Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
O ministro da Casa Civil, Antônio Palocci, se livrou ontem de todo o aparato burocrático da pasta, exceto a publicação no Diário Oficial dos atos administrativos e nomeações. Transformou a Casa Civil num órgão político de assessoramento da Presidência da República, ao qual estão subordinados, do ponto de vista prático, o ministro das Relações Institucionais, Luiz Sérgio, e os líderes do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), e no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).
As licitações do Palácio do Planalto e as auditorias sobre o uso de recursos federais por entidades e órgãos públicos e privados foram transferidas para o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Palocci também se livrou do Arquivo Nacional e da a gestão do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), que ficarão a cargo do Ministério da Justiça. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e o Minha Casa, Minha Vida já haviam sido transferidos para o Ministério do Planejamento.
Palocci virou os olhos, os ouvidos e a voz da presidente Dilma Rousseff, de cujas audiências e despachos participa quando o assunto envolve as relações políticas do governo. Ocupou o espaço de outros interlocutores de Dilma na época da campanha eleitoral, como os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Indústria e Comércio, Fernando Pimentel. Seus gabinetes não ficam no Palácio do Planalto. Operador de Dilma Rousseff junto à coalizão de governo e ao meio empresarial, está redesenhando as relações de poder de petistas e aliados com a sociedade.
Acomodação
O governo trabalha para acomodar aliados do PMDB derrotados nas eleições até o carnaval, retomando o preenchimento de cargos no segundo escalão. Estão na fila o ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima derrotado na disputa pelo governo da Bahia; o ex-governador da Paraíba José Maranhão, que não se elegeu; o ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende, que perdeu a disputa pelo governo de Goiás.
Prêmio
Com a votação maciça da bancada do PMDB na Câmara a favor da proposta de salário mínimo do governo, o líder da legenda, Henrique Eduardo Alves (RN), acredita que garantiu a permanência de Elias Fernandes, seu apadrinhado, no comando do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS). É bem provável.
Copa do Mundo
O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, não desistiu de disputar a abertura da Copa do Mundo com São Paulo. Para controlar com mão de ferro os preparativos de Brasília para ser uma das cidades sedes do evento, a construção do novo Estádio Mané Garrincha ficará sob comando de seu chefe de gabinete, Cláudio Monteiro.
Contrabando
As apreensões de mercadorias em Foz do Iguaçu, no Paraná, fronteira do Brasil com o Paraguai, cresceram 16% em comparação ao mesmo período do ano passado. Entre as mercadorias apreendidas estão ainda 269 veículos, 4.775 projéteis de munição, 78kg de maconha, 2,6kg de crack, 74,3kg de anestésicos e 3,4kg de cocaína. Em valores, os produtos eletrônicos lideraram a lista de apreensões: R$ 4,5 milhões
Controle
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, domou o Conselho Nacional de Saúde (CNS), cuja presidência assumiu na quarta-feira. Principal instância de controle social do Sistema Único de Saúde (SUS), o órgão vivia às turras com o ex-ministro José Gomes Temporão. Reúne representantes de usuários, trabalhadores, gestores e prestadores de serviço.
Aliança
Reunião do Diretório Estadual do PT paulista hoje deve rechaçar a proposta de aproximação da legenda com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, que prepara um desembarque do DEM para entrar na base do governo. PMDB e PSB disputam o passe do prefeito, que articula a formação de um novo partido para evitar o risco de perda de mandato nessa baldeação.
Ziriguidum
Incrível, hoje tem saída de blocos em Brasília a partir das 14h: o Nós Que Nos Amamos Tanto cai no samba na Asa Sul (rotatória da 202); o Suvaco da Asa esquenta o frevo no Cruzeiro Velho (estacionamento da quadra 10).
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