Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 01/09/2012
A crise está instalada na campanha do tucano José Serra (PSDB), que
perdeu o favoritismo da disputa pela prefeitura de São Paulo para Celso
Russomano (PRB) e, agora, corre o risco de ser ultrapassado por
Fernando Haddad. Com 20% das intenções de voto, o tucano está 11 pontos
atrás do primeiro colocado e apenas quatro à frente do terceiro. Ficar
fora do segundo turno era impensável para o comando de sua campanha,
que sempre trabalhou a imagem de Serra como líder da disputa.
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No ninho tucano, a explicação predominante para o que está
acontecendo é a contaminação da candidatura de Serra pela má avaliação
do prefeito Gilberto Kassab. Sua administração é criticada pela maioria
dos candidatos. Até mesmo os adversários de Serra dentro do partido
avaliam que não há como desvincular a imagem dele da de Kassab.
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O pior é que o prefeito de São Paulo também não pode fazer muita
coisa para melhorar a situação, exceto cuidar mais do dia a dia da
cidade. Em períodos de campanha eleitoral, ações de marketing
institucional são proibidas. É uma espécie de abraço de afogado.
Overdose
Há mais problemas na candidatura Serra, porém. Talvez a presença dele
nessas eleições seja uma espécie de overdose eleitoral. Além de
colecionar desafetos para se impor como candidato, nos últimos dez anos
Serra disputou quatro das cinco eleições realizadas. O PSDB estava
fazendo o dever de casa, com quatro pré-candidatos que disputariam as
prévias da legenda. O tucano empurrou a fila para trás e removeu três .
Depois, derrotou o secretário estadual de Energia, José Aníbal, que é
deputado federal licenciado pelo PSDB.
Emoções
O candidato José Serra (PSDB) se emocionou ao visitar a sede da Apae,
na Vila Clementino, zona sul de São Paulo. Falou com os olhos marejados
após palestra na entidade que cuida de pessoas com deficiência
intelectual. É a primeira imagem não produzida de sua campanha, que
procura apresentá-lo como um homem jovial aos 70 anos, soltando pipa e
andando de bicicleta. Outro dia, quase caiu de um skate.
Rejeição
A parcela do eleitorado que não quer a volta de Serra à prefeitura de São Paulo, segundo o DataFolha, subiu de 38% para 43%
Energia/ /
Vem aí uma redução de cerca de 30% do custo da energia
para a produção industrial. O anúncio deve ser feito na próxima semana,
quando a presidente Dilma Rousseff anunciará as novas regras para
renovação das concessões de energia elétrica.
Roque
As cúpulas do PT e do PCdoB estão conversando sobre a situação nas
capitais onde as duas legendas tem candidatos concorrentes em posições
assimétricas. Em Fortaleza, o petista Elmano de Freitas tem 15% das
intenções de voto, enquanto o senador Inácio Arruda, do PCdoB,
tem apenas 7%. Em Porto Alegre, a comunista Manoela D"Ávila empatou
tecnicamente com o primeiro colocado, o prefeito José Fortunatti (PDT),
com 32% das intenções de voto, enquanto o petista Adão Villaverde tem
7%.
Código/ A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse ontem
que houve diálogo entre ela, a ministra de Relações Institucionais,
Ideli Salvatti, e a presidente Dilma Rousseff sobre o acordo do governo
com a oposição para aprovar o texto da medida provisória do Código
Florestal Brasileiro. Segundo ela, o governo não cedeu aos ruralistas.
Reservas/ A Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI) decidiu
pedir ao governo federal que revogue a Portaria 303 da Advocacia-Geral
da União (AGU). Publicada em 17 de julho, a portaria estende para
todos os processos de demarcação de terras indígenas as 19 condições
estabelecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2009, para
aprovar a manutenção da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do
Sol em terras contínuas.
Intervenção/ A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu,
ontem, intervir em oito empresas controladas pelo Grupo Rede Energia:
as distribuidoras Cemat, Celtins, Enersul, Força e Luz do Oeste (PR),
CNEE, EEB, Caiuá e Vale Paranapanema. A Celpa, do mesmo grupo, não foi
incluída na intervenção.
Lição de casa
O ministro do Planejamento nos governos Médici e Geisel, João Paulo
Reis Velloso, aproveitou a reunião do Conselho de Desenvolvimento
Econômico e Social, na quinta-feira, para entregar à ministra da Casa
Civil, Gleisi Hoffmann, um livro sobre modelos de infraestrutura
do país. Muito respeitado nos meios acadêmicos e empresariais, Reis
Velosso é um dos pais do modelo econômico adotado pelos militares, o
tripé capital estrangeiro — capital nacional — participação do Estado.
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