sábado, 8 de janeiro de 2011

De mala e cuia

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), vai mesmo para o PMDB. Faz marola em relação à convenção nacional de seu atual partido, marcada para 15 de março, apenas com o propósito de fortalecer a posição do presidente de honra da legenda, Jorge Bornhausen, e derrotar o atual presidente, deputado Rodrigo Maia (PSDB). Já fechou o seu ingresso no PMDB com o vice-presidente da República, Michel Temer. Seu propósito é ocupar o vácuo deixado pelo falecido ex-governador Orestes Quércia, que durante
30 anos comandou a seção regional do partido com mão de ferro.

Há duas fortes razões para Kassab deixar o DEM: a primeira é o fato de que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a quem derrotou na disputa pela prefeitura em 2008, continua sendo seu principal adversário político; a segunda, a intenção de migrar para a base da presidente Dilma Rousseff, ampliando o leque de apoios ao governo federal em São Paulo, de olho também nas verbas da União.

Com um partido residual em seu estado de origem, Temer ofereceu a legenda do PMDB - com muito mais tempo de televisão do que o DEM - para que Kassab seja candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Além disso, o prefeito paulistano sonha realizar um acordo com o PT pelo qual apoiaria um candidato petista à Prefeitura de São Paulo em troca do apoio petista na disputa pelo governo do estado. Parece uma troca impossível, mas Kassab e alguns caciques do PT paulista já andam conversando sobre isso.

Vai, vai

O ex-governador paulista José Serra está consciente da movimentação de Gilberto Kassab e nada fará para impedir que o prefeito de São Paulo troque o DEM pelo PMDB. A situação seria outra se o candidato do PSDB não houvesse perdido a disputa pela Presidência da República. Porém, diante do cenário político estadual, Serra nada pode fazer a não ser manter boas relações com o amigo.

Estacas

O desfecho da convenção nacional do DEM é importante para Kassab, ainda que não altere a sua baldeação para o PMDB. Se a legenda voltar ao controle de Jorge Bornhausen, o prefeito de São Paulo teria a garantia de que o PMDB e o DEM marcharão juntos para disputar o governo de São Paulo. Nesse caso, o vice-governador Guilherme Afif Domingos permaneceria na legenda. Se o grupo encabeçado por Rodrigo Maia vencer a convenção, o vice de Alckmin também pretende migrar para o PMDB.

Elite

Mesmo no recesso do Congresso, a tropa de choque petista encarregada de garantir a reeleição do atual presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), atua intensamente nos estados. Os ex-presidentes da Casa Arlindo Chináglia (PT-SP) e João Paulo Cunha (PT-SP) têm se reunido com as lideranças partidárias em busca de apoio para Maia. André Vargas (PT-PR), Odair Cunha (PT-MG), Paulo Teixeira (PT-ST) e Fernando Ferro (PT-PE) também. Janete Pietá (PT-SP) cuida da bancada feminina no Congresso.

Candela

Para economizar energia, até 2016, o Ministério de Minas e Energia vai retirar do mercado 147 modelos de lâmpadas incandescentes, de quatro fabricantes diferentes, responsáveis pela iluminação de 80% das residências do país. O mercado brasileiro hoje consome 100 milhões de lâmpadas fluorescentes compactas e 300 milhões de lâmpadas incandescentes.

No sal

Na posse da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula deu atenção especial ao novo governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT). Ao abraçar o petista, fez questão de dizer que o novo ocupante do Palácio do Buriti precisará de muito apoio do governo federal e também de uma boa dose de sorte. ´É o governo que está em pior situação em todo o país`, disse Lula.

Ativo

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, voltou à ativa ontem com críticas à presidente Dilma Rousseff e ao ex-presidente Lula. Da primeira, disse que montou um ministério precário, que é palco de disputas fisiológicas; do segundo, que é exibicionista e não deveria ter pedido ao Itamaraty os passaportes vermelhos emitidos para seus filhos

Um comentário:

Mari Ceratti disse...

Agora há pouco, vindo para o plantão, parei o carro em um sinal e ouvi a seguinte conversa entre os dois ocupantes do carro ao lado -- aparentemente, um morador daqui e um turista com sotaque gaúcho:

- E o Buriti é o quê?
- A gente vai passar lá daqui a pouco. É o palácio do Arruda, aquele que roubou dinheiro.