quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Operação São Paulo

Por Luiz Carlos Azedo
luizazedo.df@dabr.com.br


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva não desistiu de remover a candidatura do deputado Ciro Gomes a presidente da República, mas isso não significa que ainda pretenda lançá-lo candidato ao governo de São Paulo. Não há ambiente no PT para isso, ainda mais depois das declarações do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) de que o político cearense, que nasceu em Pindamonhangaba(SP), pegou o pau-de-arara na direção errada. O petista quis fazer graça e arrumou confusão com os aliados do PSB, a começar pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que administra a tensão criada pela candidatura de Ciro e reclamou da piada.

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Há dois puro-sangue em São Paulo postulando a vaga de candidato do PT ao Palácio dos Bandeirantes: o prefeito de Osasco, Emídio de Souza, que conta com a simpatia dos dirigentes locais, e o deputado e ex-ministro Fazenda Antonio Palocci, com muito trânsito no empresariado paulista. Lula já mandou recado à cúpula do PT de que, na sua avaliação, nenhum dos dois seria capaz de garantir um palanque robusto para Dilma. Do ponto de vista eleitoral, segundo as pesquisas de opinião, o nome mais forte é o do senador Aloizio Mercadante (PT), que resiste à candidatura e prefere a reeleição ao Senado. Talvez por isso, conscientemente ou não, ande criando tantas arestas com possíveis aliados.

Murici

A partir de janeiro, o presidente Lula pretende intensificar as conversas sobre os palanques regionais de Dilma Rousseff (PT), a começar por São Paulo. A lógica das alianças regionais passa pela chapa majoritária –- governador e dois candidatos ao Senado –- e pela armação da chapa de deputados federais, que costuma dar muita dor de cabeça, porque é o verdadeiro xadrez da formação das bancadas partidárias na Câmara. Como não há verticalização das coligações, instaurou-se uma espécie de lei de Murici nos partidos: cada candidato cuida de si. Lula quer acabar com o salve-se quem puder no PT.

Perdido

Com o deputado Fernando Gabeira (PV) fora da disputa pelo governo do Rio de Janeiro, a situação da oposição fluminense se complicou demais. Na coligação PSDB-DEM-PPS, os nomes disponíveis para concorrer ao Palácio Guanabara, pela ordem, seriam os seguintes: o prefeito de Duque de Caxias, José Camilo Zito (PSDB), aliado de Sérgio Cabral; o ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM), que pretende concorrer ao Senado; e a ex-juíza Denise Frossard (PPS), cada vez mais desencantada com a política. Ou seja, os líderes da oposição fogem da raia.

Cartada

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, entrou em campanha para ser o vice de Dilma Rousseff (PT). Para o mercado financeiro, sua permanência na chapa seria a melhor garantia de que não haverá mudança na política econômica do “mais do mesmo”: câmbio flutuante, superavit fiscal e meta de inflação.

Dream

A chapa dos sonhos dos estrategistas de Dilma para São Paulo, garantindo um palanque competitivo, é a seguinte: Aloizio Mercadante (PT), candidato a governador, com o empresário Paulo Skaf (foto), do PSB, na vice; Marta Suplicy (PT) e Netinho de Paula(PCdoB) para o Senado. Hoje, o grande problema dos governistas em São Paulo é fazer a fila andar para a frente. Mercadante e Marta, que é candidata a deputada federal, hoje, empurrariam a fila para trás.

Superavit

Vem aí um arrocho nas contas de estados, municípios e estatais em 2010. O governo está preocupado com os gastos alheios. Este ano, o superavit primário do Governo Central – Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central – alcançou a meta de R$ 42,7 bilhões


Encrenca/ Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) comandou a rebelião governista que retirou do Orçamento da União as obras irregulares da Petrobras. Não engoliu a desatenção da direção da empresa em relação aos pedidos de informações sobre as obras irregulares, entre elas a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Extraordinárias/ Primeiro-secretário da Câmara, o deputado Rafael Guerra (MG) anunciou que a Casa adotará, a partir de fevereiro, o ponto eletrônico para controle do horário noturno dos servidores. Em um primeiro momento, a medida abrangerá quatro setores, mas a partir de março deve chegar a todos os funcionários. A hora noturna é um adicional concedido aos funcionários que trabalham quando a sessão plenária da Câmara ou do Congresso passa das 19h.

Coragem/ Sem partido, o deputado Leonardo Prudente pretende reassumir a presidência da Câmara Legislativa não só para impedir o processo de sua própria cassação. Se conseguir permanecer no cargo, terá maioria para barrar o processo de impeachment do governador José Roberto Arruda (sem partido).

Barra/ Claudio Abranches, secretário-geral do PPS-DF, assumiu interinamente o comando da legenda no Distrito Federal. O empresário Ricardo Barreto renunciou à presidência do diretório em menos de uma semana.

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