Por Luiz Carlos Azedo
com Norma moura
luizazedo.df@dabr.com.br
Uma coisa é certa, nada será como antes no Distrito Federal depois da prisão do governador José Roberto Arruda (sem partido), por decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), referendando liminar do ministro Fernando Gonçalves. E, ainda, da rejeição do pedido de habeas corpus do governador pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello, contrariando muitas expectativas.
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Dificilmente Arruda voltará ao cargo. Especula-se que renunciará ao mandato para sair da cadeia e responder em liberdade ao processo criminal, pois assim não poderia utilizar o poder de governador para embaralhar e obstruir a ação da Justiça no escândalo do Distrito Federal, razão pela qual passará o carnaval em cana.
Nevoeiro
“Ninguém sabe que coisa quer./Ninguém conhece que alma tem/nem o que é o mal nem o que é o bem./(Que ânsia distante perto chora?)/Tudo é incerto e derradeiro/tudo é disperso, nada é inteiro”, Fernando Pessoa, em Mensagem.
Na vontade
O governador em exercício, Paulo Octávio (DEM), quer permanecer no cargo, mas enfrenta quatro pedidos de impeachment e um de intervenção federal no GDF feito pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Sinal de que a crise continua firme e forte.
Liberou
A base governista na Câmara Legislativa, acuada pela prisão de Arruda, resolveu votar a admissibilidade do pedido de impeachment do governador na próxima quinta-feira, na expectativa de que com isso se evite uma intervenção federal. Beneficiado por essa linha de atuação, Paulo Octávio largou a mão de Arruda.
Interventor
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva subiu o tom das declarações sobre Brasília, mas não está convencido de que a intervenção federal seja a melhor solução para o GDF. É uma engenharia muito complicada às vésperas das eleições. Porém, se prepara para a eventualidade de ter que montar uma equipe de governo.
Nomes
A intervenção federal no GDF só deve ser decidida em março, mas já começaram as especulações sobre o nome do possível interventor. O PSB defende o nome do ex-ministro do STF Sepúlveda Pertence. Os petistas começam a falar do ex-deputado federal e advogado Sigmaringa Seixas.
Embate
O deputado federal Geraldo Magela se prepara para disputar a vaga de candidato a governador do Distrito Federal pelo PT nas prévias da legenda, pressionado pela militância petista. Sem tradição na legenda, o ex-ministro Agnelo Queiroz, egresso do PCdoB, sofre um ataque especulativo dos adversários, mas não desiste da candidatura.
Corda/ O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), reforçou a segurança do camarote do governo na avenida Marquês de Sapucaí. O presidente Lula e Dona Marisa não irão mais, mas Cabral receberá a visita de Madonna no desfile de hoje.
Pesquisa/ O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, que luta para ser o pré-candidato do PT ao governo de Minas, não esconde que prefere uma pesquisa na base aliada para decidir quem será o candidato do PT ao governo de Minas. O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, prefere as prévias.
Teimosia/O deputado distrital José Antônio Reguffe está sendo pressionado pela cúpula do PDT a concorrer a uma vaga de deputado federal, mas pretende lançar sua pré-candidatura a governador depois do carnaval. Cristovam Buarque bateu o martelo: é candidato ao Senado, não quer saber do GDF.
Bandeira
Engavetado no fim do ano passado, o projeto Ficha Limpa deve enfrentar novo bombardeio quando for a votação na Câmara. O projeto recebeu 1,3 milhão de assinaturas
Descanso
Entro em férias. Nesse período, a coluna será assinada pela colega Samanta Sallum, com a colaboração de Norma Moura.
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