julho. Ao contrário da polêmica que despertou na Câmara, a distribuição dos royalties sequer será votada pelos senadores. É que os royalties estão no projeto que cria o novo modelo de exploração por partilha, que vai perder urgência. A parte que interessa ao governo — o modelo e partilha — será contemplada no projeto que cria o Fundo Social, cujo relator é o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), da base aliada. Se houver acordo com a oposição, a votação do pré-sal deve antecipar o chamado recesso branco por causa da Copa do Mundo.
Caças/ A parceria estratégica do Brasil com a França tem duas pernas: o projeto do submarino nuclear e a compra dos caças Rafale. A crise do Irã, com o alinhamento dos EUA e da França no Conselho de Segurança da ONU, pode provocar a amputação da segunda. Fabricantes do caça gripen NG, o mais barato, os suecos observam a fricção diplomática.
Força/ O prefeito de Osasco, Emídio de Souza, prepara uma festa de arromba para comemorar seus 51 anos. O convite, com direito a foto e palavras sobre amizade e trabalho, foi enviado a uma constelação de petistas. O prefeito tinha torcida organizada para ser o nome do partido ao governo de São Paulo, até o presidente Lula decretar que o senador Aloizio Mercadante era o cara.
Passeio/ O Brasil sediará em julho o próximo encontro do Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China), grupo de países emergentes comprometidos em reduzir a emissão de carbono na atmosfera. A reunião será no Rio de Janeiro, mas os ministros do meio ambiente dos países parceiros pediram à ministra brasileira Izabella Teixeira para levá-los à Amazônia. Querem conhecer in loco o que faz do país a maior biodiversidade do planeta.
Um comentário:
Eu não tenho dúvida que o atual Governador Rogério Rosso está esperando a hora certa para anunciar a sua reeleição. O PT deve abrir o olho e tomar providências. Temos que nos esforçar mais para fazer Agnelo Queiroz subir nas pesquisas. Até mesmo aliar-se ao PMDB! Chega de Roriz e suas crias no governo. Agnelo Queiroz, agora é sua vez!
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