Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deu sua cartada decisiva ontem para continuar à frente da pasta. De comum acordo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que chega hoje para a reunião do G-20 a Seul, na Coreia, e com a presidente eleita, Dilma Rousseff, com quem viajou para o país asiático, apresentou a proposta de substituir o dólar como principal moeda de valor por uma cesta de seis moedas fortes: o dólar, o euro, o iene japonês, a libra esterlina, o yuan chinês e o real. A cesta já existe na contabilidade do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas sem o yuan e o real.
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Em 2008, Mantega ocupou a presidência rotativa do G-20 no auge da crise econômica mundial e goza de prestígio internacional. O desempenho econômico do Brasil de lá pra cá reforça sua posição. Desde então, o G-20 passou a ser o principal foro de lideranças mundiais para assuntos econômicos, sepultando o chamado G-8, que marginalizava os países emergentes, principalmente o Brasil, a Rússia, a Índia e a África do Sul.
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A decisão dos Estados Unidos de irrigar sua economia com US$ 600 bilhões pode levar os norte-americanos a um certo isolamento no G-20. Dificilmente aceitarão a proposta, pois seriam o grande derrotado no encontro. O governo brasileiro também critica a política de desvalorização do yuan praticada pela China, mas beneficia a potência asiática ao incluir o yuan na cesta de moedas. Esse protagonismo do Brasil no encontro é um lance calculado. Se tudo der errado, o Brasil estará livre para tomar as medidas protecionistas que julgar necessárias.
Bons amigos
Ao contrário do que dizem seus desafetos, o presidente da Vale, Roger Agnelli (foto), cumpriu todos os compromissos que havia assumido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva com relação aos investimentos da empresa em atividades produtivas, como a siderúrgica do Pará. Agora, a Vale faz dobradinha com a Petrobras no esforço do governo para aumentar sua presença na África. Agnelli acompanhou Lula na viagem a Moçambique.
Não disse!
O debate atual sobre a regulação da imprensa, abençoada por uns e demonizada por outros, foi antecipado pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS) no livro Rádio e TV no Brasil – Diagnósticos e Perspectivas, lançado em 1998. É resultado do trabalho de uma comissão criada em 1995, no Senado, para discutir o assunto, da qual Simon foi relator. Entre os participantes estavam o dramaturgo Dias Gomes, o senador Arthur da Távola e a juíza Denise Frossard.
Baianos
Entre os nomes da cota do governador da Bahia, o petista Jaques Wagner , com chances de assumir um ministério da presidente eleita, Dilma Rousseff, destaca-se Rui Costa (PT-BA), eleito deputado federal, que foi seu secretário de Relações Institucionais. Os deputados reeleitos Nelson Pelegrino (PT) e Zezéu Ribeiro (PT) correm por fora. Mário Negromonte (PP-BA) reivindica apoio de Wagner para ser ministro das Cidades.
Promessa
Para aumentar a pressão sobre o governo na discussão do Orçamento de 2011, o líder do Democratas na Câmara, deputado Paulo Bornhausen, apresentou um projeto de lei que aumenta o salário mínimo para R$ 600, uma das principais promessas de campanha de José Serra (PSDB) à Presidência da República. Também quer aprovar uma emenda na lei orçamentária que destina os R$ 17 bilhões a mais de receita no Orçamento para bancar o aumento. O governo fixou o reajuste em R$ 538,15, mas discute arredondar o valor para R$ 540
In loco
O deputado Domingos Dutra (PT-MA) cobrou mais atuação da Comissão de Direitos Humanos da Câmara para verificar a real situação dos presídios brasileiros. Ao comentar o massacre no complexo penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, o deputado pediu que a comissão fosse aos estados realizar vistorias nas prisões.
Berlinda/ O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, participa de reunião conjunta das comissões Mista de Orçamento; de Finanças e Tributação; de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e de Fiscalização Financeira e Controle, da Câmara; e das de Assuntos Econômicos; e de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle, do Senado.
Reforço/ A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) deu apoio ontem à mobilização da Confederação Nacional da Indústria (CNI) contra a recriação da CPMF, a Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira. O apoio foi manifestado ao presidente da CNI, Robson Andrade, pelo presidente da CBIC, Paulo Safady Simão, na reunião do Conselho de Administração da Câmara, em Brasília.
Companheiros/O senador Marco Maciel, ex-vice-presidente da República, e o vice-presidente eleito, Michel Temer, embarcaram juntos em um avião da FAB que os levou, na tarde de ontem, para Buenos Aires. Os dois permanecerão na capital argentina até amanhã, onde participarão do VI Fórum Parlamentar Ibero-Americano.
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