Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
A sucessão do prefeito Gilberto Kassab (PSD) virou uma casa de louças, na qual não faltam elefantes para derrubar as prateleiras. Se as eleições fossem hoje, o PT teria chances reais de recuperar a administração, uma vez que o ex-governador José Serra (PSDB) não quer participar da disputa, pois mira mais uma vez a Presidência da República. Porém é o único nome capaz de unir novamente o PSDB, o DEM e o PPS, e trazer de volta para esse bloco o prefeito Kassab e seu recém-fundado partido.
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Segundo as pesquisas, os candidatos mais competitivos do PT seriam a senadora Marta Suplicy, que já administrou a cidade, e o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. Mas ambos estão sendo atropelados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que virou cabo eleitoral declarado do ministro da Educação, Fernando Haddad, novo pré-candidato petista.
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Mercadante não estrila com a movimentação de Lula, que sempre foi seu padrinho político, até porque está gostando do cargo de ministro. Já a ex-prefeita Marta Suplicy mantém-se na disputa e minimiza o fato: "É um processo, vamos ver quem terá mais densidade eleitoral na época da eleição. É com esse que o candidato a vereador vai querer andar na feira", ironiza. Também pleiteiam a vaga de candidato do PT a prefeito os deputados federais Jilmar Tatto e Carlos Zaratini.
Não abre
A confusão não está armada somente no PT. Lula estimula também a candidatura de Paulo Skaf (PMDB), presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). A manobra deixa de cabelos em pé o vice-presidente da República, Michel Temer, que filiou o deputado federal Gabriel Chalita (foto) à legenda para que fosse candidato a prefeito de São Paulo. Para Lula, o parlamentar é o plano B do governador tucano Geraldo Alckmin, de quem já foi secretário de Educação. Mas Temer não abre mão da candidatura de Chalita, que considera a chave para a renovação da legenda em São Paulo.
Bicadas
No PSDB, sem a candidatura de Serra, haverá disputa na convenção entre o secretário de Energia do governo paulista, José Aníbal; o deputado federal Ricardo Tripoli; e o secretário estadual de Cultura, Andrea Matarazzo, que foi o secretário das subprefeituras paulistas na gestão de Serra. Aníbal é o candidato mais forte nas prévias.
Dispersão
A dispersão de forças no primeiro turno da eleição em São Paulo pode ser ainda maior porque o PPS articula a candidatura da ex-vereadora Soninha Francine, em aliança com setores ligados ao empresário Ricardo Young, que está deixando o Partido Verde. Movimento semelhante está sendo articulado pelo PCdoB, que pretende lançar a candidatura do cantor Netinho de Paula, que teve um bom desempenho na disputa pelo Senado.
Esquerda, volver
Bem-sucedido na criação do PSD, que já conta com mais de 40 deputados, dois senadores e dois governadores, o prefeito Gilberto Kassab travará uma batalha de vida ou morte na própria sucessão. Se seu candidato perder a eleição, estará em risco o controle da legenda que criou com audácia e determinação. A cartada na manga de Kassab é a candidatura do ex-deputado Eduardo Jorge, secretário de Meio Ambiente, filiado ao PV desde 1993, ex-secretário de Saúde das ex-prefeitas Luiza Erundina e Marta Suplicy. Ex-petista, médico sanitarista, ele teve seu orçamento na secretaria inflado para R$ 173,2 milhões.
Defesa
Presidente da recém-criada Frente Parlamentar de Defesa Nacional, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) teme que a definição de um novo sistema de partilha dos royalties possa deixar de contemplar as Forças Armadas. Sem esse repasse, o setor de defesa perderá 31% no valor de recursos que recebe atualmente (1/3 a menos do total). Segundo Zarattini, o prazo do decreto do ex-presidente Lula que estipula as regras de transição na questão da partilha dos royalties do petróleo termina no fim deste ano. A Frente Parlamentar tem até 31 de dezembro para tentar assegurar o repasse.
Empregos
A presidente Dilma Rousseff disse ontem que a construção de submarinos nacionais, além de uma questão estratégica e de garantia de soberania para o país, terá um papel econômico considerável. Cada submarino a ser fabricado no país contará com mais de 36 mil itens, produzidos por 30 empresas brasileiras. O governo prevê a criação de 9 mil empregos diretos e de 27 mil indiretos. O acordo entre Brasil e França prevê investimentos de R$ 6,7 bilhões.
Copa//
Tão logo seja sancionado, o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) para as obras da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos será alvo de contestação pesada no Supremo Tribunal Federal (STF). O Grupo de Trabalho do Ministério Público Federal que acompanha os preparativos dos jogos quer mover uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o RDC.
Gestão/ O ex-deputado José Genoino, assessor especial do ministro da Defesa, e o procurador Luiz Moreira Gomes Júnior, do Conselho Nacional do Ministério Público, são as estrelas do debate A democracia, o direito e a gestão pública. Será amanhã, às 9h30, no Ministério do Planejamento, que promove o evento com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Juros/ Vem mais um aumento de juros por aí, aposta o mercado. O Comitê de Política Monetária do Banco Central se reúne hoje e deve passar a taxa básica de juros (Selic) de 12,25% para 12,50%. A ata da reunião será divulgada em 28 de julho.
Petrobras/ Anda tenso o clima entre o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli. O Conselho de Administração da Petrobras analisará, na sexta-feira, o Plano de Negócios da empresa para o período 2011-2015 pela terceira vez. Já foi rejeitado duas vezes por Mantega, que preside o conselho.
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