Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
Onde estará a continuidade no governo de Dilma Rousseff? Em primeiro lugar, nas indicações do presidente Lula para o ministério; em segundo, nos ministros que a presidente eleita mantiver no governo, mesmo trocando de cargo. Simples assim. Parece, mas não é. Por exemplo, Lula está muito satisfeito com a manutenção de Guido Mantega no Ministério da Fazenda, confirmada ontem, mas não convenceu Dilma de que Henrique Meirelles deve permanecer à frente do Banco Central. Ela procura alguém do mercado financeiro com cabeça política para o cargo. Isso daria cara nova à equipe econômica.
Mudança semelhante está para acontecer no Palácio do Planalto. Homem forte da campanha de Dilma, o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci é o interlocutor da transição no mundo dos negócios. Em todas as reuniões importantes, como a conversa com Lula sobre a formação do governo, o petista é companhia obrigatória da presidente eleita. Isso significa que Palocci irá para a Casa Civil? Não necessariamente.
Dilma pretende dar à pasta um caráter técnico e não político. O cargo está mais para o atual ministro do Planejamento, Paulo Bernardo. Palocci será ministro forte pela própria natureza. Qualquer cargo no Palácio do Planalto mudará de status com a sua presença. Fala-se agora na Secretaria-Geral da Presidência da República, que teria atribuições de articulação política. O ex-ministro da Fazenda virou o curinga das especulações.
Dentro
O senador Aloizio Mercadante anda rindo à toa. O petista paulista dá como certa a sua ida para o governo numa função importante. É um dos nomes do presidente Lula para o novo governo. Desistiu de uma reeleição tranquila, que lhe garantiria mais oito anos de mandado. É cotado para os ministérios do Planejamento ou das Cidades. Se não for aproveitado no governo, será a primeira vítima de ingratidão política da presidente eleita.
Mulheres
Onze mulheres serão escaladas para o ministério, segundo intenção anunciada da presidente eleita. Dilma não tem muitas opções para ocupar o posto de modo a preencher a cota feminina e contemplar partidos da base. Uma delas é a senadora Marta Suplicy que resolveria os problemas do PT de São Paulo. Fala-se na possibilidade de Marta ser indicada para o Ministério das Cidades. Seu concorrente é o tesoureiro da campanha de Dilma, o deputado federal José De Filippi, ex-prefeito de Diadema(SP).
Paradigma
Dilma Rousseff pretende estabelecer os termos de sua relação com o PT como presidente da República na reunião de hoje do diretório nacional. É grata ao apoio entusiasmado da legenda e conta com o partido como principal força de sustentação do governo. Fará um apelo para que a legenda não crie problemas com o PMDB na Câmara, o que só atrapalha a formação do governo.
Máquina
A bancada do PT no Senado decidiu apoiar a reeleição do senador José Sarney (PMDB-AP) à Presidência da Casa. Está satisfeita com a ocupação da primeira-secretaria da Mesa, o segundo cargo mais poderoso, que caberá à segunda maior bancada. O ex-ministro da Previdência José Pimentel, eleito senador pelo Ceará, é mais interessado no posto.
Lá e cá
O líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen, ironizou a crise criada com o anúncio do bloco formado pelo PMDB e outros quatro partidos para disputar a Presidência da Casa e que não chegou a se consolidar. Para o deputado, ´essa é uma mania de grandeza de quem faz parte do governo Lula: querem ocupar o governo e o espaço da oposição`.
Hino
O governopode ressuscitar a antiga disciplina moral e cívica, que era obrigatória nas escolas públicas do país durante o regime militar. Porém a matéria teria outro nome: ética e cidadania, cujo objetivo seria ensinar valores aos alunos do ensino fundamental. A ideia é da Controladoria-Geral da União (CGU).
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