Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
Boa parte do jantar da bancada de senadores do PT com as ministras de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, na residência de Brasília da senadora Marta Suplicy (PT-SP), na terça-feira, foi dedicada ao esforço para entender o modo de governar da presidente Dilma Rousseff. Se os petistas estão estupefatos, os aliados, mais ainda.
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Coube à ministra Ideli a tentativa de explicar a situação e pedir aos ex-colegas que aprendam a lidar com o processo de decisão da presidente da República. O paradigma de relação dos petistas com o governo era o estilo informal e bonachão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo comportamento era de conhecimento da maioria dos petistas antes mesmo de chegar ao poder. Além disso, Lula se ancorava em velhos aliados dentro dos partidos da base para estabilizar sua relação com o Congresso, mandar recados e receber informações.
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Dilma não teve nem tempo para tecer essas relações. Nem com os petistas nem com os aliados. O estilo duro e exigente da presidente já era conhecido, mas a sua cabeça política ainda é um enigma. Quando era ministra da Casa Civil, executava decisões que, em última instância, eram tomadas por Lula. Agora, na Presidência da República, Dilma é quem decide, solitariamente. E, como a esfinge, vai devorando os que na base do governo ousam desafiá-la.
Jabuticaba
O relator da reforma política na Câmara, deputado Henrique Fontana (foto), do PT-RS, pretende propor a adoção do que chama de voto proporcional misto, uma mistura de lista fechada com voto uninominal. Cada partido ocuparia o número de cadeiras proporcional à votação obtida, mas elas seriam preenchidas por dois critérios: a ordem da lista de votação e o número de votos de cada candidato, meio a meio. Ou seja, se um partido tiver direito a 10 deputados, serão os cinco nomes que encabeçam a lista e os cinco mais votados entre os que sobraram. Resumo da ópera: os “com voto” carregarão os “sem-voto” nas costas.
Energia
O governo federal deve prorrogar automaticamente as concessões para as estatais que exploram energia elétrica das usinas com contratos previstos para expirar em 2014 e 2015. A indústria critica a prorrogação e atribui o elevado custo cobrado do consumidor à falta de concorrência no setor elétrico.
Imexível
Após sete horas de depoimento na Câmara dos Deputados, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (Dnit), Luiz Antonio Pagot, disse ontem que não teme encontrar um bilhete azul em sua mesa quando voltar ao trabalho. Antes de ser demitido definitivamente, ele se comprometeu a dar algumas respostas para os parlamentares. Entre elas, a indagação do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que quer saber quem foi o parlamentar responsável pela emenda para a obra da BR-440, com fortes suspeitas de irregularidades.
Foco
A maior reclamação dos políticos que conversam com Dilma Rousseff é que a presidente da República só trata da agenda dela e não tem paciência para ouvir os rodeios que geralmente antecedem e insinuam os verdadeiros pleitos dos políticos. Ou seja, ela mira nas prioridades de governo e não dá espaço para as demandas dos parceiros políticos, com seus interesses eleitorais.
Conversa
O senador pernambucano Armando Monteiro, do PTB, teve uma longa conversa em Brasília com o deputado João Paulo Lima (PT-PE), ex-prefeito do Recife, sobre a situação eleitoral de seu estado. Suas relações com o governador Eduardo Campos (PSB) não são as mesmas desde a quarta reeleição do atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado Guilherme Uchoa (PDT), que a bancada petebista não apoiou porque Monteiro fechou questão no diretório.
De novo/ Recrudesceram as pressões dos aliados de José Serra para que o ex-governador paulista se candidate à Prefeitura de São Paulo. A avaliação é a de sempre: seria o nome mais competitivo da legenda. A candidatura de Serra a prefeito é música para os ouvidos do governador tucano Geraldo Alckmin.
Troco/ O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) entrou ontem com uma representação no Conselho de Ética do Senado contra a senadora Marinor Brito (PSol-PA). Os dois se envolveram em um bate-boca e trocaram ofensas após reunião da Comissão de Direitos Humanos do Senado. Bolsonaro, que respondeu a processo no Conselho de Ética da Câmara devido à confusão, agora quer que a senadora enfrente o mesmo rito.
Despedida/ O deputado Acelino Popó Freitas (PRB-BA) marcou uma luta para sua despedida definitiva do boxe. Ele conta que se aposentou há quatro anos, mas subirá ao ringue mais uma vez a pedido de seu filho, “Popozinho”, que tem apenas 5 anos. O evento será em setembro, na Esplanada dos Ministérios, de graça.
Gás//
Num gesto de boa vontade, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), a pedido da presidente Dilma Rousseff, deu sinal verde para que a Petrobras entre no mercado de distribuição de gás paulista, uma concessão estadual.
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