sábado, 25 de dezembro de 2010

Ho-ho-ho

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na sexta-feira, tinha bons motivos para comemorar seu desempenho à frente do governo por oito anos. Neste Natal, os brasileiros usufruem da criação de 15 milhões de empregos, um aumento real do salário mínimo de 67% e um volume de crédito equivalente a 48% do Produto Interno Bruto, além da construção de quase 1 milhão de moradias e o acesso à energia elétrica para mais de 2 milhões de pessoas, em 600 mil pequenas propriedades.

Esses números, a um só tempo, explicam a grande popularidade do presidente Lula e a eleição de Dilma Rousseff para a Presidência da República. José Honório Rodrigues, há 50 anos, dizia em suas Teses e antíteses da história do Brasil que todos os momentos marcantes da vida nacional aconteceram quando a União entrou em sintonia com a grande massa do povo, não lhe dando as costas para favorecer as oligarquias. Os presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek protagonizaram essa convergência; Fernando Henrique também, no primeiro mandato, mas nosegundo, sucumbiu diante da crise cambial.

Lula exagera quando renega as realizações de seus antecessores e minimiza a importância do Plano Real para os êxitos que colheu na economia. Mas, sob pena de errar nos próprios cálculos políticos, a oposição não pode ignorar que Lula jamais desconsiderou o povo ao exercer o poder. E soube enfrentar com presteza a crise econômica mundial. Também não cedeu à tentação de se tornar um caudilho e tentar mais um mandato à frente do governo, o que lançaria o país numa aventura institucional. O fato é que os brasileiros hoje comemoram um Natal bem-aventurado, como poucos na história.



Minha fé se alicerça em três fundamentos: as riquezas do Brasil, a força do seu povo e a competência da presidenta Dilma. Ela conhece, como ninguém, o que foi feito e como fazer mais e melhor`, disse Luiz Inácio Lula da Silva, em seu último pronunciamento oficial como presidente da República em cadeia de rádio e TV.

Renda

Durante o governo Lula, 36 milhões entraram na classe média. Saíram da linha da pobreza 28 milhões de pessoas.

Agenda

Segundo o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), candidato à reeleição, as prioridades da pauta de discussões da Casa são os seguintes temas: a crise cambial, o pré-sal, o piso nacional dos policiais e dos bombeiros, a redução da jornada de trabalho e a ampliação da licença gestante para 180 dias.

Adeus

O senador pernambucano Marco Maciel (DEM), ex-vice-presidente da República, despediu-se do Senado. Era o último remanescente de uma geração de políticos da antiga Arena ligados a Petrônio Portela, ex-ministro da Justiça, que protagonizaram a abertura política do regime militar. Foi um dos articuladores da eleição de Tancredo Neves para presidente da República, em 1985, quando rompeu com a Arena e fundou o antigo PFL, hoje DEM. No dia de sua despedida do Senado, o senador eleito Jorge Viana (PT), ex-governador do Acre, lamentou sua derrota eleitoral. ´Prefiro ele a alguns dos que estão chegando.`

Cargos

Delcídio Amaral (MS) e Marta Suplicy (SP) são os nomes do PT mais cotados para a Vice-Presidência do Senado, uma vez que o partido abriu mão da Primeira-Secretaria. A avaliação é de que o cargo seria uma dor de cabeça para a legenda. Com isso, o posto pode permanecer nas mãos da oposição, provavelmente do DEM. A liderança da bancada do PT também está sendo disputada. Miram essa posição o senador Walter Pinheiro (BA) e José Pimentel (CE).

Otimista

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, aposta na queda dos preços das commodities e dos alimentos para evitar uma alta dos juros em janeiro. Segundo ele, a elevação da taxa de inflação não é estrutural. O últimorelatório trimestral do Banco Central aponta para o risco da alta de preços.

Líder

Com a saída de Fernando Coruja (SC), que não concorreu à reeleição, o secretário-geral do PPS, deputado Rubem Bueno (PR), resolveu disputar a liderança da legenda na Câmara. O deputado Arnaldo Jardim (SP), vice-líder, tem apoio da maioria da bancada, mas não pretende brigar pela posição. Prefere uma solução de consenso.

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