Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
A ordem no comando da campanha de Dilma Rousseff (PT) é não baixar a guarda, evitar desgastes desnecessários — principalmente na comunicação — e montar uma agenda otimizada, na base do baixo custo político e alto desempenho eleitoral. A inexperiência eleitoral da candidata é um ponto fraco da campanha, o que não significa que os erros partam de Dilma.
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A ex-ministra da Casa Civil não tem cancha de eleições para evitar ciladas criadas por seus aliados e pela própria campanha. Um exemplo foi o comício da Cinelândia, na sexta-feira passada, no Rio de Janeiro, que reuniu apenas mil pessoas em uma passeata pela Avenida Rio Branco que partiu da Candelária com 15 mil. Tudo deu errado. Era um dia de chuva previsto pela meteorologia. O horário tumultuou o trânsito no centro do Rio e irritou as pessoas que deixavam o trabalho.
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Uma manifestação como essa antes de a campanha pegar fogo é coisa de quem não conhece sequer o Buraco do Lume, tradicional ponto de agitação política do centro do Rio. O carioca só entra com tudo na eleição nos últimos 15 dias de campanha. Antes disso, é melhor fazer passeata na orla de Ipanema ou na de Copacabana, num domingão que “deu praia”, como dizem os cariocas.
Soberba
A programação do comício teve a aprovação dos principais caciques da campanha de Dilma no Rio. Pela ordem hierárquica, o governador Sérgio Cabral (PMDB), candidato à reeleição; o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB); e o presidente do PT fluminense, deputado Luiz Sérgio (PT). Os três tinham a elástica estimativa de que poderiam mobilizar de 50 a 100 mil pessoas. Mesmo com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, são números para encerramento de campanha.
Sem defesa
O silêncio da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) no caso das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à vice-procuradora eleitoral Sandra Cureau (foto) causou mal-estar entre representantes e representados. Para integrantes do Ministério Público Federal, a entidade deveria agir em defesa da colega.
Afinada
Marina Silva (PV) se encontra hoje com investidores internacionais em Nova York, durante evento organizado pela Bovespa. Seu discurso sobre a nova economia é mais afinado com o do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, do que os do tucano José Serra e da petista Dilma Rousseff. O vice Guilherme Leal acompanha a candidata do PV. Viaja levando a nota do Ibama que o isenta de qualquer crime ambiental em sua propriedade do sul da Bahia. A denúncia, divulgada pela Ouvidoria do órgão, não tinha qualquer fundamento.
Silêncio
O governador do Ceará, Cid Gomes, frustrou toda a cúpula do PSB e a candidata petista Dilma Rousseff ontem, no seminário da legenda para discutir propostas ao programa de governo de Dilma. Não trouxe nenhuma mensagem de apoio do irmão Ciro Gomes (PSB).
Seguradora
Dois projetos impulsionaram a criação da Empresa Brasileira de Seguros (EBS): a Usina de Belo Monte e o trem-bala Rio-São Paulo. O governo quer garantir o investimento que será feito nessas duas iniciativas, que devem ultrapassar os R$ 54 bilhões
Cana dura
O delegado da Polícia Federal (PF) Ricardo Saad assumirá o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do Ministério da Justiça. Saad foi o responsável pela segunda fase da Operação Satiagraha e esteve à frente da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros da PF em São Paulo. Nesse período, chefiou as operações Castelo de Areia e Narciso — essa resultou na prisão da dona da Daslu, Eliana Tranchesi. O DRCI é responsável pela recuperação de dinheiro lavado no exterior.
Juros
O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidirá hoje a taxa básica de juros (Selic), que está em 10,25% ao ano. A expectativa do mercado é de que haja aumento de meio ponto percentual, apesar das reclamações do ministro da Fazenda, Guido Mantega. Se a montanha se mexer, pode ser menor.
Termômetro/ Esta semana devem ser divulgadas mais 19 pesquisas de intenções de voto para governadores e presidente da República em 11 estados. Além das pesquisas nacionais — Vox Populi e Datafolha —, também serão apresentados levantamentos nas seguintes unidades da Federação: Acre, São Paulo, Santa Catarina, Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Paraná e Rio de Janeiro.
Entrevistas/ Dilma Rousseff (PT) será entrevistada amanhã no programa 3 a 1 da TV Brasil, que vai ao ar às 22h do mesmo dia. Marina Silva (PV) será sabatinada na sexta-feira, no mesmo horário, ao vivo. José Serra agendou a entrevista para quinta-feira, mas ainda não confirmou. Seus assessores andam ressabiados com a imprensa desde a trombada com a jornalista Miriam Leitão. O apresentador do programa é o titular desta coluna.
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