Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
A cúpula do PMDB fará um encontro na próxima semana, em Brasília, para acertar os ponteiros em relação à eleição do novo diretório nacional da legenda. Escaldados, o presidente do Senado, José Sarney (AP), e o líder da bancada de senadores, Renan Calheiros (AL), não querem marola com a bancada da Câmara, controlada pelo presidente da Casa, Michel Temer (SP), e o líder Henrique Eduardo Alves (RN), com apoio dos deputados Eduardo Cunha (RJ) e Eunício de Oliveira (CE). Uma divisão entre eles pode abrir espaço para que a ala oposicionista encabeçada pelo ex-governador Orestes Quércia (SP) e os senadores Jarbas Vasconcelos (PE) e Pedro Simon (RS) ganhe força na legenda e acabe inviabilizando a coligação com o PT em torno da candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
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É um pacto de conveniência. Porém, robusto o suficiente para impor condições ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A primeira delas é a indicação do vice, posição que a bancada na Câmara insiste em pleitear para o presidente licenciado da legenda, Michel Temer, apesar de Lula já ter mandado recado de que prefere outro nome, no caso o ministro das Comunicações, Hélio Costa (PMDB). Na cúpula da legenda, a indicação do ministro peemedebista não passaria de uma manobra para desobstruir o caminho do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel ou do ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, ambos petistas, ao governo de Minas.
Trauma// As tropas brasileiras no Haiti, cujo rodízio deveria ter sido iniciado na quarta-feira, voltarão ao país a partir da próxima semana. Todos os soldados da força de paz serão substituídos por um novo contingente que já está mobilizado no Brasil. Se houver aumento das tropas, não será mantendo por lá os que sobreviveram ao terremoto.
Restituição
A Receita Federal do Brasil libera amanhã mais um lote residual do Imposto de Renda Pessoa Física 2006, ano-calendário 2005. Dos 19.558 contribuintes, terão direito à restituição 2.511, que receberão um montante total de R$ 5.612.892,50
Hamlet
Muito bem avaliado nas pesquisas, o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), está em dúvida se permanece no cargo até o fim do mandato ou concorre a uma cadeira no Senado. Seu problema é a disputa entre o vice-governador Ricardo Ferraço (PMDB), seu candidato, e o ex-prefeito Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), o amigo dissidente. O senador Renato Casagrande (PSB) somente será candidato com o apoio do PT, mas o prefeito de Vitória, João Coser (PT), já apoia Ferraço.
Dois estados
Minas e Bahia são os estados onde as relações do PMDB com o PT estão mais tensas. A bancada mineira é a segunda em delegados na convenção nacional e não está disposta a abrir mão da candidatura própria para apoiar um candidato petista ao governo de Minas. Na Bahia, o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), e o governador petista Jaques Wagner continuam em rota de colisão. Hélio e Geddel têm a solidariedade dos caciques do PMDB que apoiam Dilma.
Escanteio
Candidato à reeleição, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), jogou para escanteio: o senador Marcelo Crivella (foto), do PRB, está fora de sua chapa ao Senado. A preferência é para o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Picciani (PMDB), e o prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT). O petista, porém, precisa disputar a vaga com a ex-governadora Benedita da Silva.
Afogado
A candidatura do ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (foto) a presidente da República está mesmo por um fio. A cúpula do PSB começa a dar sinais de que não vai sustentá-la até março, prazo que lhe foi dado para consolidá-la. A bancada federal na Câmara, principal sustentáculo de sua candidatura, começa a se dar conta de que Ciro foi isolado pelo Palácio do Planalto. O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente do PSB, também começa a ser pressionado pelo PT, que ameaça lançar o ex-prefeito do Recife João Paulo ao governo pernambucano. Campos é avalista da candidatura de Ciro.
Caçada/ O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), nomeou uma comissão de sindicância, formada por cinco agentes da Polícia Legislativa, para investigar o vazamento de informações sobre recursos humanos para os jornalistas que cobrem o Congresso.
Vanguarda/ O ministro da Defesa, Nelson Jobim, vai ao Congresso relatar a catástrofe do Haiti e pedir apoio às ações da força de paz que o Brasil mantém naquele país. A primeira reunião será na Comissão de Relações Exteriores do Senado. Dirá que a presença dos militares brasileiros e a mobilização do governo para prestar solidariedade às vítimas do terremoto não têm precedentes desde a Segunda Guerra Mundial graças ao protagonismo do presidente Lula.
Discórdia/ O deputado Eduardo Gomes (PSDB-GO) articula a formação de uma comissão geral da Câmara para discutir o polêmico terceiro Programa Nacional de Direitos Humanos lançado pelo presidente Lula. Os tucanos estão gostando do debate com o PT sobre os temas abordados no programa.
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