Por Luiz Carlos Azedo
Com Guilherme Queiroz
luizazedo.df@dabr.com.br
Nos 589 cursos autorizados pelo Ministério da Educação entre julho de 2008 e agosto de 2009, só 13% eram de engenharia. Entre os 283 cursos ofertados pelas 12 novas federais, só 52 são da área. “Faltam profissionais, o alto custo para a criação de laboratórios inibe instituições privadas, que preferem se dedicar a áreas mais simples ou a cursos que têm alto custo, mas rendem mensalidades mais caras”, adverte o deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP), que é engenheiro formado pela Escola Politécnica de São Paulo. Engenharia é uma das poucas áreas do ensino superior em que a distribuição de vagas é quase meio a meio entre públicas e particulares. Na soma geral, 75% das graduações estão na mão de faculdades privadas.
***
Hoje, os cursos de engenharia no país oferecem pouco menos de 120 mil vagas, 4% de todas as cadeiras no ensino superior do Brasil. Na China, eles somam 40%. Na Coreia do Sul, 26% dos formandos são engenheiros. No Japão, 19,7%. O México, país com indicadores semelhantes aos brasileiros, hoje tem 14,3% de formandos na área. O parlamentar lembra que, no Brasil, um em cada quatro engenheiros se forma em cursos inadequados, pois 6,3 mil dos 24,9 mil formandos frequentam cursos com notas 1 e 2 na avaliação federal, as mais baixas na escala de qualidade.
Crescimento
O Brasil já foi palco de grandes obras de infraestrutura, como a Ponte Rio-Niterói e o metrô; a prospecção de petróleo em águas profundas; a construção de hidrelétricas, como Itaipu; inovações na indústria mecânica pesada, metalúrgica, na engenharia aeronáutica e de informática, que nos garantiram um salto de competitividade; assim como na produção de commodities agrícolas. Com o longo ciclo de estagnação da economia nas décadas de 80 e 90, segundo Jardim, a formação de engenheiros virou mais um gargalo para o desenvolvimento. “É uma tragédia anunciada. A engenharia sempre esteve ligada à produção e ao Estado indutor de grandes projetos”, lamenta Jardim.
Vilão
Para a turma do Ministério da Fazenda, o modesto PIB de 1,3% no terceiro trimestre do ano (julho a setembro) é consequência da política monetária. Como todo mundo entrou no oba-oba da recuperação econômica, principalmente o presidente Lula, fica difícil transformar o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (foto), em bode expiatório. O ministro Guido Mantega, por exemplo, apostava em 2% de crescimento no semestre.
Gato
O governo ensaia uma manobra para garantir a aprovação dos créditos suplementares pelo Congresso antes do retorno dos trabalhos, em fevereiro. Deputados da base buscam uma brecha na legislação para liberar os recursos pela comissão provisória, um grupo reduzido de parlamentares que fica de “plantão” durante o recesso. A oposição farejou a artimanha e promete estrilar. Os créditos adicionais pendentes de votação somam R$ 31,7 bilhões.
Remédios
Relatório setorial da Saúde do senador João Vicente Claudino (PTB-PI), referente ao Orçamento de 2010, aponta redução de 11,9% nas despesas com o programa Assistência Farmacêutica. O corte atinge a distribuição de medicamentos contra Aids, hepatite B e C, além do Farmácia Popular, que disponibiliza remédios a baixo custo para a população. Está prevista uma verba de R$ 4,9 bilhões para o Assistência Farmacêutica em 2010. A dotação deste ano é de R$ 5,2 bilhões
Aceno
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a considerar a possibilidade de o ex-ministro da Integração Nacional Ciro Gomes (foto) vir a ser o vice da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Vem daí o deselegante chega pra lá na indicação para vice do presidente do PMDB, Michel Temer (SP), que gerou forte reação da cúpula da legenda. Lula está de olho nos votos de Ciro, que misteriosamente migram para o governador paulista José Serra (PSDB) quando o político cearense fica fora da cartela de candidatos.
Urna
O PSDB marcou a eleição do novo líder na Câmara dos Deputados para terça-feira. Os tucanos não conseguiram chegar a um nome de consenso e decidiram ir às urnas. Disputam o comando da bancada Duarte Nogueira (SP), apoiado pelo líder José Aníbal (SP), e João Almeida (BA).
Barro/Candidato do PR fluminense ao Senado, o deputado Pastor Manoel Ferreira iniciou périplo pelo interior do Rio de Janeiro ao lado do ex-governador Anthony Garotinho (PR) que deve se encerrar em março. Chefe da Assembleia de Deus no estado, Ferreira tirou 130 dias de licença da Câmara dos Deputados, no fim de novembro, para pisar no barro e cuidar da pré-campanha.
Disputa/O PT cearense está dividido sobre quem indicar para ser vice na chapa do governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição. A prefeita de Fortaleza e presidente estadual do PT, Luizianne Lins, quer emplacar seu chefe de gabinete, Valdemir Catanho. O deputado José Guimarães (PT) apoia o vice-governador Francisco Pinheiro (PT), replicando a chapa de 2006.
Balanço/O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, vai apresentar na terça-feira as projeções da instituição para 2010. São expectativas do setor industrial em relação ao PIB industrial, consumo das famílias, taxa de desemprego, do comércio exterior, juros e inflação, entre outras.
Cobrança/O DEM da Paraíba define, amanhã, a aliança prioritária do partido em 2010. Insatisfeitos com a indecisão dos tucanos entre lançar o senador Cícero Lucena ou apoiar o prefeito de João Pessoa, Ricardo Coutinho (PSB), os democratas vão cobrar uma posição do PSDB paraibano. “A indefinição do PSDB não é boa para nós”, queixa-se o deputado Efraim Filho (DEM).
Nenhum comentário:
Postar um comentário