domingo, 30 de outubro de 2011

Cavalo de pau

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, ri por último. Deu um cavalo de pau na política monetária, reduzindo os juros quando a inflação subia, e foi duramente criticado pelo mercado e a oposição. Supostamente, provocaria mais inflação. O que se viu foi o contrário: a inflação está caindo.


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A presidente Dilma Rousseff assumiu a liderança da equipe econômica e bancou a redução acelerada dos juros como estratégia de combate à recessão. Com a substituição de Henrique Meirelles por Tombini, promoveu inédita sintonia entre o Ministério da Fazenda e o Banco Central. Isso não ocorria desde a gestão do ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, com Armínio Fraga na presidência do BC.

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Com isso, o mercado já dá como certa a redução da taxa de juros (Selic) de 11,5% para 11% na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O governo quer reduzir os juros a menos de 8,75% em 2012, com a meta de inflação de 4,5%. Caso isso ocorra, os juros reais ficarão entre 3,5% e 4%. Será o suficiente para manter o fluxo de investimentos externos e, em contrapartida, aliviar bastante as contas públicas, preservando os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Limonada


Quem torcia pelo "quanto pior, melhor", perdeu: o presidente do BC, Alexandre Tombini, acertou na dose do remédio. Ele dotou um modelo alternativo de cálculo da inflação chamado "Samba" para fazer do limão a limonada. Alguns bancos já projetam uma taxa de juros de 10% nas compras do Natal.

No bolso

A grande vilã da inflação em 2011 será a gasolina. O aumento pode chegar a 6,7%

Não abre

A senadora Marta Suplicy resolveu pagar pra ver se o ministro da Educação, Fernando Haddad — novamente às voltas com problemas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) —, consegue emplacar sua candidatura à prefeitura de São Paulo, mesmo com o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ex-prefeita avalia que chegará à convenção do PT como franca favorita nas pesquisas e amplo apoio da militância petista.

Recursos

Uma das metas do relator da reforma do Código de Processo Civil (CPC) na Câmara, Sérgio Barradas, do PT-BA, é reduzir a possibilidade de recursos protelatórios em ações judiciais. Na avaliação do parlamentar, o mecanismo é uma das principais causas de congestionamento do Poder Judiciário. O Poder Executivo, com toda a estrutura da Advocacia-Geral da União, responde por 73% dos recursos judiciais em andamento.

Bolsa

Técnicos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) estudam os impactos da crise na renda dos mais pobres. A proposta é dar um benefício fixo de R$ 70 para cada pessoa abaixo da linha da pobreza, não importa a renda nem o número de crianças por família. Hoje, cada criança recebe R$ 30, com limite de cinco menores por família.

Hermanos//

 A presidente Dilma Rousseff tem viagem prevista para a Venezuela em 3 e 4 de dezembro. Participará da reunião de Cúpula América Latina e Caribe (Celac). O compromisso estava previsto para o primeiro semestre, mas teve de ser adiado por causa do tratamento a que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, foi submetido. Ele está com câncer.

Troco/ O PSD do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, foi o partido que recebeu a menor fatia do fundo partidário distribuído mensalmente para todas as legendas registradas no TSE, apesar de contar com dois senadores e 55 deputados. Dos R$ 25,7 milhões repassados às bancadas, o PSD recebeu apenas R$ 42,4 mil, mesmo montante pago ao também recém-criado PPL.


Cofre/ PPS, PSol e PSL estão sem receber recursos do fundo partidário por problemas na prestação de contas.

Suspeita/ O Tribunal de Contas de União investiga supostas irregularidades na construção da nova sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-5) na Bahia. Além de suspeitas de superfaturamento no decorrer da obra, a Corte decidiu investigar o convênio de natureza especial entre a Caixa Econômica Federal e o TRT-5, no valor de R$ 320 milhões.

Cúpula/ A presidente Dilma Rousseff parte para Cannes, na França, na terça-feira, onde participa de encontro do G-20. Dilma chega ao evento defendendo o reforço de apoio financeiro à Zona do Euro.

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