terça-feira, 1 de março de 2011

Operação de risco

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

Está tudo certo para a formação de um novo partido sob a liderança do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), e sua posterior e quase imediata desintegração para engordar o PSB. Mas a operação tem um porém: faltou combinar com os zagueiros, ou melhor, com a ex-prefeita Luiza Erundina e o deputado Gabriel Chalita. Estrelas eleitorais do PSB na capital paulista, ambos anunciaram que pretendem deixar a legenda caso a operação seja consumada. Essa intenção coloca em xeque a candidatura de Chalita à Prefeitura de São Paulo.


Gilberto Kassab pretende deixar o DEM no fim de março para fundar o Partido Democrático Brasileiro (PDB). Ironicamente, a sigla aparece no filme Tropa de elite 2, quando o mesmo trata das relações entre policiais corruptos e políticos sem escrúpulos. Na vida real, a nova sigla será tão fictícia como nas cenas da película, pois logo depois haveria uma fusão com o PSB.

A manobra de Kassab virou uma operação de risco, pois enfrenta resistências generalizadas e pode ser obstruída na Justiça. O PT paulista curte a confusão criada pelo prefeito de São Paulo no DEM, no PSDB e no PPS, que temem sofrer uma grande sangria, mas não embarcou de verdade na iniciativa. O vice-presidente Michel Temer, que tirou o gênio da garrafa ao convidar Kassab a ingressar no PMDB, também já puxou o freio de mão. A criação do partido está sendo bancada por Kassab e pelo PSB. O Palácio do Planalto, por enquanto, só observa.

Reforma

A Comissão de Reforma Política do Senado deve realizar hoje a sua primeira reunião para definir os temas que terão prioridade nas discussões. O presidente da Casa, José Sarney (foto), do PMDB-AP, deseja que o projeto esteja pronto até 8 de abril. O eixo do debate são as mudanças no sistema eleitoral e no regime de funcionamento dos partidos.

Cortes

Líderes do PSDB e do DEM, respectivamente, os deputados Duarte Nogueira (SP) e ACM Neto (BA) desceram o sarrafo nos cortes no Orçamento da União anunciados ontem pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, entre eles o de R$ 5,1 bilhões no programa Minha Casa, Minha Vida. A dotação orçamentária de R$ 12,7 bilhões para 2011 foi reduzida para R$ 7,6 bilhões, uma tesourada de 40%. Segundo a oposição, também entraram na navalha os programas de Inclusão Digital (R$ 419,3 milhões); Engenho das Artes (R$ 188,4 milhões); e Ciência, Tecnologia e Inovação para Inclusão e Desenvolvimento Social (R$ 183,8 milhões).

Julgamentos

Com a posse do ministro Luiz Fux (foto) no Supremo Tribunal Federal (STF), na próxima quinta-feira, a Suprema Corte terá na agenda pelo menos quatro temas polêmicos: os casos pendentes da Lei da Ficha Limpa, a extradição do ex-ativista italiano Cesare Battisti, o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo e a autorização do aborto de crianças anencéfalas.

Adin//


Partidos que votaram contra a fixação do salário mínimo por decreto, PPS, PV, PSDB e DEM ingressam hoje com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir que o aumento do piso dos trabalhadores brasileiros seja definido até 2015 pela presidente Dilma Rousseff via decreto, sem a necessidade de aprovação do Congresso.

Mínimo

Entrou em vigor o novo salário mínimo de R$ 545

Azebudsman/ Bravo por causa da nota intitulada Pidão, publicada no domingo passado, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) puxou-me as orelhas ontem da tribuna do Senado. Ao contrário do que foi erroneamente publicado, não votou a favor do salário mínimo de R$ 545, como queria o governo, mas dos R$ 560 propostos pelo DEM em emenda ao projeto aprovado pela Câmara dos Deputados.

Homologação/ O Senado vota hoje as indicações de Altamir Lopes e Sidnei Marques, respectivamente, para as diretorias de Administração e de Liquidação e Controle de Operações de Crédito Rural do Banco Central.

Cadastro/ Ficou para hoje o sorteio dos municípios que terão urnas biométricas nas próximas eleições e cujos eleitores serão recadastrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Crack/ O secretário de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do DF, Alírio Neto (PPS), lança hoje o projeto Lua Nova, em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e a Associação Lua Nova. Prestará atendimento a jovens grávidas e usuárias de crack, proporcionando-lhes tratamento de dependência, recuperação social e geração de renda.

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