Por Luiz Carlos Azedo
Com Leonardo Santos
O governo não tem a menor intenção de negociar com a base, muito menos com a oposição, a ´flexibilização` da proposta de salário mínimo de R$ 545, garante o líder do governo, Cândido Vaccarezza (PT-SP). O Palácio do Planalto quer saber com quem pode contar no Congresso e pretende atuar como um rolo compressor na votação de quarta-feira para aprovar seu projeto. ´Nosso acordo com a oposição foi para votar a matéria, não envolve a discussão de mérito`, esclarece.
Quem for da base e votar contra será considerado dissidente. O discurso oficial merece crédito. Porém, no Congresso, as coisas mudam como as nuvens, já ensinava Magalhães Pinto, o cacique da antiga UDN mineira. Um partido da base do governo, o PDT do ministro do Trabalho, Carlos Lupi; e outro de oposição, o conflagrado DEM, já fecharam acordo para votar a proposta de R$ 560. Esse era o mínimo que estava sendo articulado na surdina pelo PMDB até a conversa da presidente Dilma Rousseff com o líder da bancada na Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), na quarta-feira. O líder do PMDB agora defende a posição do governo com unhas e dentes, mas todo mundo sabe como é a bancada do PMDB.
O PT escalou o deputado Vicente Paulo da Silva (SP), ex-presidente da CUT e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, para defender a posição do governo como relator da matéria. Na época de sindicalista, lá por 1995, início do governo tucano de FHC, Vicentinho dizia que a maioria esmagadora dos trabalhadores sindicalizados ganhava mais do que isso. Agora, então, nem se fala. É a senha para os demais deputados ligados aos sindicatos se enquadrarem.
Zagueirão
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), resolveu emparedar a indicação do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para o comando da Autoridade Olímpica, responsável pela organização dos Jogos Olímpicos do Rio 2016. O projeto até agora está parado na Câmara, que precisa endossar o acordo entre o Palácio do Planalto, o governo do estado e a prefeitura, e Paes não esconde o desconforto com a indicação.
Vácuo
O ex-ministro da Integração Nacional Geddel Vieira Lima está de volta às articulações políticas nacionais. Mira o comando do PMDB, hoje nas mãos do senador Valdir Raupp (RO), do grupo do senador Renan Calheiros. Pretende resgatar a força da bancada federal na legenda, enfraquecida com a sua saída e a de outros caciques que não se reelegeram, como Eliseu Padilha (RS), Jader Barbalho (PR) e Ibsen Pinheiro (RS).
Reeleição
A proposta do ex-presidente Itamar Franco (PPS-MG) de acabar com a reeleição tem motivações políticas profundas: sempre discordou do dispositivo e não concorreu à reeleição em Minas. Porém seu efeito colateral é pôr mais lenha na fogueira dos que pretendem intrigar a presidente Dilma Rousseff com o ex-presidente Lula.
Pelo mundo
De acordo com a Polícia Federal, de 1º de janeiro a 8 de fevereiro, foram emitidos 189.596 passaportes, um aumento de 35% em relação ao mesmo período do ano passado. Para se ter uma ideia, a PF atendeu 16.208 pessoas em 4 de fevereiro. Deste total, 7.753 foram para requerer o passaporte. Foram retirá-los 8.455 pessoas
Royalties
O governo pretende criar um fundo regional para que os municípios que sofrem o impacto da mineração, mas não arrecadam royalties também possam recebê-los. Em contrapartida, a nova lei não permitirá nenhum o uso desse dinheiro com mão de obra. Atualmente, a lei proíbe a contratação de funcionários com recursos dos royalties, mas não de mão de obra terceirizada.
Seguros/ O deputado Weliton Prado (PT-MG) tenta convencer os demais colega de bancada a apoiar a criação de uma CPI para investigar fraudes no pagamento do Seguro DPVAT. Ele já conseguiu quase 300 assinaturas, mas ainda não obteve apoio para a instalação das lideranças da Casa.
Pescoço/ O atual diretor executivo da Pf, Luiz Pontel, está de malas prontas para Portugal, onde será adido policial do Brasil. A instituição segue sem definição sobre o nome que assumirá o seu lugar, o segundo posto mais importante na cadeia de comando do órgão.
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