quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Todo dia na telinha

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br

A cobertura diária da campanha eleitoral pelos telejornais — a começar pelo Jornal Nacional, da TV Globo — deixou de cabelo em pé os marqueteiros de Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV). Agora, todo cuidado é pouco. Um comentário machista que foi parar nos noticiários televisivos tirou Ciro Gomes do páreo na campanha eleitoral para a Presidência de 2002.

Para se ter uma ideia de como será daqui por diante, com o devido desconto por seu apoio ao candidato do PSDB, basta ler os comentários do ex-prefeito carioca Cesar Maia (DEM) no seu Ex-Blog de ontem. Ele é uma espécie de voyeur da campanha dos outros. Veja o que disse sobre os presidenciáveis:

Dilma — “Pareceu com mais peso. Como sempre, gaguejou (…) e falou o óbvio que não dá para lembrar.” Marina — “O conteúdo foi muito bom. Só não se sabe por que um rosto tão fechado. (…) E, no final, ao terminar a fala, fechou ainda mais, olhando para baixo.” Serra — “Se preparou para seu tempo na TV. Trouxe a fala na ponta da língua (…) e falou com expressão suave.”

Tunga

O novo marco regulatório para exploração de petróleo no Brasil, com a adoção do regime de partilha, garantirá mais dinheiro para a União e menos para os estados e os municípios, pois reduzirá a arrecadação dos impostos que o governo federal é obrigado a repartir. Segundo os economistas José Roberto Afonso e Kleber Pacheco Castro, o corte de recursos compartilhados será de R$ 12,3 bilhões

Confiante

Apesar das pesquisas desfavoráveis, o candidato do PT ao governo de São Paulo, senador Aloizio Mercadante, desfilou confiante ontem pelo Senado. Ele aposta todas as fichas nos militantes petistas de São Paulo. A última pesquisa do Ibope apontou a vitória de Geraldo Alckmin (PSDB) para o governo do estado com 50% das intenções de votos, enquanto Mercadante apareceu com 14%.

Gasolina

Segundo uma raposa felpuda do DEM, se a campanha de José Serra não começar a irrigar a corrida eleitoral dos candidatos do DEM e do PPS com materiais e recursos nos estados, daqui a pouco o tucano ficará sozinho na sua empreitada em busca do Palácio do Planalto. O estouro da boiada dos prefeitos de Pernambuco, terra do coordenador-geral da campanha de Serra, senador Sérgio Guerra (PSDB), pode se repetir em outros estados.

Culatra

O líder do PSDB na Câmara, o deputado baiano João Almeida, está amargando as consequências do projeto de sua autoria que disciplinou as doações de campanha. Até o momento, ele contabiliza o recebimento de R$ 80 mil em doações. Almeida afirma que a iniciativa dificultou as doações legais, mas não inviabilizou as ilegais, o que, segundo ele, torna a disputa desproporcional.

Berlinda

A Mesa Diretora da Câmara deve decidir hoje o destino do deputado Jerônimo Reis (DEM-SE). Ele teve o mandato cassado pela Justiça devido à prática de improbidade administrativa enquanto era prefeito do município de Lagarto (SE). O caso já teve parecer do corregedor-geral da Casa, deputado Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA), que recomendou o imediato cumprimento da decisão judicial, mas foi suspenso por um pedido de vista do deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP). Hoje, os deputados retomam a discussão da cassação.

Civismo

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Ricardo Lewandowski, está aliviado com a desmobilização dos servidores da Justiça Eleitoral que andaram ameaçando entrar em greve durante as eleições. O ministro visitou alguns tribunais regionais para explicar as dificuldades para se aprovar os reajustes exigidos pela categoria nos estados. Os servidores prometeram ao ministro que trabalharão nas eleições.

Devagar

A semana de esforço concentrado na Câmara será devagar, devagarinho. Os deputados só devem votar duas medidas provisórias — uma que flexibiliza os empréstimos do BNDES para os municípios e outra que cria a Empresa Brasileira do Legado Esportivo. O governo tenta evitar a votação em segundo turno da PEC que estabelece um piso salarial para os policiais de todo o país.

Fronteira/ O secretário nacional de Segurança Pública substituto, Alexandre Aragon, disse ontem no Senado que o combate ao tráfico de drogas entre a Bolívia e o Brasil envolverá 16 instituições de segurança e as Forças Armadas. Todas atuaram recentemente na Operação Gênesis, entre 19 e 27 de julho, que mobilizou 450 policiais em 28 municípios de Mato Grosso. Foram presos 42 traficantes.

Vigilância/ Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, o órgão está investindo R$ 348 milhões na área de inteligência e na instalação de cinco bases do Veículo Aéreo Não Tripulado (Vant), com três aeronaves que farão o monitoramento contínuo das fronteiras.

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