segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O resto é conseqüência

Luiz Carlos Azedo

Aconteceu o que já era esperado: a petista Dilma Rousseff foi eleita presidente da República. Durante todo o segundo turno, apesar do susto inicial, manteve sua dianteira na disputa com José Serra (PSDB).
Como conseguiu abrir uma vantagem estratégica na última semana de campanha, foi beneficiada também pela desmobilização de eleitores de oposição que preferiram ir à praia ou curtir outras paragens.
A causa já estava perdida.
Quem ganhou a eleição foi o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com elevados índices de popularidade e de aprovação de sua administração. Esse prestígio foi transferido maciçamente à petista, que nunca antes disputara uma eleição.
Lula ganhou, quem leva é Dilma - legitimamente, pelo voto nas urnas.
Dilma superou todos os obstáculos que surgiram no caminho. Enfrentou o experiente candidato tucano em vários debates sem baixar a guarda. Curou-se de um câncer que quase a tirou da eleição.
Por que venceu? Ora, a correlação de forças lhe era mais favorável: economia em expansão, renda em alta, governo bem avaliado, amplo apoio de forças políticas e movimentos sociais. Fez campanha em céu de prigadeiro, apesar do bombardeio que sofreu.
À oposição restava apenas a bandeira da ética.
E agora, o que fará?
Primeiro, precisa montar sua equipe ministerial sem lotear a Esplanada. O PT, o PMDB, o PSB e os demais aliados estão de goela aberta.
Segundo, organizar de forma satisfatória a sua base no Congresso, o que depende do perfil da coalizão de governo.
Terceiro, realizar ajustes na política econômica para enfrentar o problema cambial, o déficit nas contas públicas e manter a inflação sob controle.
O resto é conseqüência.

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