Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
A cúpula do PT, reunida ontem, aprovou uma resolução recomendando a não realização de prévias para a escolha de candidatos. O partido tem problemas para indicar os nomes que concorrerão ao Senado no Rio de Janeiro, Pernambuco e Mato Grosso, mas a confusão maior é no Distrito Federal. O ex-ministro do Esporte Agnelo Queiroz, que deixou o PCdoB para ser candidato a governador do GDF pelo PT, está sendo desafiado a disputar as prévias pelo deputado federal Geraldo Magela. Pelos estatutos da legenda, as prévias só não ocorrerão se um dos dois desistir. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá que entrar em campo para evitar a disputa.
Como a política de Brasília virou terra arrasada, o racha petista abriu a porteira para o surgimento de novas candidaturas contra Joaquim Roriz (PSC). O ex-governador do GDF aparece nas pesquisas como favorito, mas todos avaliam que será alvo fácil de denúncias quando a campanha eleitoral começar. Tanto que renunciou ao mandato de senador para não ser cassado. Seu governo seria o ovo da serpente dos esquemas de corrupção que levaram o governador José Roberto Arruda (sem partido) à cadeia e ao processo de impeachment.
Diante da confusão, o senador Cristovam Buarque (PDT), que pretende apoiar Agnelo e desestimula a candidatura do deputado distrital José Antônio Reguffe (PDT) a governador, passou a considerar a possibilidade de concorrer ao Governo do Distrito Federal. A dúvida é se a candidatura é para valer ou apenas para forçar o PT a apoiar sua reeleição ao Senado. No último caso, só fulmina as pretensões de Reguffe.
Culatra
Funcionou como um tiro pela culatra a carta de Agnelo Queiroz na qual explica o encontro reservado que teve com o homem-bomba Durval Barbosa — meses antes das denúncias —, quando assistiu e manteve sigilo sobre os vídeos da propina do GDF. Agnelo se defende do disse me disse na luta interna do PT, mas o assunto era tratado à boca miúda. Agora, virou pauta das reuniões petistas.
Poeira
O deputado Geraldo Magela resolveu pisar no barro e intensificar os contatos com os eleitores das cidades satélites. Está de olho nas pesquisas de opinião sobre as eleições no GDF. Diz que não abre mão da candidatura a governador e vai às prévias. Porém, avalia que Agnelo pode recuar. Na cúpula petista, teria mais trânsito do que o ex-ministro, cristão-novo na legenda.
Não abre
Petista histórico, Chico Vigilante não quer saber de conversa sobre um eventual roque de candidaturas no PT, com Agnelo concorrendo ao Senado e Magela ao GDF. O ex-deputado é o líder do Campo Majoritário no PT-DF e foi o artífice da entrada de Agnelo no PT.
Espera
A nova direção do DEM no DF deve sair apenas na segunda quinzena de março. Esse é o prazo que o senador Marco Maciel (DEM-PE), responsável pela reestruturação do diretório regional do DF — dissolvido no final de fevereiro — estabeleceu.
Famoso quem?
Só três brasileiros serão lembrados na história daqui a 200 anos. Um deles, certamente, será o mestre da arquitetura Oscar Niemeyer, que projetou os palácios de Brasília, patrimônio histórico mundial. Os outros dois, bem, os outros dois, deixa para lá. A propósito, como é mesmo o nome do famoso arquiteto que criticou o projeto da Cidade Administrativa em Belo Horizonte na imprensa de São Paulo?
Idosos
O Ministério da Saúde vai ampliar o fornecimento de Cadernetas de Saúde da Pessoa Idosa. Criado em 2007, o documento traz informações importantes sobre os cuidados com a terceira idade e registra o histórico de saúde e acompanhamento da pessoa com mais de 60 anos. Até o fim deste ano, a meta é entregar 19 milhões de cadernetas
Alvo/ Após acatar a imposição do partido e deixar o cargo de secretário de Transportes do DF, Alberto Fraga (DEM-DF) reassume nesta segunda-feira sua vaga de deputado federal com a artilharia voltada para o PT. Criticando o que chama de oposição fidalga, Fraga promete ocupar a tribuna para bater sistematicamente no mensalão do PT. Resta saber se os democratas na Casa vão querer falar de corda em casa de enforcado.
Polêmica/ Os senadores Adelmir Santana (DEM) e Cristovam Buarque (PDT) se digladiaram ontem no plenário do Senado. Ambos são contra a intervenção e a eleição indireta pela Câmara Legislativa de um novo governador caso haja vacância do cargo. Cristovam, porém, quer um nome apartidário. Adelmir diz que é inconstitucional, teria que ser alguém filiado a um partido, mas sem mandato distrital.
Frentão/De olho em uma das vagas ao Senado, o deputado Tadeu Filippelli (PMDB-DF) articula um frentão contra Roriz, com o PSB, o PDT, o PDS, o PV, o PRB e o PCdoB para pressionar o PT a fechar a coligação com os aliados. O PSB pleiteia a indicação do vice ou a segunda vaga ao Senado. Os demais sobraram.
Um comentário:
Está uma zorra em Brasília. Agnelo Queiroz, que viu a fitas com cenas de corrupção no GDF e não denunciou nem para polícia e nem para o PT. Suspeito não? O pior é que disse se justificou falando que não queria atrapalhar as investigações da polícia. O problema é que o encontro que ele teve com Durval Barbosa foi em junho e a investigação só começou em setembro... tudo muito suspeito. Só quem pode salvar o PT em Brasília é o Magela.
Postar um comentário