Brasília-DF - Luiz Carlos Azedo |
Correio Braziliense - 15/08/2012 |
A presidente Dilma Rousseff anunciará hoje o novo programa de
concessões, que deve abranger ferrovias e rodovias. Portos e aeroportos
ficarão para depois. A ideia do governo é atrair a iniciativa privada
para os grandes investimentos de infraestrutura em um modelo em que a
arrecadação deixa de ser prioridade: o importante é aquecer a economia e
reduzir o custo Brasil.
Esse modelo de privatização remonta ao século retrasado, quando, ainda no Império, ingleses e canadenses desembarcaram seus produtos siderúrgicos no Brasil para explorar bondes, ferrovias, fornecimento de energia e gás encanado. Um modelo que alimentou durante décadas as bandeiras nacional-libertadoras da velha esquerda brasileira. Não deixa de ser uma ironia, num momento em que esse discurso está redivivo em países vizinhos, como Bolívia e Venezuela. » » » A palavra privatização, porém, ainda provoca urticária nos petistas, que tanto criticaram o PSDB por causa da venda das empresas de telefonia e energia e das siderúrgicas durante o governo de Fernando Henrique Cardoso. A propósito, o governo deve anunciar na próxima semana a renovação dos contratos da área de energia, com redução de tarifas, também com o objetivo de baratear os custos da produção nacional, principalmente da indústria. Como naquele velho samba sincopado, a necessidade acabou com a prosa. O encontro A presidente Dilma Rousseff e os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, se reúnem hoje com os maiores empresários do país para apresentar as propostas do governo de estímulo à economia. O mercado está ansioso para conhecer os termos do novo modelo de concessões federais. Se não forem "neoliberais", o programa de concessões (leia-se, privatizações) pode virar um grande mico. Digital As concessões de rodovias e ferrovias que Dilma deve anunciar hoje incluirão a exigência de estrutura paralela de fibra óptica para modernizar a rede de telecomunicações. Serão 5 mil quilômetros de rodovias e 8 mil de ferrovias que poderão ser cabeadas. Em baixa A publicação do balanço do Banco do Brasil foi um verdadeiro tiro no pé. Frustrou o mercado, que vinha apostando na recuperação das ações da estatal, que ontem desabaram 4,09%. Fim de regalia Recentemente, o leão da Receita Federal cobrou dos senadores recolhimento de Imposto de Renda sobre ajuda de custo recebida nos anos de 2007 e 2011. Depois disso, o Senado aprovou o projeto que acaba com os 14º e 15º salários de parlamentares. Agora, é a vez de a Câmara se definir: parecer favorável à extinção da regalia aguarda para entrar na pauta de votações da Comissão de Finanças e Tributação. O relator da matéria, deputado federal Afonso Florence (PT-BA), pede urgência para o projeto. Propositivas Duas emendas da oposição estão correndo sério risco de veto pela presidente Dilma Rousseff. Ambas são frutos de acordos com a base governista. Uma é do líder do PSDB na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), que zera os impostos incidentes sobre os produtos da cesta básica. A outra, do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA), aumenta os royalties aos estados por exploração mineral. As duas emendas foram aprovadas ao texto da MP 563/12, que concede incentivos fiscais a diversos setores econômicos, dentro do Plano Brasil Maior. Dupla do DF Entre os melhores senadores indicados pelos jornalistas ao Prêmio Congresso em Foco, Cristovam Buarque, do PDT, e Rodrigo Rollemberg, do PSB, ambos do DF, figuram na lista pelo segundo ano consecutivo. Participaram da escolha 186 jornalistas que fazem a cobertura diária do Congresso Nacional. Bonzinho O governador da Bahia, Jaques Wagner, não guardou mágoas dos professores grevistas que passaram 115 dias parados. Mandou antecipar o pagamento dos salários referentes ao período de abril a julho depois que os professores concordaram em agilizar a reposição das aulas e salvar o ano letivo dos alunos baianos. Comunicação/ O primeiro Seminário de Comunicação Pública do DF será amanhã, com a participação da ministra-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, Helena Chagas, e do presidente da EBC, Nelson Breve. Será aberto pelo governador Agnelo Queiroz, que patrocina a iniciativa, na Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). Dobradinha/ O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, e o vice-reitor da UnB, João Batista de Sousa, fecharam dobradinha para uma campanha especial. Como são médicos cirurgiões, querem trazer o congresso brasileiro da especialidade para a capital do país. O evento deve reunir 4 mil pessoas. |
quarta-feira, 15 de agosto de 2012
Acabou a prosa
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