Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo |Santos
O Metrô de São Paulo é um orgulho para os tucanos paulistas. Nas campanhas eleitorais, aparece como um "case" de competência administrativa e de exemplo de investimentos em transporte de massa. As denúncias dos petistas contra os tucanos na administração do Metrô nunca colaram. Pois bem, ontem, a Linha Vermelha do Metrô parou de funcionar. Foi o caos para milhares de usuários do sistema de transportes a onze dias das eleições.
Uma blusa teria impedido a porta de um vagão de fechar entre as estações Pedro II e Praça da Sé. Um passageiro acionou o dispositivo de emergência e a composição parou. Todas as demais foram paralisadas com o desligamento da rede elétrica. O episódio gerou pânico, muita gente passou mal nos vagões lotados e sem ar condicionado. No sufoco, foram danificadas 17 composições.
As imagens de passageiros caminhando ao longo da linha férrea ou retirados das estações em macas deram à campanha do petista Aloizio Mercadante uma bandeira muito mais forte do que a crítica aos pedágios das excelentes estradas paulistas. O incidente assustou a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), que ainda mantém cinco pontos de vantagem em relação à soma das intenções de votos dos demais candidatos. É o fato novo e inesperado das eleições em São Paulo. Segundo os petistas, pode, inclusive, levar a disputa pelo Palácio dos Bandeirantes ao segundo turno. Para reduzir o desgaste, o governo paulista decidiu que o Metrô funcionará de graça na manhã de hoje.
Sabotagem
Responsável pela campanha de José Serra (PSDB) na internet, Soninha Francine (PPS) foi a primeira a reagir na rede: "Metrô de São Paulo tem problemas na proporção direta da proximidade com a eleição.
Coincidência? #SABOTAGEM # valetudo # medo", disparou no Twitter. Questionada sobre a teoria conspiratória, insistiu na tese: "Sugiro não, afirmo. A incidência de problemas nas últimas semanas é completamente fora da curva. Trens, plataformas, escadas...". Passando do setor de transporte para a saúde, Soninha chegou a afirmar que estão faltando medicamentos até no Hospital das Clínicas porque, há um mês, o SUS reduziu o fornecimento de remédios para São Paulo". Seu post foi o assunto mais comentado no Twitter.
Gran finale
Dilma Rousseff (PT) bateu o martelo: o comício de encerramento da campanha será mesmo no dia 27, segunda-feira, em São Paulo, no Sambódromo. Motivo: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer matar um coelho e meio no fim da campanha: garantir a vitória da petista no primeiro turno e catapultar Aloizio Mercadante para o segundo turno. O tucano José Serra fará o encerramento de sua campanha no mesmo dia, no Moinho Santo Antônio, na Mooca, onde foi criado.
Caruru
Depois de gravar em Fortaleza, a candidata petista Dilma Rousseff também colheu imagens para o seu programa eleitoral no Farol da Barra, em Salvador. Aproveitou para meter a colher nas eleições baianas: "Nesse instante, eu tenho apoio claro ao governador Jaques Wagner", declarou. Depois da gravação, Dilma foi convencida pelo marqueteiro João Santana a comer caruru. É uma crença dos baianos de que o prato típico é abençoado.
Casuísmo
Os verdes se mobilizam para alterar o artigo 22 da Medida Provisória 497/2010, editada antes da campanha eleitoral. O texto alterou a incidência da Cofins em diversos tipos de produtos industrializados - entre eles os cosméticos - equiparando fabricante a atacadista para efeitos de cobrança do imposto. A mudança proibiu industriais donos da própria distribuidora a taxarem as mercadorias quando elas saem da indústria, momento em que os preços são mais baixos. Entre os prejudicados, está a Natura, do candidato a vice-presidente de Marina Silva (PV), Guilherme Leal (PV). A MP será votada depois do primeiro turno.
Dâmocles
O Supremo Tribunal Federal (STF) julga hoje a constitucionalidade do pedido de impugnação da candidatura do ex-governador Joaquim Roriz (PSC), candidato ao governo do Distrito Federal enquadrado na Lei da Ficha Limpa por ter renunciado ao mandato de senador para evitar a cassação. A defesa de Roriz acredita num placar favorável por 6 a 4.
Título
Termina amanhã o prazo final para os eleitores procurarem os tribunais regionais eleitorais para fazer a reimpressão do título eleitoral. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, participarão destas eleições 135,8 milhões de eleitores.
Cnfusão /
Os candidatos proporcionais da chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) decidiram manter o nome do ex-governador paulista Orestes Quércia nos panfletos eleitorais. Temem que o voto do peemedebista que desistiu da candidatura acabe migrando para o apresentador Netinho de Paula (PCdoB), que já lidera a disputa pelas vagas do Senado.
Bancada / A cúpula do PCdoB acredita na possibilidade de eleger três senadores - além de Netinho de Paula (SP), Vanessa Grazziotin (AM) e Edvaldo Magalhães (AC) - e de 15 a 18 deputados federais. Uma das apostas é o advogado Messias de Souza, no Distrito Federal.
Petróleo / O presidente Lula pretende visitar, em 29 de setembro, dia do Petróleo, a empresa Landulfo Alves, uma refinaria histórica da Bahia. Na ocasião, a empresa também comemora 60 anos de existência. Quer passar o rodo nos desafetos da política baiana.
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