quarta-feira, 27 de abril de 2011

Abacaxi pra descascar

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, contrariou os parlamentares da base na reunião de ontem da Comissão Mista do Orçamento: anunciou que o governo vai dar mais quatro meses aos prefeitos e aos ministérios para processar as emendas parlamentares incluídas nos restos a pagar, que somam R$ 9,8 bilhões. A pressão era para o pagamento imediato.


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São emendas aos Orçamentos da União de 2010, de 2009 e de 2008. Em dezembro do ano passado, o então presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, incluiu essas despesas nos restos a pagar com a ressalva de que seriam canceladas se os pagamentos não fossem efetuados até 30 de abril de 2011.

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O abacaxi ficou para a ministra do Planejamento descascar. Logo ela, que tem como missão executar um corte de R$ 50 bilhões no Orçamento da União. “Nós resolvemos passar um pente-fino para entender a situação de cada um deles”, justificou Miriam Belchior. Supostamente, prefeitos e ministérios terão mais tempo para o processamento dos projetos.

Aleluia

Não foi à toa que o deputado Eduardo Cunha, do PMDB-RJ, comemorou o sábado de Aleluia num restaurante chique de Paris, o La Tour d’Argent. Ele emplacou o amigo Fabio Ferreira Cleto na Vice-Presidência de Administração, Loterias Federais e Gestão de Fundos da Caixa Econômica Federal (CEF), cargo antes ocupado pelo hoje ministro de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco. Cunha costurou a indicação na bancada fluminense do PMDB. E Cleto apresentou currículo irretocável de atuação no mercado financeiro.

Mais três

Ex-presidente do PT, o deputado Ricardo Berzoini (SP) tem mesmo razão para ficar jururu com a perda de influência na Caixa Econômica Federal. Além de Ferreira Cleto, o PMDB emplacou mais três representantes na cúpula da CEF: Geddel Vieira Lima , vice-presidente de Pessoa Jurídica; Fábio Lenza, vice-presidente de Pessoa Física, indicado pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP); e Sérgio Pinheiro Rodrigues, vice-presidente de Gestão de Pessoas, indicado pelo senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA).

Homenagem//

 Hoje, às 10h, no auditório do antigo Arquivo Nacional, na Praça da República (Centro), o governo do Rio de Janeiro realizará cerimônia pública em reparação aos que foram presos e sofreram violências em dependências do estado durante a ditadura militar. Inúmeros ex-presos políticos receberão uma homenagem e os pedidos públicos de desculpas por parte do governador Sérgio Cabral (PMDB).

Cascuda

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira (foto), deu o tom das propostas defendidas pelo governo na reforma do Código Florestal que tramita no Congresso durante reunião com os líderes da base e o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS), ontem. Em determinado momento, a ministra pediu a palavra e falou em nome do governo. Deixou os colegas em dificuldades para fechar um acordo com o relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Também participaram do encontro os ministros da Agricultura, Wagner Rossi; do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence; e de Relações Institucionais, Luiz Sérgio.

Falta pouco

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), ainda tem esperança de um acordo para votar o novo Código Florestal na próxima semana. “No começo, havia divergências em mais de 20 pontos. Depois, reduzimos a 11. Agora, temos quase consenso em três e duas divergências. Então, vai ser fácil chegar a um acordo”, avalia Vaccarezza.

Armas

Será lançada em 6 de maio a nova campanha nacional de desarmamento. O objetivo do Ministério da Justiça é recolher o maior número de armas em todo o Brasil. Os valores da indenização podem variar de R$ 100 a R$ 300, de acordo com o tipo de material. Será garantido anonimato a quem se dispuser a entregar sua arma de fogo.

Visita

Presidida pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), a Comissão de Meio Ambiente do Senado recebeu ontem a visita do subsecretário-geral da ONU e diretor executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner, para tratar das negociações da Rio 20. “A presença dele, máxima autoridade mundial em meio ambiente, foi uma oportunidade única para que o Senado comece a debater o assunto”, disse Rollemberg.

Suposição

Segundo o senador Romero Jucá (PMDB-RR), acusado de suposto desvio de verbas federais alocadas para o município de Cantá, a denúncia feita contra ele pelo Ministério Público Federal em Roraima (MPF) não teria fundamento. A gravação na qual um empreiteiro fala do esquema não o cita diretamente. Jucá deve ser julgado amanhã pelo Supremo Tribunal Federal (STF

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