Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
Não convidem para a mesma mesa o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima. A mesma precaução deve ser tomada em relação ao diretor de Exploração da empresa, Guilherme Estrella, e a diretora da ANP Magda Chambriand, responsável pela fiscalização da exploração e produção de petróleo.
Os quatro protagonizam a crise de confiança entre os dois órgãos causada pela interdição da Plataforma P-33 na Bacia de Campos, litoral do Rio de Janeiro, por falta de condições de segurança. A ANP considera "obsoletas" as análises de riscos da plataforma. A Petrobras argumenta que foram atualizadas em 2007 e estaria válida até 2012, "seguindo as melhores práticas internacionais".
O problema é que a Petrobras não dá conta da manutenção completa de suas 150 plataformas, muito menos a ANP tem condições de fiscalizá-las. A maior parte dos equipamentos utilizados nas plataformas é importada e falta gente qualificada para fazer a manutenção nos prazos exigidos. Tanto é assim que plataformas com muitos anos de serviço às vezes precisam ser recauchutadas no exterior.
Soberba
Desde a CPI da Petrobras, que deu com os burros n'água, Gabrielli se acha acima do bem e do mal. Despacha diretamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e não dá a menor bola para os diretores da ANP, nem para o Ministério de Minas e Energia. A casa só caiu por causa das denúncias do Sindipetro-RJ à Delegacia Regional do Trabalho de Macaé, que chegou a interditar a plataforma por falta de segurança, mas teve a medida sustada por uma liminar da Justiça em favor da empresa. O sindicato, então, recorreu à ANP e à Marinha.
Acidentes
Segundo o Sindipetro-RJ, a P-33 apresenta problemas em indicadores de pressão, pisos escorregadios, diversas tubulações com reparos provisórios e vasos de pressão sem válvulas de segurança. Além disso, sofreu dois acidentes recentemente: um vazamento de gás em maio e a explosão de uma válvula em julho, que a Petrobras manteve em sigilo. A estatal alega que opera com 50 trabalhadores a menos, e por isso alterou o cronograma de manutenção dos últimos dois meses.
Jogo duro
O líder do DEM na Câmara, o deputado catarinense Paulo Bornhausen, ameaça frustrar o esforço concentrado convocado pelo governo para a próxima semana. Avisa que o único acordo é pela votação do segundo turno da PEC nº 300, que estabelece um piso salarial para os policiais de todo o país, o que o governo é contra. Enquanto a regulamentação da Emenda nº 29 - que destina recursos para a saúde - não for colocada em pauta, a oposição promete barrar todas as pretensões do governo.
Jaleco
O candidato do PT ao Governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, que é médico, foi escalado pela cúpula do PT para falar sobre a política de saúde no programa de tevê de Dilma Rousseff. Ele gravou seu depoimento ontem.
Voando
Segundo dados do Ministério do Planejamento, este ano foram criados 21.357 novos cargos para o Poder Executivo. A Aeronáutica lidera a lista, com a abertura de 13.745 vagas
Mui amigo
Saia justa no candidato do PSDB à Presidência da República durante o debate entre os concorrentes ao governo de São Paulo. Na plateia, José Serra quase morreu de espanto ao ver o tucano Geraldo Alckmin afirmar que, em 1995, quando o governador Mário Covas (PSDB) assumiu o Executivo paulista, o estado estava quebrado. Os ex-governadores Orestes Quércia (PMDB), que também acompanhava o debate, e Luiz Antônio Fleury Filho (PTB) foram os responsáveis pela crise. Ambos saíram no meio do debate.
Entubado / O ex-deputado José Janene (PP-PR) está internado na UTI do InCor, em São Paulo. Suspeito de ser o verdadeiro dono dos 360 mil euros encontrados pela Polícia Federal escondidos na cueca do empresário Enivaldo Quadrado, no Aeroporto de Cumbica, em dezembro de 2008, está na fila dos transplantes por causa de uma insuficiência cardíaca congestiva grave (grau IV).
Persistente / O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, desembargador Rui Ramos Ribeiro, ameaçou usar a força policial se a decisão de afastar o deputado José Geraldo Riva (PP) da Assembleia Legislativa não for cumprida. O parlamentar foi cassado por compra de votos e captação ilícita de recursos, mas continua no comando da Casa.
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