sábado, 27 de abril de 2013

Pobre Marina Silva

Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo
Correio Braziliense - 24/04/2013

O PT fechou o cerco a Marina Silva e seu novo partido, o Rede Sustentabilidade. O rolo compressor na Câmara funcionou, ontem, para derrubar as emendas que adiam, para depois das eleições, a vigência da lei que impede a transferência do tempo de televisão e dos recursos partidários correspondentes aos mandatos dos parlamentares a nova legenda à qual aderirem.

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A medida também deve inibir a formação do Solidariedade, partido que está sendo organizado pelo deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força. Supõe-se que o MD de Roberto Freire, fruto da fusão do PPS com o PMN, escapou por um triz da decisão, mas certamente esse assunto somente será decidido na Justiça.

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Ontem, os senadores petistas Jorge Viana (AC), Eduardo Matarazzo Suplicy (SP), Wellington Dias (PI) e Paulo Paim (PT), que haviam se solidarizado com a ex-petista e colega de Senado, foram enquadrados em uma reunião de bancada, que fechou questão a favor da restrição à formação de novos partidos. A decisão foi praticamente imposta pelo Palácio do Planalto. Sem tempo de televisão, Marina corre o risco de definhar na campanha eleitoral, a não ser que se filie a outro partido. Especula-se que estaria negociando a volta ao PV, mas hoje a tendência majoritária dessa legenda é apoiar a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

Colateral
O efeito colateral do jogo bruto do governo está sendo a construção de laços de solidariedade de Marina Silva com os pré-candidatos do PSDB, o senador Aécio Neves, e do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Ambos lideram as articulações para tentar impedir ou protelar a aprovação da medida no Senado, assim como o fizeram na Câmara. Ontem, Marina reuniu-se com representantes de diversos partidos, no gabinete do senador Pedro Simon (PMDB-RS), para organizar a resistência.

Perigo
Essa aproximação de Marina Silva com Aécio Neves e Eduardo Campos é ruim para a presidente Dilma Rousseff. Nas eleições de 2010, a ex-senadora acreana assumiu uma posição de neutralidade no segundo turno. A maioria dos seus votos migrou para Dilma. À frente dos demais candidatos de oposição nas pesquisas de intenção de votos, Marina está sendo empurrada para os braços de Aécio e de Campos. No primeiro turno de 2010, obteve 19,6 milhões de votos, ou seja, 19,33% do total.

Chocalho/ 
A substituição do caxixi, instrumento de palha milenar utilizado por comunidades indígenas e adotado na capoeira, pela “caxirola”, instrumento de plástico inventado pelo músico Carlinhos Brown , faz parte da linha de produtos oficiais patrocinados pela Fifa. Se vai pegar é outra história…

Rio + 20/
 As consequências da Rio + 20 serão debatidas pela Comissão de Relações Exteriores e pela Comissão do Meio Ambiente do Senado, na sexta-feira, com especialistas de diversos países.

Planos de saúde

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participa de audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal, nesta quarta-feira, 24 de abril. Deve anunciar novas medidas da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para a fiscalização das operadoras de planos de saúde.

De bem com a vida

A presidente Dilma Rousseff estava prá lá de satisfeita, ontem, na inauguração da exposição “O Olho que Ouve”, com 19 telas pintadas, além de três instalações, por Carlinhos Brown, no Palácio do Planalto. Quebrou o protocolo e deu 20 minutos de entrevistas.

Morde e assopra// No programa de tevê do PSB, o governador Eduardo Campos pretende pegar leve com a presidente Dilma Rousseff. Fará críticas pontuais ao seu governo, principalmente, à falta de planejamento em alguns setores e ao estilo de gestão. Vai ao ar amanhã.

No sal
O discurso de Jorge Viana (foto), do PT-AC, no Senado, chamando de “casuísmo”” e “oportunista” a nova lei que restringe a criação de novos partidos, motivou o fechamento de questão a favor da lei na bancada petista. Viana e Marina Silva são aliados no Acre. Um rompimento entre eles comprometeria a reeleição do governador Tião Viana(PT), irmão de Jorge.

Reforço

O PMDB fluminense bateu o martelo: Jorge Picciani, seu presidente, anunciou ontem que o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, será o vice na chapa de Luiz Fernando Pezão. Como Sérgio Cabral está cada vez mais convencido a concorrer ao Senado, Pezão provavelmente disputará a eleição no cargo de governador.

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