quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Cabeça a prêmio

Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos

O ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), anda mesmo com a cabeça a prêmio. A presidente Dilma Rousseff já conversa com o presidente do PP, senador Francisco Dornelles (RJ), sobre sua situação no ministério. A propósito, caso Negromonte não se sustente no cargo, Dornelles só não será o novo titular da pasta se não quiser. Como se diz muito cansado, quem já ocupa o primeiro lugar na fila é o senador Ciro Nogueira (PP-PI).


As denúncias da revista Veja de que Negromonte estaria tentando manter o controle da liderança da bancada na Câmara por meio da cooptação de deputados é considerada uma "não conformidade" pela presidente Dilma Rousseff. Na linguagem cifrada da burocracia, isso significa prática em desacordo com as boas regras da administração. Na gíria da Câmara, é chamado de "mensalinho" do PP, um zum-zum-zum que já se ouvia pelos corredores da Casa.

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O fogo amigo está na origem da crise. O líder Nelson Meurer (PR) foi substituído no cargo pelos parlamentares descontentes com sua atuação, que o trocaram por Aguinaldo Ribeiro (PB). Negromonte quis derrubar o novo líder, mobilizando apoio para o deputado José Otávio Germano (RS) assumir o cargo. Teria, segundo a revista, oferecido R$ 30 mil a cada deputado que participasse da jogada. Três recusaram a proposta e vazaram para a imprensa. Detalhe: o grande aliado de Negromonte é o ex-deputado Pedro Corrêa, que tenta voltar à Presidência do PP.

Blefe

O senador Aloysio Nunes Ferreira (foto), do PSDB-SP, descartava ontem a possibilidade de ser candidato à Prefeitura de São Paulo, como supostamente gostaria o governador tucano Geraldo Alckmin, com o objetivo de recompor as alianças de seu grupo com o ex-governador José Serra (PSDB) e o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSB). Para convencer os amigos, disse até que pretende morar em Brasília e viajar somente a cada 15 dias para o estado.

Postal

Os deputados aprovaram ontem a medida provisória que autoriza a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) a criar subsidiárias e adquirir o controle acionário ou participar de outras companhias. Houve protestos dos funcionários da ECT. A oposição tentou impedir a mudança. O relator da matéria foi o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).

Ampliado

Presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante (foto) apoia a proposta do decano do STF, ministro Marco Aurélio de Mello, de duplicar o número de integrantes do STJ para ajudar na agilidade processual. Além disso, o presidente da OAB considera importante que o STF deixe de ser um tribunal que analise questões que não são constitucionais. "Enfim, precisamos discutir o funcionamento da Justiça brasileira, a gestão, e não acabar com o direito de defesa do cidadão", argumenta.

Na fila

Governador da Bahia, o petista Jaques Wagner admitiu que pode ser candidato à Presidência da República em 2014. Após almoço com empresários paulistas, Wagner disse que entra no páreo se Dilma não quiser a reeleição e Lula também não desejar o cargo. "Não vou conspirar", garante, ao explicar que pretende apenas guardar o seu lugar na fila.

Surpresa

O líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), foi pego de surpresa com a informação de que o líder do PR, Lincoln Portela (PR-MG), havia assinado o requerimento para a criação da CPMI da Corrupção. Vaccarezza preparava-se para conceder uma entrevista sobre os acordos de votação na Casa quando foi surpreendido com a notícia. Meio sem jeito, disse que a assinatura era legítima, já que o PR não faz mais parte da base aliada.

Fôlego

Com a assinatura do líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), são 119 os deputados que apoiam a CPMI da Corrupção. O líder do PSDB, Duarte Nogueira (SP), acredita que a iniciativa serve como estopim para que deputados da base aliada endossem o requerimento. Faltam apenas 8 assinaturas

Assinou// A assinatura do líder do PR, deputado Lincoln Portela (MG), no requerimento que pede a criação da CPMI da Corrupção, serviu como um banho de água fria na reconciliação que vinha sendo construída entre o partido e o governo no Congresso.



Cassação/ Dos três deputados sorteados para serem relatores do processo de cassação do colega Valdemar Costa Neto (PR-SP) no Conselho de Ética da Câmara, apenas Fernando Francischini (PSDB-PR) é da oposição. Os demais parlamentares são os governistas Chico Lopes (PCdoB-CE) e Waldenor Pereira (PT-BA). Francischini acredita que dificilmente será escolhido relator.


Patroa/ Durante audiência na Câmara, ontem, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, alegou total desconhecimento em relação aos gastos de campanha de sua esposa, a ministra chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, nas eleições para o Senado. Bernardo disse que não tem acesso nem à conta de luz de casa.




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