Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 11/03/2012 |
Às vésperas da realização da Rio+20 — prevista para junho e que já tem confirmada a participação de 79 delegações —, o Brasil ainda não tem um documento base para apresentar no evento. O mundo mudou, a crise econômica dos países desenvolvidos pôs em destaque a posição dos emergentes, o eixo da globalização se deslocou do Atlântico para o Pacífico e o Itamaraty ainda não se reposicionou em relação à nova ordem mundial, que é polarizada por uma superpotência em crise, os Estados Unidos, e outra em ascensão, a China.
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Em visita ao Brasil, o secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), Sha Zukang, deu o tom das dificuldades para a implementação da economia verde. "Ainda não conseguimos nos livrar da sombra das crises financeiras." A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, apostou no feijão com arroz: "Não é uma conferência para carimbar documentos e dizer que aprovamos. Queremos caminhos concretos, de resultados", destacou.
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O futuro do Brasil está sendo desenhado pela nova divisão internacional do trabalho, na qual a posição dos Estados Unidos está assegurada pela produção de conhecimento e tecnologia e a da China, como maior produtora mundial de bens de consumo. O Brasil navega seguro, num mar proceloso, mas como principal produtor de alimentos e matérias-primas. O que salvará a nossa indústria, a velha ou nova economia?
Colateral
A indefinição da situação do PR no Ministério dos Transportes — o Planalto insiste em manter Paulo Sérgio Passos no posto — é combustível para o rompimento com o PT paulistano. O mesmo caminho está sendo tomado pelo PDT de Paulinho da Força, que na sexta-feira emplacou o pedetista Carlos Andreu Ortiz na Secretaria do Trabalho do governo Geraldo Alckmin (PSDB).
Ecumênico
O vice-presidente Michel Temer, do PMDB, viajou para Boston (EUA), onde fez uma palestra no Massachusetts Institute of Technology (MIT), em companhia do líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), e dos deputados Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) e Arnaldo Jardim (PPS-SP). Os assuntos a bordo foram a rebelião no Congresso e as eleições de São Paulo.
De cadeira
A presidente Dilma Rousseff disse ao vice-presidente Michel Temer que não faz nenhuma objeção à candidatura do deputado Gabriel Chalita do PMDB, à Prefeitura de São Paulo, muito menos pretende se envolver na disputa, principalmente no primeiro turno.
Chicana// A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) vai ao Supremo Tribunal Federal barrar a renovação das concessões das exploradoras de energia elétrica, que o governo pretende renovar sem fazer novos leilões. O Executivo Federal teme que os chineses desnacionalizem o setor. |
A presidente Dilma Rousseff substituiu o comando do Ministério do Desenvolvimento Agrário porque Afonso Florence era o lanterninha da Esplanada no quesito competência. O deputado Pepe Vargas
(PT-RS), que assumirá a pasta, pertence à mesma tendência petista, a antiga Democracia Socialista, mas é amigo de Dilma. Há outros na fila para sair da equipe por fraca atuação.
Nuclear
Hoje, em vários pontos do planeta, será ouvido um alerta aos governantes contra as usinas nucleares.
É o Dia de Ação Global Fukushima 2012, cidade do Japão na qual quatro reatores se fundiram e lançaram quantidade não dimensionada de material radiativo no ar e no mar. Em consequência, foram removidas das proximidades dos reatores 100 mil pessoas
Mais rígido/ O Diário Oficial da União de amanhã estabelece novas regras e critérios para apoio aos programas do Ministério do Turismo. Só os eventos com mais de três anos de realização serão apoiados.
Os projetos terão de ser apresentados com, pelo menos, 50 dias de antecedência do início da execução.
Receitas/ Oito projetos de lei complementar tramitam na Câmara para regulamentar novos critérios de distribuição dos impostos federais entre os estados, o chamado Fundo de Participação dos Estados (FPE). A questão é urgente e coloca em xeque o pacto federativo. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que os critérios têm que ser revistos até o fim deste ano, para assegurar o equilíbrio entre os estados. A revisão deveria ter ocorrido há mais de 20 anos. A atual lei foi considerada inconstitucional.
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