Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
luizazedo.df@dabr.com.br
É falsa a conclusão de que não houve um vencedor no debate da TV Bandeirantes, na noite de quinta-feira passada, quando a audiência chegou à média de três pontos no Ibope. O veterano político democrata-cristão Plínio de Arruda Sampaio, candidato do PSol à Presidência da República, faturou as duas horas de debate.
Plínio foi brevíssimo nas perguntas e comentários. Seco, foi o mais provocativo e bem-humorado. E surpreendeu pelo esquerdismo quase juvenil, embora, aos 80 anos, seja o mais velho dos candidatos a presidente da República. Evitou o “politicamente correto” e insistiu em temas polêmicos que envolvem as relações entre trabalho e capital (jornada de 40 horas) e de propriedade privada (reforma agrária).
No mais, José Serra (PSDB) não demoliu Dilma Rousseff (PT) e Marina Silva (PV) se comportou como boa evangélica. Plínio foi quem salvou o debate da monotonia. Por isso mesmo, bombou no Twitter junto à garotada. E por que, então, leva as batatas? Ora, Plínio pertence a um pequeno partido e quase não tem tempo de televisão. É o anticandidato desta eleição.
Já ganhou
Os petistas saíram exultantes do debate entre os presidenciáveis. Na avaliação do presidente do PT, José Eduardo Dutra, Dilma provou que é capaz de enfrentar Serra e isso garante um equilíbrio de forças na tevê que somente favorece a petista, já que ela lidera as pesquisas de intenção de voto e tem o apoio do presidente Lula. Os momentos em que gaguejou, fugiu da pergunta ou mostrou um ar autoritário, para o petista, não têm a menor importância e podem ser corrigidos nos próximos debates.
Confiança
O marqueteiro de José Serra, Luiz González, se deu por satisfeito com o desempenho do candidato do PSDB. No tracking (pesquisa em tempo real feita por telefone) da campanha, o tucano teria se saído melhor porque partiu para a ofensiva contra a petista Dilma Rousseff em alguns momentos, como no caso do corte de verbas do Ministério da Educação para as Associações de Pais e Amigos de Excepcionais (Apaes). O tucano foi mais confiante, falou de sua gestão nos governos de São Paulo e de Fernando Henrique Cardoso.
Chance para o azar
O próximo debate na tevê aberta confirmado até agora está marcado para 12 de setembro, na Rede TV! Serra, Dilma, Marina e Plínio Sampaio garantiram presença. A MTV tenta marcar um debate para 24 de agosto, mas Dilma ainda reluta. Na campanha, a orientação ainda é evitar entrevistas e debates sempre que possível.
No solo
Depois do caos nos voos, os passageiros da Gol correm o risco de um pandemônio ainda maior: a greve dos pilotos marcada para 13 de agosto ganha cada vez mais força. A empresa cresceu em meio à crise da aviação civil, tratando aeronautas como rodoviários, mas o pessoal de bordo agora resolveu exigir mais respeito aos direitos trabalhistas.
Babel
O Google vai digitalizar o maior número de livros do mundo. O nome da biblioteca virtual será Google Books. Um levantamento feito pela gigante da internet inventariou cerca de 129 milhões de títulos
Socorro
Foi criado um grupo de trabalho para “aliviar” a tarefa do ministro da Integração Nacional, João Santana, na liberação de recursos para as áreas afetadas pelas enchentes. O Palácio do Planalto resolveu dar um basta nas lamúrias dos prefeitos baianos que sofreram com catástrofes no início do ano e que até agora não receberam recursos. Por trás do atraso está a disputa entre o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB), que ainda controla a pasta, e o governador Jaques Wagner (PT). Ambos concorrem ao Palácio de Ondina.
Reforço
O vice de Dilma Rousseff, Michel Temer (PMDB), trabalha para, nas próximas semanas, reforçar o apoio à petista em três estados onde o PMDB tem candidato próprio ou está na chapa concorrente. Em Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB) tem larga vantagem sobre Zeca do PT nas pesquisas. No Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT) está na frente de José Fogaça (PMDB). Em Santa Catarina, Eduardo Pinho Moreira (PMDB) é vice de Raimundo Colombo (DEM), e está na disputa com Ideli Salvatti (PT) pela segunda posição, enquanto Angela Amin (PP) lidera as pesquisas.
Corda
A estratégia do ex-governador Joaquim Roriz — que está com o pescoço na forca na Justiça Eleitoral — é mesmo esticar a corda. Não pode desistir da candidatura em favor de sua filha Jaqueline Roriz sem explodir a coligação com o PSDB e o DEM, a não ser que seja uma decisão às vésperas do pleito. Por isso, Roriz pretende recorrer em todas as instâncias e manter seu nome na lista de candidatos ao Governo do Distrito Federal.
Pegou/ Presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante avalia que a Lei da Ficha Limpa será aplicada em todo o território nacional. “Veio, pegou, é constitucional e, para o bem da sociedade brasileira, já está sendo aplicada às próximas eleições.” Segundo ele, decisões de Tribunais Regionais Eleitorais que estão liberando candidatos chamados fichas sujas “serão corrigidas” pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Apoio/ Está prevista para a semana que vem uma viagem do diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, para Haiti e El Salvador. Na ocasião, serão firmados acordos de treinamento de policiais especializados para os dois países. O Brasil chefia uma missão de paz no Haiti, que ainda tenta se reconstruir após terremoto que devastou o país no início do ano.
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