quarta-feira, 11 de agosto de 2010

O “já ganhou”

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br

Alimentado pelas pesquisas de intenção de voto favoráveis a Dilma Rousseff, graças à transferência de prestígio do presidente Lula, pelos níveis de aprovação do governo e pela situação da economia, o discurso da inevitabilidade da vitória está na ponta da língua dos petistas. E o da infalibilidade do presidente Lula na condução da campanha também. E assim será, para desespero da oposição, até o dia da eleição.

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A esperança da oposição é que o eleitor não pode ser puxado pelo nariz. Mas é puro iluminismo tucano acreditar que somente Serra sabe tudo o que é melhor para o Brasil. Serve para a definição dos programas de tevê, da agenda e da forma de lidar com os aliados nos estados, mas não para desobstruir gargalos da campanha. Que o digam Jarbas Vasconcelos, candidato do PMDB ao governo de Pernambuco; Fernando Gabeira, candidato do PV no Rio de Janeiro; e Paulo Souto, candidato do DEM na Bahia — todos com um rosário de queixas em relação ao tucanão.

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O “já ganhou” petista se diverte. As críticas da oposição ao hegemonismo do PT, às alianças com os velhos oligarcas, à partidarização de órgãos e serviços públicos e à cooptação das agências da sociedade civil pelo governo são irrelevantes. A política brasileira é assim mesmo, tripudiam. Afinal, o governo sempre esteve a serviço dos adversários do PT, até ser capturado pelo voto por Lula. É o troco, justificam os petistas.

Recursos//

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pretende intensificar o trabalho. Até o próximo dia 19, os ministros têm que julgar todos os recursos contra as decisões de impugnação dos tribunais eleitorais dos estados. São 3 mil em todo o país, alguns de grande repercussão eleitoral.

Torcidas

Mauro Paulino, diretor do Datafolha, resolveu responder aos críticos dos resultados do instituto — o último registrou um empate técnico entre os candidatos José Serra e Dilma Rousseff. Argumenta que a reação é igual à que aconteceu quando o tamanho das torcidas do Corinthians e do Flamengo foi avaliado pelo Datafolha. Na próxima sexta-feira, será divulgado mais um levantamento do instituto. A aposta dos concorrentes é de que haverá a confirmação da petista à frente do tucano.

A missão

O candidato do PRTB à Presidência, Levy Fidelix, é aquele que propõe a construção do “aerotrem” ligando o Rio a São Paulo, entre outros projetos arrojados. Dono de um pequeno partido, já traçou sua estratégia para a tevê. Elogiará o governo Lula o tempo todo. E descerá o sarrafo no tucano José Serra.

Necessidade

O ex-ministro Ciro Gomes (PSB) desceu dos tamancos e procura os aliados petistas. Quer o apoio da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, e do candidato ao Senado, José Pimentel, ex-ministro da Previdência, ao governador Cid Gomes (PSB). A preocupação de Ciro com a reeleição do irmão aumenta por causa do crescimento da candidatura do ex-governador Lúcio Alcântara (PR), que também compõe a base de Dilma Rousseff.

Ponto

Rui Costa Pimenta, candidato do PCO ao Palácio do Planalto, reeditará na tevê o velho bordão de sua campanha anterior: “Quem bate cartão não vota em patrão”. O fundador e presidente do pequeno Partido da Causa Operária acusa o governo Lula de não deixar um legado histórico de conquistas para os trabalhadores, como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais.

Prateleira

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa não pretende mesmo ceder às pressões de alguns de seus colegas para que se afaste definitivamente do tribunal em razão de suas prolongadas licenças para tratamento de saúde. Amanhã, pretende reaparecer de toga em plenário para dar sequência ao processo do mensalão. Barbosa é relator de 11.726 processos

Para todos/ Dilma Rousseff evitará gravar programas com políticos de estados com dois palanques. Nessas unidades da Federação, a candidata deve gravar mensagens dedicadas a cada um, mas sem aparecer no vídeo com eles. Nem a Bahia deve ser exceção.

Bastidores/ Vice na chapa de Dilma, Michel Temer (PMDB) atua nos bastidores para fortalecer o apoio à presidenciável nos estados onde candidatos do PMDB apoiam José Serra. A agenda de Temer está tão independente de Dilma que o peemedebista foi a Minas para um encontro com empresários e voltou para Brasília antes da realização do comício de Hélio Costa (PMDB) com a presença do presidente Lula. O estado não é problema.

Perigo/ A Procuradoria Regional Eleitoral no Maranhão encaminhou um recurso contra o registro de candidatura de José Sarney Filho (PV), o Zequinha Sarney. Ele havia sido atingido pela Lei da Ficha Limpa, mas foi beneficiado pelo Tribunal Regional Eleitoral do estado e conseguiu se candidatar para disputar o cargo de deputado federal.

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