Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
A não ser que um fato muito relevante faça a presidente Dilma Rousseff mudar de ideia, o diretor afastado do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Pagot, não reassumirá o cargo. Mesmo depois do depoimento de ontem na Comissão de Infraestrutura do Senado, que a base governista considerou "bastante satisfatório".
Confiante no próprio taco, Pagot chegou a anunciar que pretende voltar ao cargo para reestruturar o órgão. Fez questão de isentar a presidente da República de qualquer participação em relação aos aditivos e às prorrogações de prazos para obras do Ministério dos Transportes considerados irregulares. Mas dividiu suas responsabilidades com outros integrantes do governo.
Porém, o problema de Pagot é que ele fez muitas ameaças antes de seu depoimento e, depois, recuou. É como se tivesse feito um acordo para permanecer no cargo em troca do próprio silêncio. Diante dessa situação, não deixou alternativa à presidente Dilma que não seja tornar definitivo seu afastamento do cargo.
Desdém
A principal queixa de deputados do PR sobre a efetivação do secretário executivo do Ministério dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, como ministro da pasta foi a condução dada pela presidente Dilma ao processo. O partido reclama de não ter sido consultado sobre a decisão. E ameaça dar o troco na votação da PEC 300, que cria um piso nacional para bombeiros, policiais civis e militares.
Blefe
Para a oposição, o depoimento do diretor-geral do Dnit, Luiz Antonio Pagot, no Senado, deixou claro que as ameaças ao governo feitas nos últimos dias não passaram de jogo de cena. Na avaliação da oposição, Pagot ganhou no grito: as ameaças teriam sido suficientes para fazer o governo desistir da ideia de puni-lo.
Revisão
O Ministério da Previdência Social revisará os benefícios de 131.161 segurados, como aposentados e pensionistas, por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). O impacto mensal da revisão para os cofres da Previdência Social será de R$ 28 milhões
Barrado
Esquema de segurança reforçado na Câmara dos Deputados surpreendeu o ministro Gilmar Mendes (foto), ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que pela primeira vez não recebeu o devido tratamento de autoridade e teve que passar em um detector de metais, como qualquer cidadão, para entrar na Casa. A Câmara está sob pressão de agentes de segurança de todo o país que querem incluir a PEC 300 na pauta de votação.
Fusão
O clima esquentou ontem durante audiência pública na Comissão de Direito do Consumidor da Câmara para discutir a fusão entre Perdigão e Sadia. Os responsáveis pelo requerimento de convocação dos representantes das empresas, deputados Antônio Reguffe (PDT-DF) e Ivan Valente (PSol-SP), denunciaram que a união concentraria na mão da futura empresa 88% do mercado de massas no Brasil.
Gastos
O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno, do Paraná, conseguiu fechar um acordo com o relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), deputado Márcio Reinaldo Moreira (PP-MG), para retirar do texto o dispositivo que permitiria ao governo executar os investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) de 2012 mesmo sem aprovação do Orçamento da União. "Se passasse desse jeito, o governo não iria mais querer aprovar o Orçamento, já que teria liberdade para gastar como bem quisesse", justificou.
Loteamento/ Depois de manifestar apoio à presidente Dilma Rousseff pelo afastamento do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) criticou a governabilidade que permite o loteamento do poder. Segundo ele, "os cargos públicos são oferecidos como moeda de troca no Congresso Nacional".
Empréstimos/ O senador Aécio Neves (PSDB-MG), de volta ao Senado após três semanas de licença, em dobradinha com a senadora Marta Suplicy (PT-SP), que presidia a sessão, conseguiu aprovar em votações relâmpagos as autorizações de empréstimos para Minas, São Paulo e Rio de Janeiro que estavam pendentes na Casa.
Aposentados// O senador Paulo Paim (PT-RS) fechou um acordo com o ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, para garantir, na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), um aumento real às aposentadorias pelo Regime Geral de Previdência Social.
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