Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
Arde mais uma crise na Esplanada dos Ministérios provocada pelo mau uso de verbas públicas. Na bolsa de apostas dos políticos, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, somente sobreviverá no cargo por um milagre da política. Desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou o Palácio do Planalto, ninguém se aguentou na cadeira depois de uma série de denúncias de "malfeitos", ainda mais quando não conta com muita simpatia da presidente Dilma Rousseff.
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Presidente licenciado do PDT, Lupi se acorrenta à cadeira de ministro. Após uma conversa com o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, foi incentivado a se defender com unhas e dentes. A propósito, ao vazar a conversa, Carvalho pôs mais lenha na fogueira. É o mesmo script que defenestrou cinco ministros. O da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), deixou o cargo por idiossincrasias políticas.
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Lupi também não conta com a solidariedade plena de seu partido. Os deputados Miro Teixeira (RJ) e José Antônio Reguffe (DF) vão entrar com uma representação no Ministério Público Federal (MPF) pedindo a abertura de inquérito criminal para apurar os desvios de verbas na pasta. Discreta, a bancada no Senado estimula a iniciativa. O deputado Brizola Neto (RJ) até agora não se manifestou, mas ambiciona o comando da legenda.
Pertinho
Lupi não rodou até agora porque as denúncias contra o secretário de Qualificação da pasta, Anderson Alexandre dos Santos — acusado pela revista Veja de cobrar propina de organizações não governamentais —, não o atingiram diretamente. Porém, no Palácio do Planalto, a crise já era esperada. Ninguém defende a permanência de Lupi com entusiasmo.
Oposição
A oposição gosta do cheiro de animal ferido. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), protocolou ontem na Procuradoria-Geral da República um pedido de abertura de inquérito para investigar indícios de esquema no Ministério do Trabalho. O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira, de SP, defende o afastamento de Lupi. Ele argumenta que as supostas irregularidades estariam abastecendo partidos.
De olho
A presidente Dilma Rousseff não tem viagem internacional programada para as próximas duas semanas. Ficará por Brasília e pretende acompanhar mais de perto o andamento das principais votações no Congresso. Não quer atraso na tramitação da PEC que prorroga a Desvinculação das Receitas da União (DRU) até 2015. O dispositivo permite ao governo remanejar como quiser 20% das verbas carimbadas do Orçamento da União.
Cabo eleitoral
Duas vezes escolhido pela Fifa como maior jogador de futebol do mundo, o craque argentino Lionel Messi entrou na campanha para eleger as Cataratas do Iguaçu uma das Novas Sete Maravilhas da Natureza. Um vídeo de Messi será projetado hoje à noite na cúpula do Museu Nacional de Brasília, no qual pede votos para as Cataratas. O concurso é promovido pela New Seven Wonders.
Temporários
Começaram as contratações de Natal. A Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas prevê a criação em dezembro de 160 mil empregos temporários.
Belo Monte/ O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) retoma hoje o julgamento de uma ação do Ministério Público Federal (MPF) que questiona o decreto legislativo autorizando a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte sem a realização de consulta prévia aos povos indígenas da região.
Plebiscito/ O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) lacra o sistema de votação do plebiscito sobre a divisão do Pará na próxima quinta-feira. Acompanham o lacre autoridades do TSE, Ministério Público e das frentes envolvidas com o pleito. Depois de lacrado, o sistema só será reaberto na divulgação do resultado, que será anunciado até 12 de dezembro.
Alinhados/ O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), avisou a presidente Dilma Rousseff que toda a bancada votará a favor da prorrogação da DRU até 2015. O primeiro a confirmar a votação segundo a recomendação do governo foi o deputado fluminense Anthony Garotinho (PR), que nas últimas semanas ameaçou fazer obstrução.
Supersimples//
A presidente Dilma Rousseff sanciona na próxima quinta-feira a lei que altera o Simples Nacional. Com o Supersimples, o governo reajustará as faixas de enquadramento de micro e pequenas empresas, e de empreendedores individuais no regime tributário simplificado.
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