Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
O presidente Lula decidiu investir nas candidaturas regionais. Hoje à noite, sobe no palanque do governador da Bahia, Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, para tentar viabilizar sua eleição no primeiro turno. O comício será na Praça Castro Alves, em Salvador, com a candidata petista Dilma Rousseff a tiracolo. Antes, participará de inaugurações ao lado de Wagner. Pretende deixar muito claro que o petista é seu candidato - está se lixando para a candidatura de Geddel Vieira Lima (PMDB), candidato a governador à sua revelia. Bom para o concorrente do DEM, Paulo Souto.
Outros três colégios eleitorais estão entre as prioridades da ofensiva de Lula: São Paulo, Minas e Rio Grande do Sul. Seus ataques ao candidato tucano ao Palácio dos Bandeirantes, Geraldo Alckmin (PSDB), para forçar o segundo turno, foram um tom acima: falou mal de São Paulo, mais ou menos a mesma coisa que esconjurar o Brasil na atual conjuntura. Quem vai pagar a conta é o candidato petista Aloizio Mercadante.
A partir do momento em que a petista Dilma Rousseff ultrapassou o candidato tucano a presidente da República, José Serra, em Minas, virou obsessão de Lula derrotar Aécio Neves (PSDB). Reeleger o governador Antonio Anastasia (PSDB) passou a ser uma questão de vida ou morte para o ex-governador mineiro. No Rio Grande do Sul, Lula entrou de cabeça na campanha de Tarso Genro (PT). Neutro na disputa presidencial, José Fogaça (PMDB) sabe que enfrentará Dilma e Lula no segundo turno e terá o apoio da governadora tucana Yeda Crusius, que estará fora da disputa.
Muitas frentes
A consolidação do favoritismo de Dilma Rousseff nas duas primeiras semanas de propaganda eleitoral na tevê - o que confirmou a capacidade de Lula de transferir votos - fez o presidente deixar de lado a velha máxima de concentrar forças contra o inimigo principal. Ao tentar acuar Geraldo Alckmin e derrotar Aécio Neves, Lula força a unidade dos tucanos. Em São Paulo e em Minas, enfrentar a ofensiva do presidente da República passou a ser uma questão de sobrevivência. No caso da Bahia e do Rio Grande do Sul, Lula resolveu interferir numa disputa entre os aliados do PMDB que apoiam Dilma e têm projetos próprios de poder. Embora a força bruta na política tenha muita eficácia, sempre deixa sequelas.
Indigestos
Dilma Rousseff não tem previsão para visitar dois estados que são motivos de dor de cabeça para a campanha: Maranhão e Alagoas. Nesses locais, o partido faz alianças com adversários históricos do PT. No Maranhão, o apoio é para Roseana Sarney (PMDB); e em Alagoas, se confirmada a impugnação de Ronaldo Lessa (PDT), a parceria será com o ex-presidente Fernando Collor (PTB).
Poderoso
Vice-presidente do PT, Rui Falcão, que havia se desgastado no episódio do suposto dossiê contra o PSDB, reassumiu com força total o comando da comunicação na campanha de Dilma Rousseff. Aliado do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, Rui defende que a candidata petista reduza o nível de exposição à mídia para evitar erros que possam provocar uma queda nas pesquisas.
Carta branca
O deputado federal Alfredo Kaefer (PSDB-PR) acusa o Palácio do Planalto de limitar a fiscalização do Congresso Nacional e do Tribunal de Contas da União (TCU). Ele critica o veto do presidente Lula a 603 ações do Anexo de Metas da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). De acordo com o secretário adjunto de Planejamento e Procedimentos do TCU, Marcelo Eira, os vetos mostram falta de planejamento do governo e dificuldade no estabelecimento das prioridades do Orçamento de 2011.
Aparelho
Alguns servidores do Senado andam se queixando de correspondências enviadas pelo ex-diretor-geral da Casa Agaciel Maia pedindo votos para as eleições deste ano. Agaciel é candidato a deputado distrital no DF pelo PTC. Os funcionários desconfiam que o ex-diretor do Senado usou o banco de dados da Casa para conseguir nome e endereço dos antigos colegas.
Surpresa
O comando da campanha petista a cada dia se surpreende mais com as novas adesões de políticos após o início da corrida eleitoral. Embora não possa rejeitar apoio político, Dilma está com dificuldades para prestigiar os aliados de última hora que flertavam com a oposição.
Sentinela
O ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, apresenta hoje, na Polícia Federal, o primeiro balanço da Operação Sentinela, que, além da PF, envolve as Forças Armadas, a Força Nacional de Segurança Pública, o Ibama e a Polícia Rodoviária Federal. Um balanço preliminar da PF aponta que, em cinco meses de ação nas regiões de fronteiras do país, foram apreendidas 40 toneladas de maconha e presas 1028 pessoas
Pirataria / O Conselho Nacional de Combate à Pirataria e Delitos Contra a Propriedade Intelectual (CNCP), órgão presidido pelo Ministério da Justiça, assina hoje um acordo de cooperação técnica com o Governo do Distrito Federal. A parceria é para promover uma série de ações conjuntas de combate à pirataria no âmbito do projeto Cidade Livre de Pirataria. O foco é a Feira do Paraguai.
Acomodação / A Secretaria do Patrimônio da União tenta uma solução para o problema dos barraqueiros de Salvador, cujos estabelecimentos foram colocados abaixo por ordem judicial e do prefeito João Henrique (PMDB). Teme-se que os prejudicados façam uma manifestação no comício de hoje à noite.
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