Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Há um certo pânico entre os aliados do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), candidato tucano a presidente da República, principalmente os que estão fora de São Paulo. É medo do que chamam de “processo de encarnação de Lula em Dilma”, ou seja, a transferência do prestígio e dos votos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a candidata petista. As últimas pesquisas disseminaram a insegurança; a próxima poderia levar a oposição à apatia e ao desânimo. Por quê?
Analistas de pesquisas projetam um xis de Dilma em Serra nos gráficos das próximas pesquisas, a partir de uma vantagem de 30% para a petista no Norte e no Nordeste, contra uma dianteira de 10% do tucano no Sul do país. A Região Centro-Oeste estaria equilibrada, mas o cenário no Sudeste — que era amplamente vantajoso para o tucano —, mudou com a recusa de o governador de Minas, Aécio Neves, em aceitar a condição de vice de Serra. Os votos de Minas Gerais, com a forte presença de lideranças governistas no estado, migrariam principalmente para Dilma, mesmo com a promessa de forte apoio de Aécio ao governador paulista. Rio de Janeiro e Espírito Santo já seriam territórios governistas.
A situação é muito parecida com a crise da política “café com leite” da Primeira República, quando Antônio Carlos (mineiro) se recusou a apoiar Júlio Prestes (paulista), candidato de Washington Luís, o presidente deposto por Getúlio Vargas na Revolução de 30. Mas a história só se repete como farsa ou tragédia. Quais são as diferenças? Primeiro, a eleição não é a bico de pena, mas por meio de urna eletrônica. Segundo, o adversário do candidato paulista não é um gaúcho de bombachas, mas uma mineira que andou pelo Rio Grande do Sul. Terceiro, Aécio não apoia Dilma, estaria com Serra.
Gestação//
A votação da PEC que amplia para 180 dias a licença-maternidade na iniciativa privada levará mais tempo para vir à luz. Segundo o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), a medida — que já é adotada pelo serviço público — teria um impacto de R$ 1,5 bilhão
Volta
O ex-deputado distrital Carlos Alberto Torres, professor da Universidade de Brasília (UnB), voltou aos velhos tempos da agitação política. Ontem, participou de protesto contra o governador José Roberto Arruda, seu velho desafeto político, na frente do Palácio Buriti. O novo presidente do PPS-DF, Cláudio Abrantes, tenta convencer Carlos Alberto a concorrer ao Senado.
Togas
Levantamento feito pelo Anuário da Justiça 2010, lançado pelo Consultor Jurídico, com apoio da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), mostra que o presidente Lula terá a chance de nomear mais cinco ministros para o Superior Tribunal Militar (STM). Em janeiro, o general Antonio Apparicio pendurou a toga. A partir de março, os ministros Alfredo Lourenço, Sergio Conforto e Marcos Leal entram na compulsória. E a vaga de Flávio Bierrenbach, que era representante da Advocacia e se aposentou no ano passado, ainda não foi preenchida.
Cautela
O ministro da Justiça, Luis Paulo Telles Barreto, determinou todo rigor à Polícia Federal na apuração da denúncia feita pela OAB de possível vazamento de provas do último Exame de Ordem, em Osasco (SP). A principal preocupação do ministro da Justiça se baseia do fato de que os exames de admissão na própria Polícia Federal também são feitos pelo Cespe, da UnB, o mesmo que aplica as provas do Exame da OAB.
Vão
A nova sede do Governo de Minas, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, ganhou as cores vermelha e branca para simbolizar Minas e os mineiros. O imponente Edifício Tiradentes tem o maior vão suspenso do mundo, com 147 metros de comprimento.
Atômico
Governador de Sergipe, Marcelo Déda visita hoje a Usina Nuclear Angra II e o canteiro de obras de Angra III, em Angra dos Reis (RJ). O petista quer levar para o seu estado a primeira central nuclear do Nordeste, já prevista pelo governo federal. Déda quer fazer de Sergipe uma potência energética, pois produz energia elétrica (Hidrelétrica de Xingó), gás e petróleo (Petrobras), etanol e biomassa (bagaço da cana-de-açúcar). Além disso, quer produzir biodiesel e energia eólica.
Cascudo/ Ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia está na berlinda por causa dos chamados “atos secretos” da Mesa da Casa. A comissão de sindicância que analisou o seu caso aprovou sua demissão do serviço público por dois a um. Porém, o voto contrário é considerado juridicamente perfeito pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Agaciel deve pegar uma suspensão de um ano, ficando a cargo do Ministério Público dar continuidade ao caso, por decisão da Mesa do Senado.
Força/ Uma visita do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) foi o bastante para que o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), colocasse em votação a emenda constitucional que estabelece um piso salarial nacional para policiais e bombeiros. Renan disse aos líderes da Câmara que a PEC 41, de sua autoria, seria aprovada pelo Senado sem nenhum problema.
Colisão/ O PR, partido do ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, bate de frente com o PMDB do ministro Hélio Costa. Quer a vaga aberta na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), reservada para o diretor do time de basquete Universo, Jorge Bastos, indicado do senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
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