Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, já havia jogado a toalha no fim de semana. Comunicou ao seu padrinho político, o vice-presidente da República, Michel Temer, que pretendia entregar o cargo. Foi aconselhado a não cair com o barulho da bala e esperar a presidente Dilma Rousseff decidir seu futuro. O argumento era aquele mesmo que nunca funcionou: pedir demissão seria reconhecer a própria culpa.
Pressionada pela cúpula do PMDB e aconselhada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidente Dilma resolveu dar uma sobrevida ao ministro da Agricultura, mantendo-o no cargo. Rossi ardeu na pira das denúncias no meio da Esplanada até a tarde de ontem.
A inércia nas relações entre Dilma e o PMDB manteve-o no cargo por mais alguns dias, repetindo o fenômeno que prolongou as agonias do ex-ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, e do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento. E acabou como sempre: mais um ministro carbonizado depois de ter a vida pública completamente devassada.
Vai mal
Muito incômodo na bancada do PMDB com a desenvoltura do líder Henrique Eduardo Alves (foto), do RN, em defesa do ministro do Turismo, Pedro Novais, e do ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi. A avaliação dos descontentes é de que o discurso do líder do PMDB reposicionou o partido como uma legenda visceralmente comprometida com o fisiologismo.
Parceiro
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (foto), do PSDB, surpreendeu o Palácio do Planalto com a boa vontade com que tem incorporado a administração paulista aos programas sociais do governo federal. O tucano agarrou com as duas mãos todos os projetos assistencialistas da União. Dilma lança hoje o Brasil Sem Miséria em São Paulo, ao lado do governador paulista.
Carinho
A senadora Marta Suplicy (PT-SP) reuniu-se ontem com a presidente Dilma Rousseff. Dois assuntos indigestos estiveram na pauta: a prisão do ex-presidente da Embratur Mario Moisés e as eleições em São Paulo. Marta avalia que o primeiro assunto está sendo manipulado para prejudicá-la em função do outro.
Reflexão
O senador Magno Malta (PR-ES), um dos mais inconformados com a saída do senador Alfredo Nascimento do Ministério dos Transportes, tirou uns dias para pensar e adotou a tática do silêncio. Andou se estranhando com colegas de bancada antes de o PR anunciar o rompimento com o governo.
Poder//
A presidente Dilma Rousseff resolveu incluir o vice-presidente Michel Temer no seu estado-maior, quebrando o monopólio do grupo petista que a cerca. A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, deixou de ser a interlocutora do governo junto à bancada do PMDB.
Copa
Levantamento feito pelo deputado Otávio Leite (PSDB-RJ) revela que o montante gasto pelo governo federal em turismo nos oito primeiros meses de 2011 foi de R$ 105,2 milhões. Levando em conta que o orçamento da pasta é de R$ 3,7 bi, o total gasto é de apenas 2,83%
Berlinda/ O vice-líder do governo na Câmara, deputado Luciano Castro (PR), entregou o cargo e aguarda a sua demissão. O Planalto está evitando adotar medidas mais radicais para não consolidar o rompimento definitivo com a bancada.
Pizza/ A deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF) está preparando os últimos ingredientes da pizza que a livrará em plenário da cassação recomendada pelo Conselho de Ética da Casa. Por onde passa, pede apoio aos colegas.
Cassação/ O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PDT-BA), recebeu a indicação de três nomes para relatar o processo de cassação do deputado Valdemar da Costa Neto (PR-SP). Araújo deve escolher entre Waldenor Pereira (PT-BA), Chico Lopes (PCdoB-CE) e Fernando Francischini (PSDB-PR). PPS e PSol deram entrada no pedido do processo de cassação.
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