Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br
Vem aí mais um tremor de terra em Brasília. A Polícia Federal concluiu ontem o relatório parcial da Operação Caixa de Pandora. É parcial porque surgiram novos fatos a serem investigados, mas conclusivo em relação ao que já foi divulgado. Mantido em sigilo, será encaminhador pelo delegado federal Alfredo Junqueira ao ministro Fernando Gonçalves, relator do caso no Superior Tribunal de Justiça. Faltam ainda novas perícias nos HDs dos computadores apreendidos e nas mídias, inclusive as gravações feitas pelo ex-secretário de Relações Institucionais do GDF Durval Barbosa. Mais deputados estariam envolvidos no mensalão do GDF, segundo o relatório parcial da Polícia Federal.
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou uma espécie de intervenção branca da Controladoria-Geral da União (CGU) no GDF. Como? Por meio das auditorias nos repasses de verbas federais, cuja aplicação está sofrendo uma devassa. Durval Barbosa prestou depoimento detalhado na CGU sobre o esquema de propina que supostamente estaria desviando recursos federais para a caixinha dos políticos do GDF.
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Em tempo: o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, não será o relator do pedido de intervenção no GDF feito pelo Ministério Público Federal. Como deixará o posto no próximo dia 23, a tarefa ficará a cargo do ministro Cezar Peluso, que assumirá o comando da Suprema Corte.
Desconfiança
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) anda receoso de que a eleição indireta do novo governador sirva para acobertar irregularidades que podem levar o GDF à implosão. O senador defende que os distritais adotem transparência da gestão das contas públicas do DF e revejam decisões polêmicas, como o Plano Diretor de Ordenamento Terrritorial.
Mutirão
Presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, Gilmar Mendes voltou a alfinetar o Ministério Público. Depois de desferir ao longo de dois anos inúmeras críticas ao órgão, ele elogiou o fato de o Conselho Nacional do MP ter decidido fazer mutirões país afora. “Será ótimo, mas não será original. Bendita provocação. Hoje, estamos institucionalizando esse modelo”, disse. Ao avaliar os dois anos de sua gestão no Supremo e no CNJ, Gilmar Mendes, garante que seu sucessor, Cezar Peluso, partirá “de outro patamar”. Sem modéstia, avalia que os jornais sentirão sua falta por causa das polêmicas que criou. Peluso é avesso a dar entrevistas.
Dolce vita
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso curtia ontem, na 5ª Avenida, em Nova York, momentos de solidão. Amanhã discursará para um público estimado em duas mil pessoas no lançamento da candidatura do tucano José Serra, na convenção do PSDB, em Brasília.
Colheita
A briga entre ambientalistas e ruralistas na Comissão do Meio Ambiente promete ser ferrenha. Relator do parecer que tem despertado a ira de colegas da bancada verde, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB) defende que o trabalho é consistente, nascido do diálogo com 18 estados, não cabendo mais delongas. “Os ambientalistas têm todo o tempo do mundo. Os produtores rurais, não; eles tem uma safra para colher”, defendeu o comunista.
Disputa
O PT se prepara para mais uma prévia. Desta vez em Pernambuco. Apesar de praticamente fechado o apoio ao governador Eduardo Campos (PSB-PE), que tenta a reeleição, o partido não se entende quanto à vaga de senador na chapa majoritária. O ex-ministro Humberto Costa e o ex-prefeito de Recife João Paulo não arredam pé, e estão dispostos a deixar a decisão para os filiados.
Vidraça
Quem está gostando da entrada em cena do ex-presidente FHC é o líder do PT na Câmara, deputado Fernando Ferro (foto). “Eles vão ter que explicar para 80% do eleitorado o antilulismo e os oito anos do governo de FHC”, provocou, referindo-se ao time escalado pelo núcleo da campanha de José Serra para rebater ataques na Câmara. O escudo tucano é composto pelos líderes do PSDB, João Almeida (BA), do PPS, Fernando Coruja (SC), e do DEM, Paulo Bornhausen (SC).
Desastre
Considerado o melhor prefeito da história de Niterói (RJ) e idealizador do Caminho Niemeyer, o maior conjunto arquitetônico do arquiteto Oscar Niemeyer fora de Brasília, Jorge Roberto Silveira (PDT) entrou em depressão no seu quarto mandato. Com a tragédia do Morro do Bumba — denominação proveniente das explosões de gás metano do antigo lixão no Cubango —, o saldo de mortes no município pode passar de 200.
Pressão - No mesmo dia em que a nova ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciava a redução recorde do desmatamento na Amazônia Legal, funcionários do Ibama faziam barulho para exigir a reestruturação da carreira de especialista em Meio Ambiente. Em greve desde quarta-feira, eles ameaçam emperrar o PAC, interrompendo a concessão de licenças ambientais para empreendimentos do governo federal.
Batom - De olho na questão do gênero, que favorece a candidata petista Dilma Rousseff, o PSDB vai desembarcar amanhã em Brasília com mais de mil mulheres militantes do partido para apoiar o lançamento da candidatura à Presidência da República do tucano José Serra.
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