Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
O debate na TV Record de segunda-feira noite, com audiência que surpreendeu por atingir 10 pontos, deu o tom da agressividade dos candidatos a presidente da República na reta final deste segundo turno: tanto Dilma Rousseff (PT) quanto José Serra (PSDB) adotaram a tática do bateu, levou.
Em desvantagem nas pesquisas, quem primeiro subiu o tom foi Serra, numa tentativa de "desconstruir" a imagem de Dilma, única maneira de fazer com que a petista caia alguns pontos nas pesquisas. Como era de se esperar, trouxe à baila a agenda negativa da rival: os escândalos na Casa Civil, as relações com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e o atraso em obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Serra ainda se defendeu das acusações de privatista, atribuindo a Dilma as maiores privatizações do pós-sal, que é o petróleo mais fácil de ser explorado.
Essa tática é perigosa, seja porque o eleitor não gosta de baixaria na campanha, seja porque a petista não é de levar desaforo para casa. No debate, Dilma retrucou e trouxe novamente à cena eleitoral o caso do ex-diretor da paulista Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa) Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, assunto constrangedor que irrita o tucano. Para resumir a ópera, Serra impôs a Dilma um jogo de perde-perde na hora em que estão em disputa os votos dos indecisos e vacilantes. Difícil saber quem teve mais prejuízo.
Cansou
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), desistiu de mobilizar tucanos e aliados nos estados onde não há segundo turno e a oposição perdeu no primeiro round, a começar por Pernambuco. Avalia que isso somente é possível com o apoio dos governadores eleitos e, ainda assim, se os prefeitos forem bastante motivados. A turma da oposição só se mexe na presença do candidato. Depois que ele vai embora, a maioria cruza os braços.
Mandando
Os petistas José Eduardo Dutra, Antônio Palocci e José Eduardo Cardozo continuam centralizando as decisões de campanha de Dilma Rousseff. Moreira Franco (PMDB) e Ciro Gomes (PSB), representantes dos aliados, viraram bibelôs. Quando alguém quer contornar o triunvirato petista, o único caminho é conversar com o vice na chapa de Dilma, Michel Temer (PMDB), que ainda tem acesso direto à candidata, ou com o presidente Lula, se tiver cacife para isso.
Trincheiras
Os presidentes do DEM, Rodrigo Maia (RJ), e do PPS, Roberto Freire (SP), vão comandar a oposição na Câmara, caso Dilma vença as eleições, com Sérgio Guerra (PE), que se elegeu deputado federal e deixará o Senado. Nesta Casa, aliás, a oposição será comandada pelo ex-governador tucano Aécio Neves, que fará ala com José Agripino (DEM-RN), Itamar Franco (PPS-MG) e Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE). Caso Serra vença as eleições, os caciques da oposição vão ter de ceder espaço para os cardeais de sempre do PMDB.
Julgamento
Nos bastidores do Supremo Tribunal Federal (STF), a expectativa para o julgamento do recurso de Jader Barbalho (PMDB), que teve votos suficientes para ser eleito senador pelo Pará, contra a impugnação de sua candidatura com base na Lei da Ficha Limpa, é de que será uma sessão mais breve do que aquela que apreciou o caso Joaquim Roriz (PSC-DF). Naquela ocasião, houve impasse entre os ministros, com cinco votos a favor da aplicação da norma e cinco contra. A inclusão do tema na pauta de hoje não era desejada por alguns ministros.
Desempate
Um novo impasse no julgamento do caso Barbalho somente será evitado se algum ministro mudar de entendimento sobre a aplicabilidade da lei ou o presidente do STF, Cezar Peluso, invocar o voto de minerva, que lhe dá o direito de desempatar o julgamento. Outra hipótese seria o entendimento de que, havendo empate, que se mantenha a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que era pela aplicação da Lei da Ficha Limpa.
Melhores
O Prêmio Congresso em Foco encerra no próximo domingo a votação popular para a escolha dos melhores parlamentares do Congresso Nacional. Para participar, basta acessar o site congressoemfoco.uol.com.br. Participe!
Apagão
A hotelaria carioca entrou em colapso nesta semana. Na terça-feira, sem nenhum megaevento na cidade, os hotéis estavam lotados. Houve um overbooking generalizado de reservas. Quem quiser passar Natal e Ano Novo na Cidade Maravilhosa, é bom fazer logo as reservas. Carnaval, então, nem se fala. Quanto à Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, é melhor deixar pra lá.
Leitos
A cidade do Rio de Janeiro tem a mesma quantidade de leitos de hotéis que o estado do Rio Grande do Norte, que explora o turismo de forma organizada: 46 mil
Velinha / O presidente Lula comparece hoje à abertura do 27º Salão Internacional do Automóvel, no Anhembi, em São Paulo. Depois, comemora o seu 65º aniversário com a família.
MSC / Um dos problemas de Agnelo Queiroz (PT) na reta final da disputa para o Governo do Distrito Federal é o Movimento dos Sem Canetas. São candidatos derrotados que fazem parte da coligação do petista, mas que no primeiro turno namoravam uma aliança com o então candidato ao GDF Joaquim Roriz (PSC).
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