quinta-feira, 13 de maio de 2010

Eu sou você amanhã

Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br


Hoje é dia de Lula e Dilma no programa nacional de tevê do PT. Será uma amostra grátis do que virá pela frente, depois da Copa do Mundo, quando começar a campanha da coalizão governista na telinha. Será a primeira tentativa de transferir a popularidade do presidente Lula para a candidata petista depois de sua saída da Casa Civil. A fórmula é do marqueteiro João Santana, que aposta numa solução milagrosa: em 10 minutos, Lula fará um perfil político e administrativo de Dilma, dirá que é nela que confia, e em mais ninguém, para garantir a continuidade de sua política. Uma espécie de Dilma será Lula amanhã. Será?

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A biografia da ministra não comporta maquiagens. Os retoques de assessores mais realistas do que o rei já lhe causaram dores de cabeça demais. A pecha de mentirosa ronda a campanha de Dilma. Por isso, o xis do problema é exatamente esse: ser convincente na tevê, não passar a ideia de que a candidata é uma peça publicitária, apenas.

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O programa petista vem na hora decisiva. A campanha de Dilma ainda não encontrou o eixo político e está sendo pautada por José Serra. É o caso da polêmica sobre a taxa de juros, o câmbio e o papel do Banco Central. O tucano levantou, sem querer, a discussão sobre um assunto que virou tabu em matéria de política econômica. Dilma comprou a briga, mas Serra parece que gostou. Fala sobre o bolso do cidadão. Ou melhor, para o seu coração. Seria melhor para Dilma deixar o assunto cair no vazio. Votos do mercado financeiro não ganham eleição.

Manobra

O Palácio do Planalto tenta um acordo no Senado em relação ao aumento de 7,71% dos aposentados, cuja derrubada em plenário é impossível. A proposta é trocar o veto do presidente Lula ao aumento pela manutenção do fator previdenciário derrubado pela Câmara. O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, tenta convencer o senador Paulo Paim (PT-RS) a articular o acordo.

Isonomia

Os leitores Ricardo Wagner Caetano Soares e Eustáquio Alves Lins, ainda sobre a nota “Barnabés” publicada na terça-feira, defendem o novo Plano de Cargos e Salários do Judiciário como reparação de uma injustiça. “Um analista judiciário, por exemplo, que auxilia o juiz na elaboração de despachos, decisões e sentenças, recebe inicialmente R$ 6 mil, enquanto outros integrantes do Legislativo (analista legislativo) e do Executivo (fiscais, delegados etc.) percebem inicialmente R$ 13 mil”, explica Eustáquio.

Fritura

Enquanto os candidatos ao Senado na coligação do deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), candidato ao governo fluminense, serão Cesar Maia, do DEM, e Marcelo Cerqueira, do PPS, na chapa de Sérgio Cabral (PMDB), ressurge o fantasma do senador Marcelo Crivella (PRB), preferido do presidente Lula. Já se fala em remover a candidatura ao Senado do ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Farias (PT), bombardeado por denúncias contra sua gestão na prefeitura.

Nambu

O diretor-geral da Polícia Federal, delegado Luiz Fernando Corrêa, perde apoio de antigo aliado. O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Marcos Wink, chamou o diretor de traidor, em ato público da categoria. É a velha rixa entre delegados e agentes da PF que reivindicam ocupar funções de direção, como os primeiros. Corrêa dava a entender que apoiava as pretensões, mas não comprou a briga. O caldo entornou quando a direção da Fenapef soube, em reunião no Ministério do Planejamento, que a proposta apresentada para o aumento salarial beneficiaria sobretudo os delegados.

Maraca

O Maracanã será fechado a partir de julho para as reformas com vistas à Copa do Mundo de 2014. O governador Sérgio Cabral, do PMDB, desistiu de fazer as obras com o dinheiro da iniciativa privada e pretende bancar a revitalização do velho estádio inaugurado para a Copa de 1950. Custo: R$ 670 milhões

Palanque

O tucano José Serra desembarca hoje no Recife (PE) para um encontro com o ex-governador Jarbas Vasconcelos, do PMDB, e com os caciques da coligação PSDB-DEM-PPS. Deve oficializar o seu palanque no estado, numa tentativa de neutralizar a força da coalizão governista liderada por Eduardo Campos (PSB), candidato à reeleição ao governo de Pernambuco. A chapa do peemedebista será completada pelo senador Marco Maciel (DEM), candidato à reeleição, e provavelmente pelo deputado federal Raul Jungmann (PPS), também para o Senado. O senador Sérgio Guerra, presidente do PSDB e coordenador da campanha de Serra, é candidato a uma vaga na Câmara.

Consenso/ Antes voz dissonante na aprovação do projeto da Ficha Limpa, o PT estava satisfeito com o resultado da votação que referendou a proposta. “É uma resposta à sociedade e um passo a mais na luta por maior transparência na política”, afirmou o deputado Pedro Wilson (PT-GO).

Desafio/ O delegado federal Wilson Salles Damázio deixou a direção do Departamento Penitenciário Federal. Será o novo secretário de Segurança Pública de Pernambuco. Ele chegou a ser o número dois da PF e foi o primeiro dirigente do sistema prisional da União.

Verdinhas/ “É muito fácil elogiar a exorbitante carga tributária do Brasil com dólar no bolso”, disse o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, surpreso com a defesa feita pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, da carga tributária imposta ao contribuinte brasileiro.

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