Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
Dilma Rousseff (PT) voltou a falar em reforma tributária, recuperação da capacidade de intervenção do Estado na economia e necessidade de capacitação profissional para dar sustentabilidade ao crescimento. José Serra (PSDB) subiu o tom das críticas à taxa de juros e ao câmbio, ao loteamento dos cargos do governo e à reforma tributária. Marina Silva (PV) defendeu o câmbio flutuante, o combate à inflação e mais investimentos na economia de baixo carbono. Essa foi a síntese do debate de ontem entre os três principais candidatos a presidente da República e empresários na Confederação Nacional da Indústria (CNI).
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Pautados por pesquisas de opinião e por demandas dos promotores do debate, os três candidatos revelaram diferenças de opinião e de tom que ainda são imperceptíveis ou irrelevantes para o cidadão comum. Como não debateram entre si, não ficou suficientemente claro se a oposição defende a continuidade do atual modelo ou uma mudança real de rumo.
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Foi um debate sem grandes emoções, por conta não só do formato, mas principalmente devido ao contingenciamento da oposição por um tripé mortal: o crescimento da economia, os altos índices de aprovação do governo e a popularidade do presidente Lula. Dos três fatores que favorecem a vitória de Dilma, a oposição — Serra e Marina — só pode atacar dois deles: o governo e Lula.
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Como a crítica aberta ao presidente Lula é tudo o que Dilma quer, resta aos candidatos de oposição engrossar o tom contra o governo. Mesmo assim, é uma aposta de alto risco. Serra e Marina têm medo do efeito bumerangue. Moral da história: a oposição não diz a que veio.
Amarrado//
O PP fechou com a candidatura do ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB) ao governo do Paraná. Pelo acordo, o deputado federal Ricardo Barros (PP), que foi vice-líder do governo na Câmara, ficou com uma das vagas ao Senado.
Bingo
Liderada pelo deputado Sílvio Costa , do PMN-PE, a bancada do bingo está na ofensiva. O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), lavou as mãos, e o presidente da Casa, Michel Temer, do PMDB de São Paulo, deve colocar em votação o polêmico projeto de legalização dos bingos. Estima-se em R$ 8 bilhões por ano a arrecadação a ser gerada pela jogatina, mas a Receita Federal teme que a lavagem de dinheiro seja algumas vezes maior.
Bye, bye
Os gastos de brasileiros em viagens ao exterior nos quatro primeiros meses do ano, segundo o Banco Central, somaram US$ 4,569 bilhões
Acampamento
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai ao Rio de Janeiro amanhã para reinaugurar o centenário Teatro Municipal do Rio de Janeiro, magnificamente restaurado, a convite do governador Sérgio Cabral, do PMDB. Aproveita a agenda oficial para esticar o fim de semana em Mangaratiba, na casa do aliado peemedebista.
Sem causa
Resposta do presidente do PDT do Distrito Federal, Ezequiel Nascimento, sobre a nota Rebelde, publicada ontem: “Reguffe nunca questionou, em nenhuma instância partidária, a decisão da direção nacional do PDT de se aliar ao PT na esfera nacional. Aqui no DF, o PDT caminha para uma coligação com o PT — nosso senador Cristovam Buarque vai disputar a reeleição na chapa liderada por Agnelo Queiroz — e não com o PMDB, que, até agora, não está em nenhuma chapa. Por último, como presidente do PDT-DF, garanto que o deputado Reguffe — um militante firme do trabalhismo — não corre risco de ficar sem legenda”.
Sem papo
O senador Marcelo Crivella (PRB-RJ) conta com a simpatia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas não tem a mais remota possibilidade de ganhar o apoio de Cabral. O motivo é a negociação do segundo turno das eleições municipais, quando cobrou um preço muito alto para apoiar o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB).
Barra
Virou mesmo um inferno a vida do candidato do PT do Rio ao Senado, Lindberg Farias. Além dos três pedidos de bloqueio de bens por causa de supostas irregularidades na administração de Nova Iguaçu e uma CPI na Câmara local, a prefeita Sheyla Gama (PDT) demitiu 900 apadrinhados do petista.
Gays/ A Comissão Nacional de Direitos Humanos da OAB vai encaminhar pedido aos 27 tribunais de Justiça no sentido de que seja fornecida nos cartórios escritura pública que oficializa as uniões estáveis homoafetivas.
Eleições/ Advogado constitucionalista, Erick Wilson Pereira lança hoje, no auditório da OAB-DF, o livro Direito eleitoral – interpretação e aplicação das normas constitucionais e eleitorais.
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