Por Luiz Carlos Azedo
Com Norma Moura
luizazedo.df@dabr.com.br
O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), candidato à reeleição, desembarca hoje em Campos, levando a tiracolo o presidente da Assembleia Legislativa fluminense, deputado Jorge Picciani (PMDB), seu candidato preferencial ao Senado. O pretexto é anunciar o início das obras de recuperação do sistema de drenagem da Baixada Campista, mas no plano eleitoral a agenda representa um ataque frontal ao seu principal adversário nas eleições, o ex-governador Anthony Garotinho (PR), cuja mulher, Rosinha Matheus (PR), é prefeita da cidade.
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A invasão da principal base eleitoral do casal que já governou o Rio de Janeiro é motivada por pesquisas de opinião que revelam a transferência de votos do interior fluminense para Cabral, que hoje contaria com o dobro das intenções de voto de Garotinho. A calamidade causada pelas chuvas que atingiram o estado, depois das medidas adotadas por Cabral, catapultaram o seu prestígio na Baixada Fluminense e nas regiões de Niterói e São Gonçalo.
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Cabral mudou o foco de sua estratégia de reeleição. Pretende isolar e enfraquecer Garotinho no norte fluminense para enfrentar seu maior problema no momento: a oposição na capital. Na cidade do Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes (PMDB), seu aliado, não vai tão bem como esperava. Seu maior desgaste é na Zona Oeste, onde venceu a eleição. Com isso, a candidatura de Fernando Gabeira (PV) ganha chances de chegar ao segundo turno e passa a ser ameaçadora.
Mais obras
Eduardo Paes é o prefeito da ordem. Correu atrás de camelôs, vans e barraqueiros pelos principais logradouros da cidade, principalmente nas praias da Zona Sul. No episódio das chuvas, foi muito performático, comandando a administração do centro de controle da Defesa Civil. Mas as ações estruturantes de seu programa de governo não saíram do papel. Cabral cobra do aliado a implantação do bilhete único, mais asfalto e iluminação pública, investimentos em saúde e muitas obras nos morros da cidade.
Quebrou
Pedreira nas eleições para o ex-prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg Farias (PT-RJ), candidato a senador na chapa de Cabral. O Previni, Instituto de Previdência do município, quebrou. Só tem recursos para pagar dois meses de 3.500 aposentadorias e pensões. O motivo é a falta de repasses de recursos da prefeitura para o fundo de pensão de seus funcionários nos últimos cinco anos.
Rombo
O calote da prefeitura de Nova Iguaçu no Previni é de R$ 400 milhões
O vice
Não é mero balão de ensaio a hipótese de o senador Francisco Dornelles, do PP-RJ, vir a ser o vice do tucano José Serra na sucessão presidencial. A indicação do tio de Aécio Neves é uma peça no xadrez das eleições do Rio de Janeiro e de Minas com muitas implicações do ponto de vista das alianças nos dois estados. O governador Sérgio Cabral, grande aliado de Dornelles, trabalha para mantê-lo na base da petista Dilma Rousseff, mas não terá êxito se Dornelles for indicado para vice de Serra pelo ex-governador de Minas.
Batalha
A Comissão de Relações Exteriores da Câmara será cenário hoje para um embate ideológico como há muito não se via. Afeito a irritar o pessoal da esquerda, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) vai apresentar um requerimento na comissão pedindo a condenação de Cuba por violação dos direitos humanos e congratulando-se com a União Europeia pelo posicionamento contrário à ditadura castrista.
Fora//
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) não esconde mais seu descontentamento com as decisões da legenda em Brasília. O senador deixou claro que não apoia a ida de Marcelo Aguiar para a Secretaria de Educação do DF. “O atual GDF não representa os anseios de mudança ética do povo de Brasília por estar alinhado com os governos anteriores”, disparou.
Gaiato
O silêncio do deputado Roberto Magalhães (DEM-PE) não escondia a contrariedade diante das provocações do colega Flávio Dino (PCdoB-MA), ontem, na sessão da Comissão de Constituição e Justiça que discutiu o projeto de lei que amplia as atribuições da Ancine (Agência Nacional de Cinema). Enquanto a oposição acusava a proposta de promover a censura, Dino pediu aparte: “A Ancine foi criada no governo anterior, e se o PSDB não faz, eu quero fazer a defesa de FHC”, brincou.
Prazos/ A OAB quer aprovar uma lei que regulamente o período de férias dos advogados durante o recesso do Judiciário, com a interrupção ou suspensão dos prazos judiciais, mantendo-se apenas o plantão para despachos de ações que requeiram urgência. Segundo o presidente da entidade, Ophir Cavalcante, os advogados deveriam ter um período de descanso, como todos os trabalhadores.
Aval/ A Comissão de Relações Exteriores do Senado examina amanhã as indicações de três embaixadores: Ana Lucy Gentil Cabral Petersen, para representar o Brasil na República de Angola; Fernando Simas Magalhães, para a República do Equador; e Roberto Jaguaribe Gomes de Mattos, no Reino Unido da Grã-Bretanha e na Irlanda do Norte.
Paraguai/ O Brasil vai reforçar a tradicional cooperação militar com o Paraguai, cujo presidente, Fernando Lugo, enfrenta um surto de guerrilha ligado às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) no norte do país, na fronteira com o Brasil. Cederá três aviões de treinamento Embraer T-27. Tucano à Força Aérea daquele país.
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