Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
O Brasil é a maior democracia de massas do mundo. Hoje, 135,6 milhões de eleitores vão às urnas escolher, pelo voto direto, secreto e universal, o presidente da República, os 27 governadores, 54 senadores, 513 deputados federais e 1.059 deputados estaduais. Ao contrário do que ocorre em outros países, graças à urna eletrônica, são remotas as possibilidades de fraude na votação. A apuração ocorre com total transparência, logo após a votação.
No mesmo dia da votação é possível saber o resultado das urnas. O povo escolhe seu destino. Ninguém leva o voto do eleitor puxando-o pelo nariz, ainda que sobrevivam na política brasileira certos personagens retrógrados e representantes do passado.
A Lei da Ficha Limpa, apesar da polêmica sobre sua aplicabilidade nestas eleições, é uma demonstração de que o pleito está em sintonia com as aspirações dos eleitores. Cada qual escolhe o candidato a presidente da República que deseja, o governador de seu agrado, seus representantes no Legislativo. Um voto isolado pode decidirse haverá segundo turno para a escolha do presidente da República ou do governador.
Virtudes
Entre os candidatos à Presidência da República - Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSol), com as devidas desculpas pela não citação dos demais -, não há nenhum representante das velhas oligarquias. Não há nenhum político de ficha suja, não há ninguém que tenha saudades do regime militar. Todos os candidatos a presidente da República têm um passado digno, cada qual com a sua trajetória de estudos, de trabalho e de lutas.
Contigências
Os eleitores não são obrigados a acreditar em tudo o que se fala de Dilma, de Serra, de Marina, de Plínio e dos demais candidatos. Tampouco no que eles falam de si próprios. Não precisam acreditar em todas as promessas nem desconfiar de suas verdadeiras intenções. Ninguém assume a Presidência da República livre das contingências do cargo, sem as limitações da conjuntura. Ninguém é o presidente da República que imagina ser, mas apenas o que a sociedade acredita que seja. Não se elege com um cheque em branco. É obrigado a jurar respeito à Constituição para assumir o cargo.
História
Nem o presidente Lula, do alto de sua popularidade, está livre do papel que a História lhe atribuirá. Por isso mesmo, quem quer que ganhe a eleição será obrigado a respeitar a Constituição, terá que trabalhar com um Orçamento limitado pelas vicissitudes da economia. Conduzirá o país num mundo globalizado, em permanente mudança, mas com regras de jogo multilaterais. Sua missão será dar curso à grande mudança iniciada com a redemocratização do país, em 1985, e que ainda está longe de se completar.
Desafeto
O ex-governador Anthony Garotinho do PR, será o deputado mais votado do Rio de Janeiro, com mais de 700 mil votos estimados. Pode eleger cerca de seis parlamentares, mais ou menos a mesma bancada prevista para a chapa de deputados do governador Sérgio Cabral (PMDB), seu adversário, numa coligação com 16 partidos. O segundo mais votado, ao que tudo indica, será o ex-jogador de futebol Romário (PSB), com uma estimativa de 300 mil votos.
Pressão
Presidente do Psol, Heloísa Helena passa maus bocados na disputa por uma vaga no Senado em Alagoas, onde foi ultrapassada pelo senador Renan Calheiros (PMDB), candidato à reeleição, e tem nos seus calcanhares Benedito Lira (PP), um suposto envolvido no escândalo dos sanguessugas. A disputa pelo governo estadual é liderada pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB), mas terá segundo turno contra Ronaldo Lessa (PDT) ou contra o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB).
Risco
O presidente do PPS, Roberto Freire, luta para garantir uma vaga de deputado federal por São Paulo. Precisa obter 150 mil votos
Resiste
O senador Tasso Jereissati (PSDB) ainda lidera a disputa no Ceará por uma das vagas do Senado, seguido por Eunício Oliveira (PMDB) e José Pimentel (PT). Desafeto do presidente Lula, enfrenta ex-amigos: o governador Cid Gomes (PSB), atual candidato à reeleição, e o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (PSB).
Palhaço / Em São Paulo, confirma-se o protagonismo do humorista Tiririca (PR-SP), que deve ser o deputado mais votado na coligação encabeçada pelo PT, com uma estimativa de um milhão de votos. Deve eleger de cinco a sete deputados.
Perdeu / O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Netto, que tenta a reeleição, está perdendo a disputa no Amazonas para o ex-governador Eduardo Braga (PMDB) e a deputada Vanessa Grazziotin (PCdoB). Mais um da lista de desafetos do presidente Lula.
Baixa / Fernando Pimentel (PT), ex-prefeito de Belo Horizonte, caminha para uma desastrosa derrota eleitoral. As vagas do Senado em Minas deverão ser ocupadas por Aécio Neves (PSDB) e Itamar Franco (PPS).
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