sexta-feira, 19 de março de 2010

Palanque de Minas

Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva começa hoje uma operação para armar o palanque da petista Dilma Rousseff (PT) em Minas Gerais. Pretende conversar com o vice-presidente José Alencar (PRB) e os ministros das Comunicações, Hélio Costa, candidato do PMDB ao governo de Minas, e do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, que pleiteia a vaga de candidato a governador petista. O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, outro na disputa pela vaga do PT e integrante do alto comando da campanha de Dilma, também será ouvido.

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Lula quer fechar o acordo do PT com Hélio Costa o quanto antes. Avalia que a campanha de Dilma perde terreno por causa da indefinição, ainda mais depois que o governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), rechaçou definitivamente a proposta de ser vice do candidato tucano José Serra. A possibilidade de Costa ser o vice de Dilma está praticamente descartada. O peemedebista não abre mão de ser candidato a governador. E a cúpula do PMDB mantém a indicação do presidente da Câmara, Michel Temer (SP), para vice da petista.

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O vice-presidente José Alencar — que se considera curado do câncer nos intestinos, apesar da opinião cautelosa dos médicos —, diz que topa qualquer parada. Mas é candidato ao Senado e empurra a fila para trás. Aécio é considerado imbatível na disputa de uma das vagas no Senado. Fernando Pimentel defende a aliança com Hélio Costa. Patrus quer enfrentar Hélio Costa, mas ficará no ministério se Lula quiser.

Inconfidência

Cotado para vice de Hélio Costa, o deputado Virgílio Guimarães avalia que a posição do PT em relação à sucessão do governador Aécio Neves será decidida de cima para baixo, mesmo que contrarie as bases petistas. Lembra que já houve uma intervenção do diretório regional. “Nós rejeitamos a posição da cúpula da legenda por unanimidade, mas depois ninguém reclamou do interventor, o Bolão, que nem sei por onde anda”, conta, com ironia.

Guerra fria//

Os governistas se municiam para uma possível guerra com a oposição, caso democratas e tucanos continuem a coletar assinaturas para a CPI do Bancoop. Líder do PT na Câmara, Fernando Ferro (PE) avisa que será chumbo grosso: CPI da Alston, dos pedágios nas BRs e a CPI Mista da Corrupção no DF.

Dominado

O governo não se abalou com a convocação do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, pela CPI da Dívida Pública. Apesar de a estratégia ter ares de manobra eleitoral da oposição — que pretende ouvir Meireles antes que ele deixe o cargo, em 2 de abril, — os petistas dão de ombros. “A CPI está totalmente sob controle”, diz o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza.

Deixe-o

O líder do PPS na Câmara, Fernando Coruja, disse nesta quinta-feira que o presidente Lula adota o jargão do período dos “anos de chumbo” ao tentar desclassificar as críticas da oposição. “É uma espécie de Ame-o ou deixe-o, que é um velho discurso da época da ditadura”, relembra. Coruja acusa o Palácio do Planalto de usar e abusar de manobras para barrar as investigações envolvendo o PT.

Racha

O presidente do PT-DF, Ezequiel Nascimento, perdeu a paciência por causa da disputa entre o ex-ministro do Esporte Agnello Queiroz e o deputado Geraldo Magela pela vaga de candidato a governador: “Só podemos lamentar que os dois prefiram brigar entre si pra ver quem chega primeiro ao poder — e envolvam o PT na crise da corrupção. Deveriam se juntar aos partidos que buscam a união das forças políticas éticas e competentes para disputar a eleição contra o grupo que originou todo o escândalo do governo Arruda. O PT parece, mais uma vez, preferir o isolamento”.

Teimoso

Sem Ciro Gomes na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes, o cenário em São Paulo será mesmo o de dois palanques para a petista Dilma Rousseff. Paulo Skaf (foto), do PSB, não abre mão da candidatura a governador, apesar das pressões de Aloizio Mercadante (PT) , que não confessa, mas já se conformou com o sacrifício e será candidato a governador.

Renda

Sem PAC ou Bolsa Família como cabo eleitoral, o governo de São Paulo retomou a divulgação da ampliação do Programa Renda Cidadã. Assinado pelo governador José Serra (PSDB-SP) na última sexta-feira, o programa dobrou o benefício pago às famílias de baixa renda, que passou a ser de R$ 200

Corta essa/ O secretário-geral do PTB no estado de São Paulo, deputado Campos Machado, rechaçou as pressões do líder da bancada na Câmara, Jovair Arantes (GO), para o partido apoiar a petista Dilma Rousseff. “O PT, após a denúncia do mensalão, feita pelo nosso presidente, tentou, de todas as maneiras, desconstruir a imagem de Roberto Jefferson e, até mesmo, do nosso partido”, argumenta ao defender a coligação com Serra.

Espaço/ Para comemorar os 50 anos de Brasília, a Fundação Astrojildo Pereira inaugura hoje, às 19h, no Conic (SDS, Ed. Venâncio III, Sobreloja), o Espaço Cultural Arildo Dória, auditório multimídia com múltiplas funções. O nome é uma homenagem ao líder bancário e jornalista radicado em Brasília. No local funcionará também o Cine-clube Vladimir Carvalho.

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