Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
O deputado Marco Maia (RS) ganhou a disputa pela vaga de candidato do PT a presidente da Câmara, mas ainda está longe de levar. Conta com o apoio do líder da bancada do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), mas ainda não conquistou a adesão do bloquinho PSB-PDT-PCdoB-PMN, que soma 81 deputados. Os aliados de esquerda pressionam o ex-presidente da Câmara Aldo Rebelo (PCdoB) para que se lance na disputa e devem se reunir hoje para discutir o assunto. Se optarem por uma candidatura própria, haverá um Deus nos acuda na base governista.
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Teoricamente, com o apoio do blocão PMDB-PR-PP-PTB-PSC, que tem 198 deputados, o candidato do PT seria imbatível. Além disso, Maia assumiu a Presidência da Câmara no lugar do futuro vice-presidente da República, deputado Michel Temer (PMDB-SP), e concorrerá à reeleição no exercício pleno do cargo, o que inibe outras candidaturas da Mesa, como a do segundo-secretário Inocêncio de Oliveira (PR-PE). Na prática, a situação é mais complicada. Há insatisfações na base com a escolha da equipe ministerial, a começar pela bancada do PMDB.
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Ontem, a cúpula do PT estava reunida para discutir o problema. O grupo derrotado por Maia, que tinha o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), como candidato, diz estar comprometido com a candidatura partidária e que vai trabalhar para que a bancada de 88 deputados permaneça unida. Na dúvida, porém, o PT já negocia o apoio da oposição. O PSDB, o DEM, o PPS e o PSol, com 111 deputados, estão muito enfraquecidos. Talvez prefiram um bom acordo à aventura de virar marisco num eventual racha da base governista.
Campanha
Marco Maia se reuniu ontem com dois protagonistas do racha na bancada que lhe garantiu a vitória contra Vaccarezza: os ex-presidentes da Câmara João Paulo Cunha e Arlindo Chinaglia (foto), ambos do PT paulista. Quer os dois na coordenação de sua campanha, com Vaccarezza.
Não deu
Ciro Gomes não aceitou o Ministério da Integração Nacional. Queria a pasta da Saúde, mas a presidente eleita, Dilma Rousseff , não deu. Prefere o petista Alexandre Padilha, que deixará a Secretaria das Relações Institucionais. O ex-prefeito de Petrolina (PE) Fernando Bezerra Coelho será o novo ministro da Integração Nacional, indicado pelo presidente do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que bateu o martelo numa reunião no Recife, domingo à noite, com os governadores do Ceará, Cid Gomes, irmão de Ciro, e do Espírito Santo, Renato Casagrande.
Aeroportos
O governo trabalha nos bastidores para impedir uma greve dos aeroviários na quinta-feira, antevéspera de Natal. Os trabalhadores querem um reajuste de 13% , enquanto as empresas aéreas oferecem 6,08%. Mesmo sem adesão dos aeronautas (pilotos e comissários), a greve pode paralisar os principais aeroportos do país.
Mínimo
O presidente Lula deve assinar, nesta semana, medida provisória aumentando o salário mínimo em R$ 30. A partir de 1º de janeiro, o valor passa a ser R$ 540
Campeão
O filme Perdão, mister Fiel, de Jorge Oliveira, que narra o sequestro e assassinato do operário Manoel Fiel Filho pelo DOI-Codi do II Exército, em 1975, faturou os prêmios de melhor roteiro e de melhor ator para Roberto de Martins no 1° Festcine de Maracanaú, no Ceará. São 10 prêmios no circuito dos festivais desde que o documentário estreou em Brasília, em novembro de 2010.
Finalmente/ O Orçamento da União para 2011 deve ser votado amanhã. O Congresso Nacional entra em recesso a partir de quinta-feira. Os trabalhos serão retomados em 1º de fevereiro, quando os novos deputados e senadores tomarão posse.
Gabinetes/ A Câmara dos Deputados distribuirá por sorteio os gabinetes que serão utilizados pelos parlamentares novatos na próxima legislatura. Será amanhã, às 10h, no auditório Nereu Ramos, com direito a transmissão ao vivo pela TV Câmara. Os deputados que ficarão sem mandato terão até 30 de janeiro para arrumar as gavetas.
Criança/ Concluída a CPI da Pedofilia, o senador Magno Malta (PR-ES) pretende emplacar logo no primeiro mês da próxima legislatura outra CPI com foco nas crianças e nos adolescentes: a os maus-tratos.
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